*Por Júnior de Paula
Neste domingo (14/12) rolou a final – ao vivo e em cores – do “The X Factor” do Reino Unido, que foi transmitido aqui no Brasil simultaneamente pelo canal Sony. Depois de um início um tanto quanto cambaleante, com candidatos não muito empolgantes, a 11ª edição do show de calouros, que já revelou One Direction e Leona Lewis, esquentou na reta final.
Para quem não conhece, o formato do “The X Factor” é um pouco diferente dos outros programas do gênero como “The Voice” e “American Idol”, já que os candidatos são divididos em categorias que, por sua vez, ficam a cargo de um dos quatro jurados da bancada. As categorias em geral não variam de ano para ano, permanecendo sempre assim: adultos maiores de 25 anos, garotas menores de 25 anos, garotos menores de 25 anos e os grupos. O que tem mudado de temporada para temporada são os mentores, que também fazem as vezes de jurados. Na edição que acabou neste domingo, a bancada era formada por Simon Cowell, o idealizador e produtor do programa, responsável pelos maiores de 25 anos; Cheryl Cole, que cuidou das garotas; Mel B., a mãezona dos garotos; e Louis Walsh, o homem por trás dos grupos.
Andrea Faustini, o 3º colocado, cantando “Feeling Good”
Na grande final, restaram os efetivamente melhores da temporada: o italiano Andrea Faustini, do time de Mel B, com Ben Hay Haenow e Fleur East, da turma de Simon. Andrea, que adora cantar as músicas das divas norte-americanas, ficou pelo caminho na grande final, deixando a grande disputa entre os dois maiores de 25. Enquanto Ben fazia cara de garoto desamparado e pedia votos, Fleur East resolveu arrasar. A apresentação dela cantando “Uptwon Funk”, o novo sucesso de Mark Ronson e Bruno Mars, foi histórica e, como disse Simon, uma das mais fortes que ele já viu na TV. Mas, ao que parece, os britânicos também votam com o coração e não com a razão. Logo, escolheram dar o prêmio para a voz rouca e a postura rock’n’roll açucarada de Ben, o grande vitorioso da noite, que ganha um contrato de 1 milhão de libras com a gravadora Syco.
Fleur East cantando “Uptown Funk”
Mas, deixando de lado o talento individual dos competidores na final, o que mais impressionou a quem assistia ao programa – em especial os brasileiros que também passaram a se apaixonar pelos programas de calouros musicais – é a qualidade técnica das apresentações. Os números dos finalistas tinham vidro que se quebrava, fogos, chuva de prata, carros que entram e saem, além de outros acessórios mirabolantes que transformam a cena em um piscar de olhos. Parece fácil, orgânico e acessível, mas não é. Basta olhar os programas similares no Brasil para perceber o abismo entre ambos. Estamos anos-luz atrás no quesito e, certamente, não é por falta de dinheiro. Falta acabamento por aqui em quase tudo o que é feito.
O vencedor Ben Haenow cantando “Something I Need”
A final ainda teve – além de tudo isso – as participações de One Direction cantando com Ronnie Wood dos Rolling Stones; Demi Lovato em um dueto com o ex-concorrente Olly Murs; Ella Handerson, outra ex-caloura, cantando com Andrea Faustini, o terceiro colocado deste ano; Sam Smith e Ed Sheeran.
Ah, além de música e qualidade técnica, a final teve um pouco de drama também. Mel B. foi parar no hospital às vésperas da grande final, mas, neste domingo, apesar de parecer um tanto quanto dopada, estava lá sentadinha em seu banco para acompanhar a vitória de Ben. Merecida? Talvez, mas enquanto ele ganhava, as redes sociais se rendiam ao talento e ao charme de Fleur East.
*Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura
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