Na TV, Giselle de Prattes fala dos projetos, da relação com o filho Nicolas e diz como é ser sogra de Sabrina Sato

*Por Brunna Condini

Giselle de Prattes está realizando um dos seus sonhos ao voltar à TV na 11a temporada de ‘Reis’, na Record. Vivendo Basemate, filha do Rei Salomão, a paranaense fez sua estreia nos palcos de uma companhia de teatro em Niterói aos 7 anos e se dedicou aos palcos até os 17, quando engravidou do também ator Nicollas Prattes e a vida precisou mudar, pelo menos por hora. “Depois, já morando no Rio de Janeiro, fiz faculdade de teatro. No mesmo ano em que me formei, tomei a difícil a decisão de parar com a atuação. Foi necessário. O Nicolas era muito pequeno, nesse momento eu já estava separada do pai dele (Felipe Pires), precisava ganhar dinheiro e tentar uma vida mais estável para cuidar de uma criança”, recorda Giselle, mãe também de Maria Fernanda, de 15, do casamento de 20 anos com Edson Bregolato.

Aos 43 anos, ela refaz o caminho até aqui, compartilha os desafios da primeira maternidade precoce, fala da relação com Nicolas, do desejo de ser avó, do fato de ser sogra de Sabrina Sato, e da liberdade e da força necessárias para quebrar padrões desde cedo, coisa que sempre procurou ensinar aos filhos.

Giselle de Prattes volta à TV, compartilha desafios da maternidade precoce, fala do filho Nicolas, do desejo de ser avó, e diz como é ser sogra de Sabrina Sato (Foto: João Paulo Freitas)

Tendo um filho famoso e com uma carreira consolidada, Giselle compreende a curiosidade do público a respeito da sua intimidade, mas conta se ficou apreensiva quando Nicolas começou a namorar Sabrina Sato, que além de também ter sua vida sob os holofotes, é alguém da mesma idade que ela. “Na verdade, se tem alguém aqui fora do padrão sou eu, né? Eu fui mãe muito jovem. Então, ver o Nicolas namorando a Sabrina é algo natural pra mim. Primeiro,  porque o Nicolas tem hábitos que uma mulher de 20 e poucos anos provavelmente não curtiria muito. Ele é muito regrado, acorda cedo, não tem essa coisa de querer ficar saindo para balada. Por isso, quando o vi com uma mulher mais velha que ele achei super corerente. E a Sabrina é uma mulher linda também de dentro para fora, a beleza externa é rudundante. É incrível, generosa, torce verdadeiramente por ele, que é alucinado por ela. Aliás, ali a admiração é grande e mútua. Sabrina também tem a calma, essa luz que só o tempo traz e é algo hipnotizante. Nós, mulheres 40 mais, sabemos que não é qualquer homem que sustenta isso. Mas Nicolas é maduro, seguro”.

No começo eu tinha uma preocupação natural de mãe, de que eles não sofressem com o excesso de notícias, especulações, de interesse na relação deles. Apesar de saber que a exposição é algo natural em suas profissões. Os dois têm suas histórias e sabem quem são, então só rezo para dar tudo certo – Giselle de Prattes

Giselle de Prattes fala da relação com o filho Nicolas de Prattes (Foto: Reprodução/Instagram)

Ela comenta, que aos 27 anos, Nicolas Prattes já fala em ser pai. Do seu lado, Giselle não esconde o desejo de ser avó. “Passei a pior fase que foi a de uma maternidade precoce, então agora é só felicidade. Digo para ele: “Meu filho, quero ser uma avó jovem, com saúde”. Quero também ser uma avó fora do padrão (risos). Gostaria que fosse logo, mas vai acontecer no tempo que tiver que acontecer, claro. Quando for a hora, foi curtir e mimar muito esse neto ou neta. E não tenha dúvida, já sonho com isso, tá?”.

