Morte de Silvio Santos: Relembre a passagem de Sílvio Santos por outras emissoras além do SBT


Sílvio Santos, figura inconfundível da TV brasileira, deixou uma marca profunda e eterna na memória do país. Desde a criação da TVS, que se tornou o SBT, até suas passagens por emissoras como Globo, Tupi e Record, ele moldou gerações com seu carisma. Falecido em 17 de agosto de 2024, aos 93 anos, devido a uma broncopneumonia, sua morte marca o fim de uma era na televisão nacional. Sílvio Santos será sempre lembrado como o “Homem do Baú”, cuja presença transcendeu décadas, consolidando-o como o maior comunicador do Brasil

*por Vítor Antunes

Sílvio Santos é eterno. A personalidade carismática e inconfundível de Sílvio Santos deixou uma marca definitiva na memória do povo brasileiro, consolidando-se como um ícone inquestionável da televisão nacional. Desde os primórdios da TVS, em 1976, que posteriormente se transformou no SBT em 1981, Sílvio Santos se tornou uma presença constante nos lares brasileiros, conduzindo programas que se tornaram verdadeiras instituições culturais. A notícia de sua morte, no último sábado, representa um momento histórico para o Brasil. Silvio faleceu em decorrência de uma broncopneumonia, oriunda de uma contaminação por influenza H1N1, às 04h40 do dia 17 de agosto, conforme comunicado pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

Embora sua ligação com o SBT seja o aspecto mais marcante de sua carreira, a trajetória de Sílvio Santos é rica e multifacetada, abrangendo passagens por praticamente todas as grandes emissoras de televisão do país. Sua atuação em canais como Tupi, Globo, Manchete, Record e a própria emissora que fundou, mostra a profundidade e a diversidade de seu impacto na mídia brasileira. Seja como sócio, funcionário ou convidado, Sílvio Santos deixou uma marca indelével na história da televisão brasileira.

A vida e carreira de Sílvio Santos são um reflexo do desenvolvimento da televisão brasileira. Sua capacidade de inovar, adaptar-se às mudanças e entender o gosto popular fizeram dele o maior comunicador do Brasil. Sua morte representa não apenas a perda de um ícone, mas o encerramento de um capítulo fundamental na história da mídia no país. Sílvio Santos será eternamente lembrado como o Homem do Baú, cuja voz e presença moldaram gerações e permanecerão para sempre na memória coletiva do Brasil.

Sílvio Santos morreu na manhã do último sábado, 17/08, de broncopneumonia (Foto: Lourival Ribeiro)

 

SÍLVIO NA GLOBO/TV PAULISTA

O início de sua jornada televisiva remonta aos anos 1960, quando Sílvio Santos esteve à frente do programa “Vamos Brincar de Forca”, exibido pela TV Paulista em 1960. Em 2 de junho de 1963, estreava o “Programa Silvio Santos”, que logo se tornou uma das atrações mais populares da emissora. Com a aquisição da TV Paulista por Roberto Marinho, o programa continuou a ser transmitido, agora pela TV Globo, inicialmente apenas para São Paulo. A partir de julho de 1969, o “Programa Silvio Santos” passou a ser exibido no Rio de Janeiro e, em 31 de agosto do mesmo ano, alcançou a transmissão em rede nacional pela Globo, consolidando ainda mais sua popularidade. Nessa fase, o programa tinha impressionantes oito horas de duração.

Em 1966, a TV Paulista foi transformada na TV Globo São Paulo, e Sílvio assinou um contrato de cinco anos com os novos proprietários. Sua presença na emissora não se limitava aos domingos. Em 1970, Sílvio Santos fez uma participação especial na telenovela “Pigmaleão 70”, interpretando a si mesmo, uma rara incursão de um apresentador em uma obra de ficção da TV Globo.

O contrato de Sílvio Santos com a TV Globo chegou ao fim em 1976, marcando o início de uma nova fase em sua carreira, quando passou a transmitir seu programa dominical pela Rede Tupi, até o fechamento desta em 1980. Paralelamente, inaugurou sua própria emissora, a TV Silvio Santos, que entrou no ar no Rio de Janeiro em maio de 1976, dando origem ao que mais tarde se tornaria o SBT.

Sílvio Santos na Globo. Ele apresentou seu primeiro programa na TV Paulista , que foi comprada pela Globo, e lá permaneceu até 1976 (Foto: Reprodução)

SÍLVIO NA TUPI

A passagem de Sílvio Santos pela Rede Tupi foi marcada pela continuidade do seu programa dominical e pelo lançamento de novos formatos que se tornariam icônicos. Em dezembro de 1962, estreou o “Pra Ganhar É Só Rodar”, e em 1965, o “Festival da Casa Própria” já era uma realidade na TV Tupi. Além de suas atividades dominicais, Sílvio também comandava atrações durante a semana, como “Festa dos Sinos”, “Cidade contra Cidade” e “Silvio Santos Diferente”, sendo este último transferido para a Record em 1976, onde permaneceu no ar até setembro do mesmo ano.

Sílvio Santos na TV Tupi (Foto: Reprodução/TV Tupi)

 

SÍLVIO NA MANCHETE

Já consolidado como proprietário do SBT, Sílvio Santos fez uma participação especial na novela “Carmem”, da Rede Manchete, em 1987. Essa aparição representa um momento singular na história da televisão brasileira, sendo uma das raras ocasiões em que um apresentador e seu programa, no caso o “Namoro na TV” do SBT, foram incorporados à narrativa de uma telenovela de uma emissora concorrente. Sílvio interpretou a si mesmo nas cenas em que Creuza, interpretada por Bia Sion, começa a namorar Hélio, personagem de Camilo Bevilacqua, no programa transmitido pelo SBT. Segundo a atriz, a cena toda improvisada, inclusive por sugestão tanto do próprio Silvio como da autora da trama, Gloria Perez.

Sílvio Santos em “Carmem”, com Bia Sion (Foto: Acervo/Bia Sion)

SÍLVIO NA RECORD

Após deixar a Globo, o “Programa Silvio Santos” encontrou um novo lar na Rede de Emissoras Independentes (REI), um conglomerado de emissoras que incluía a TV Record. Sílvio Santos, que já havia adquirido 50% das ações da Record nos anos 70, passou a utilizar a emissora para exibir seus programas, enquanto sua própria emissora, o SBT, ainda se estabelecia no mercado.

Em 1976, Sílvio Santos ampliou seu controle sobre a Record ao adquirir os 10% restantes das ações, após convencer os proprietários originais a venderem suas participações. Esse movimento estratégico permitiu que Sílvio Santos consolidasse sua posição como um dos principais empresários de mídia do país. Com a compra da Record, ele não apenas ampliou o alcance de seus programas, mas também garantiu maior liberdade editorial para suas produções. Em 1989, Sílvio Santos desempenhou um papel crucial na venda da Record para o bispo Edir Macedo, marcando o fim de sua participação direta na emissora.

Sílvio Santos na Record (Foto: Divulgação/Record)