Paisagens bucólicas, figurinos de época, linguagem culta (mas nem tanto), vilãs sem escrúpulos e histórias de amor e ódio que atravessam vidas. É esse o ritmo de “Além do Tempo”, nova novela das 18h da Rede Globo, que estreia no próximo dia 13 e teve sua festa de lançamento na noite desta sexta-feira (3), no casarão da Vila Riso.
O próprio local escolhido para celebrar a novela já dá uma pista de como será o clima da trama: imponente, austero e com ares campestres, o espaço parece resumir um pouco do poder da família Castellini, a nobreza da cidade fictícia de Campobello, no sul do país, durante o século XIX. Por lá, quem comanda a casa, a vida alheia e personifica a maldade da história escrita por Elizabeth Jhin é a impiedosa Condessa Vitória, vivida pela imponente Irene Ravache.
“Essa personagem é um senhor papel! Uma mulher muito amargurada e vilã mesmo. A Condessa não tem nenhum pudor: manda calar a boca, diz que não interessa, enxota as pessoas… Ela é politicamente incorreta ao extremo. O que não se deve fazer, ela faz”, comentou a atriz. Durante a festa, Irene ainda falou sobre as cenas com Nívea Maria, que viverá Zilda, a governanta da Condessa. “Eu digo barbaridades para ela!”, riu.
Nívea, por sua vez, comentou que acredita nesse viés da espiritualidade e que tem até experiência pessoais com o assunto. “Eu tenho uma pessoa na família que precisa de ajuda espiritual e ela consegue isso através de mim. Tenho uma orientação de como direcionar essa pessoa para que ela não sofra tanto, nem eu”. A atriz ainda frisou o trabalho elucidativo da autora na hora de apresentar esse tema na TV: “A Elizabeth Jhin vai explicar muito bem, com clareza e de maneira lógica, para quem quem acredita ou não, o porquê de acontecerem certas coisas na vida das pessoas”.
Na Vila Riso, toda decorada com cachos de uva no teto e folhas no chão, duas musas atraíam todos os olhares dos convidados: Paolla Oliveira e Alinne Moraes, que viverão a vilã meio trambiqueira Melissa e a mocinha noviça Lívia, respectivamente. “Ela é mimada, inconsequente, quer porque quer, tem uma inversão de valores imensa. A única coisa que chegaria perto, talvez, é que eu acho que a vida deve ser levada com muito bom humor. E, nessa maluquice dela, ela carrega um bom humor e faz até piadas negras com a mãe”, comentou Paolla, falando sobre as possíveis semelhanças entre ela e sua personagem.
Claro, o tema da noite era a reencarnação e as segundas chances que a vida pode dar. Sobre isso, a atriz comentou que acredita sim na oportunidade de redimir os próprios erros. “Eu acho que a segunda chance está em todos os momentos. O tempo todo nós temos uma segunda chance para podermos fazer melhor, respeitarmos o outro, nos considerarmos menos o centro do universo e não acharmos que ‘tudo de ruim só acontece comigo'”.
Alinne, por sua vez, que estava muito bem acompanhada do maridão Mauro Lima, falou sobre sua relação com a espiritualidade e a reencarnação. “Eu não tenho uma religião definida, mas acredito em vários aspectos que, juntos, formam minha própria religião”. Sobre sua relação com a personagem, ela disse: “Eu empresto várias coisas para a Lívia que eu mesma já tive, como um certo tipo de ingenuidade e doçura”.
Lívia, diga-se de passagem, será uma das grandes barreiras no caminho de Doroteia, a mãe de Melissa (Paolla) vivida por Júlia Lemmertz, que precisa casar a filha com Felipe Navarro (Rafael Cardoso) para poder fugir da falência. “Eu não enxergo ela como vilã. Ela tem sim problemas de caráter, mas não vejo como uma vilã. Ela está apenas tentando sobreviver…”, comentou a atriz, que também acredita em conexões de outras vidas. “Às vezes você tem identificação com pessoas tão diferentes de você que, né…. Tudo pode acontecer. A gente acha que a vida acaba aqui quando morremos, mas talvez isso não faça o menor sentido”, completando: “Não vamos discutir religião e nem reencarnação na novela, mas sim ‘o que você faria se tivesse uma segunda chance na vida?’. Eu não sei o que eu faria, ainda estou vivendo a primeira chance aqui”, brincou Júlia.
A atriz também não poupou elogios a “Sete Vidas”, atual trama que ocupa o horário das 18h – “É uma das melhores novelas que eu já vi na vida” – e comentou um pouco sobre a segunda fase de “Além do Tempo”. Explicamos: o folhetim começará no século XIX e, após 73 episódios, virá para os dias atuais, com o mesmo elenco vivendo papeis completamente diferentes, ilustrando assim a questão do carma. “Literalmente todos nós teremos dois personagens, um não será a continuidade do outro. Haverá uma segunda preparação e tudo será diferente”.
E quem acredita que terá um carma positivo nessa segunda fase de “Além do Tempo”? Carolina Kasting, que dará vida à cozinheira Rosa. “Ela é uma mulher muito boa, que não faz mal a ninguém. Quando chega na cozinha, ela domina aquele espaço, além de ter uma sensualidade muito forte”. Sobre a sua própria espiritualidade, Carol comentou: “Eu sou muito aberta às coisas. Acredito muito na questão que a novela traz sobre a lei do retorno. Aquilo que você faz, você colhe: se plantou flores, terá flores; mas se plantou espinhos, terá espinhos. Acho super possível que exista a reencarnação”.
Durante a festa, um clipe – um pouco longo demais, como notaram alguns membros do elenco posteriormente – mostrou como a trama reunirá esse lado espiritual e romântico sem perder o bom humor. Os takes filmados pelo diretor Rogério Gomes em Vassouras e Rio das Flores são carregados de imagens deslumbrantes e vários planos de florestas, campos descobertos e rios. A trama,de maneira geral, parece trazer todos os ingredientes necessários para prender a atenção do público no horário das 18h e, unindo um elenco de ponta com uma tema que, mesmo requentado, sempre se reflete em discussões frutíferas, “Além do Tempo” tem tudo para ser uma novela que permanecerá no imaginário geral por gerações.
Artigos relacionados