Mãe coragem

Ao relembrar o trajeto até aqui, não tem como Giselle desvinculá-lo da experiência da maternidade precoce. Ela conheceu o pai de Nicolas, Felipe Pires, no colégio, ainda na adolescência. O casal ficou junto até 2003. “Eram duas crianças com essa responsabilidade toda, então deu certo dentro do que tinha que dar”. Sobre os desafios da empreitada, a atriz recorda: “Foi muito complicado, porque naquele momento me vi sem as minhas amigas da escola, sem o meu grupo. Mesmo no final dos anos 90, uma menina que engravidasse era super mal vista. Especialmente, uma menina que resolvesse ter o bebê, como eu. Nunca passou pela minha cabeça tirar o Nicolas, nunca tive dúvidas. Mas com essa decisão, perdi a maior parte das minhas referências. Andava com dois amigos, que também foram rejeitados, mas por suas orientações sexuais, eram um menino e uma meninas gays. Foi com a companhia deles que terminei a fase escolar”.

(Foto: João Paulo Freitas)

E completa: “Depois dessa fase, também a solidão era imensa porque eu não me encaixava nem no grupo de meninas, e nem no grupo das mães adultas, mulheres, porque elas me olhavam assustadas, com um olhar de pena, sabe? Foi um período muito difícil, mas acabou dando tudo certo no final”.

Aos 19 anos e buscando voltar às suas atividades artísticas, foi selecionada para ser uma das Garotas do Zodíaco, do programa “Planeta Xuxa”: a única entre as assistentes de palco da Rainha dos Baixinhos que tinha um filho. “Sempre sonhei em ser paquita, era fã da Xuxa. Ela é uma pessoa realmente iluminada. Poucas vezes estive diante de uma artista com tanto respeito pelo seu público, mesmo com toda demanda que tinha. Ali aprendi muito sobre responsabilidade profissional, compromisso e sobre estudar para melhorar todos os dias. Foi verdadeiramente uma grande escola”

Por ter sido a única da história das assistentes de palco da Xuxa que foram aprovadas com filho, eu tinha consciência do tamanho da oportunidade que eu estava tendo. Então, aproveitei ao máximo. Trago ensinamentos dessa época até hoje – Giselle de Prattes

Xuxa e Giselle de Prattes, que foi Garota do Zodíaco (Reprodução)

Personagem de fé e a fé na vida

Fazendo uma novela bíblica pela primeira vez, com uma personagem corajosa e autêntica, a atriz conta como a experiência tem sido. “Essa história mexe demais comigo. A personagem tem um marco narrativo muito bonito, uma narrativa de fé e de amor. Então, não tem como isso não me atravessar. Na vida sou uma mulher de muita fé e entrar em contato com a Basemate, com essa dimensão e tudo que a afeta, nesse momento que vivo, com certeza me deixou mais sensível, mais emotiva e com a fé muito mais aflorada”, diz.

Giselle de Prattes nos bastidores de ‘Reis’, da Record (Foto: Reprodução/Instagram)

Ao falar do tema, Giselle comenta sobre a própria fé. “Passei por diversas religiões na minha infância, frequentei a igreja Batista com a minha mãe, e cheguei a cantar na igreja evangélica. Hoje não tenho uma religião, mas me sinto próxima a Deus e a fé para mim é fundamental. Acredito em várias coisas, várias manifestações da natureza, dessa força do divino em nós, do amor, das boas ações. Acho que não existe um caminho espiritual sem um caminho de transformação pessoal, de autoconhecimento. A minha fé está ligada a um processo de melhorar na Terra, de ser mais consciente de quem sou, das minhas sombras, e tentando vivenciar o amor, que foi a grande obra de Jesus Cristo por aqui”.

Sobre a fé na vida e no que está por vir, a atriz se entusiama com a retomada da carreira e anuncia: “Estou escrevendo um projeto de teatro para mim e desenvolvendo outro para um amigo. E totalmente aberta ás oportunidades e convites. Não quero mais deixar de trabalhar como atriz, quero continuar atuando daqui para frente”.

“Não quero mais parar de trabalhar como atriz” (Foto: Reprodução/ Instagram)