Para quem acredita que o Rio é uma espécie de Sin City, onde as ruas se encontram repletas de levianas criaturas da noite, daquelas de deixar Fausto Fawcett com água na boca, o burburinho nesta noite de quinta-feira (27/11) valeu muito. O ambiente ferveu na Dona Coisa, a multimarcas antenadíssima de Roberta Damasceno, no Jardim Botânico, pertinho do QG da Globo. Evento de moda, algum lançamento de coleção? Não, nada disso! A empresária deu uma diversificada e abriu a casa para a noite de autógrafos de “Contrastes Simultâneos”, o livro do bamba da fotografia, Walter Carvalho, 68 anos, mais de 70 prêmios no currículo, mais de 90 filmes de estrada assinando a fotografia, direção ou ambas, entre eles, “Sargento Getúlio” (1983), “Pedro Mico” (1984), “Terra Estrangeira” (1996), “Central do Brasil” (1998), “Abril Despedaçado” (2010)“Budapeste” (2009), “Raul – o início, o meio e o fim” (2012) e, recentemente, a co-direção na telinha do aclamado remake de “O Rebu” (2014), a minissérie policial que reeditou a novela de mesmo nome.
A obra, editada pela Cosac Naify, reproduz mais 200 fotografias em preto & branco – paixão do autor – garimpadas em mais de 40 anos de trajetória e guardadas em seu arquivo pessoal. Um primor que revela o olhar arguto do mestre, que percorre várias direções bem diversas do seu trabalho no cinema: foliões no carnaval, marcas de detentos em paredes de prisão, matadouros, jogos de futebol, outdoors e crianças na rua. A publicação privilegia as imagens e texto, só no final: um ensaio sobre o autor publicado por Milton Guran e outro redigido pelo próprio Carvalho.
Fotos: Cristina Granato (Divulgação)
O badalo foi animado. Ao invés do povo da moda, compareceu uma turma que não sai a moda jamais, entre maduras estrelas da televisão com passagem no cinema, cineastas, tycoon-produtores da cinematografia brazuca, fotógrafos que são retrato vivo do Rio, como Evandro Teixeira, mestres da literatura como Ferreira Gullar e artistas plásticos, gente tão diferente entre si como Tunga e Nelson Leirner, mas todos com tanto a dizer.
Fotos: Cristina Granato (Divulgação)
Entre aqueles que dão expediente no telão e na telinha, Paulo Betti se despiu do modelito Téo Pereira (de “Império”) e, desprovido de qualquer malícia, investigou o calhamaço de Walter. Ou melhor, saboreou. Ele contou para HT: “Impressionante esse sucesso do blogueiro na novela. Até as crianças amam! E esse livro, que incrível!” Marília Pera foi categórica: “A luz de Walter deixa qualquer pessoa absurda, mas é ele quem é um ser iluminado”. Já refeita da densa e neurótica Gilda, de “O Rebu”,Cassia Kis Magro marcou presença com os cabelos novamente cortados à máquina e deu o abraço no amigo, que a dirigiu na minissérie, junto com uma dupla de louras que participaram da mesma atração: Camila Morgado e Patrícia Pillar. Esta, por sinal, colegou com Tizuka Yamazaki, em clima de “beijinho doce”.
Tizuka não era a única cineasta a prestigiar o diretor no pedaço, Julinho Bressane – com quem Walter trabalhou em “Cleópatra” (2007), prova que é possível ir ao cinema sem matar a família, preferindo posar com o amigo na frente das fotografias expostas. Registro tipo obelisco, digno da soberana do Egito.
Luiz Carlos e Lucy Barreto, versão-casal nacional dos irmãos produtores de Hollywood, Harvey e Bob Weinstein, mostram que existe uma comunidade fraternal no exaustivo meio da Sétima Arte e também foram prestigiar Walter que, carinhoso, ainda ajeitou a gravata da nova coqueluche das produções brasileiras, Jesuíta Barbosa.
Fotos: Cristina Granato (Divulgação)
Confira quem mais passou pelo badalo!
Fotos: Cristina Granato (Divulgação)
Artigos relacionados