* Por Carlos Lima Costa
Não há dúvida de que a faceta atriz de Mônica Carvalho é a mais conhecida do público em geral por suas atuações em novelas como Porto dos Milagres, Fina Estampa e Jezabel, a mais recente, exibida até agosto de 2019. Mas já tem algum tempo que ela vem desenvolvendo outro talento na área artística e sonha um dia estar em um folhetim, mas não em frente às câmeras. E sim como autora. “Faz alguns anos que fiz cursos de roteiro. Sempre gostei de escrever, mas por hobby, por brincadeira. Até que em 2015, escrevi, produzi e atuei na peça Amor, Humor, O Resto É Bobagem, com a qual me apresentei durante três anos. Foi uma experiência bem bacana. Na TV ainda não fiz nada, mas tenho projetos em uma produtora”, comenta.
E prossegue: “Escrevi a peça, uma websérie. Novela é uma responsabilidade muito grande. Então, seria bom primeiro fazer uma série com capítulos fechados para ir galgando esse caminho aos poucos”, observa Mônica, também roteirista, que tem um núcleo de criação com Michelle Muniz e Marcelo Corrêa. Logo após ela, o marido, o empresário Alaor Paris Junior, e as filhas Valentina e Yaclara, de relação anterior, se curarem da Covid-19, em maio do ano passado, Mônica gravou como atriz, até julho, a websérie Saraliaeleia, escrita por ela. “Quis falar da pandemia. A história mostra três amigas que perdem o emprego e vão morar em um quarto e sala, onde dividem as angústias”, conta. “Saraliaeleia vai virar um longa”, acrescenta. E participou ainda do programa Chá das Três, em novembro, no IGTV, e no YouTube, onde ela, Ticiane Pinheiro e Sabrina Sato, batiam um papo sobre o cotidiano.
Mônica deixa claro que não vai trocar uma profissão pela outra. “Não preciso deixar adormecer o meu lado atriz para ser autora. A arte é ampla. Gosto de escrever, mas amo atuar. Eu deixo a vida, o caminho seguir. Só não quero dirigir, porque não tenho nenhum talento para direção”, assegura.
No momento, Mônica está envolvida com a novela Gênesis, que estreia, dia 19, na Record. Ela recebeu convite para participar deste projeto, em outubro. “Outro dia fui aos estúdios para fazer a caracterização e fiquei feliz de rever amigos, estava com saudade desse calor. É um momento abençoado, que vai ficar para a história. Até hoje ninguém viu o que vai conferir quando estrear Gênesis. Hoje, tenho muito mais conhecimento da Bíblia. São sete fases, começa com a criação do mundo, com Adão e Eva. A minha é a antepenúltima. Vou dar vida à Elisa, serva de Abraão, em um núcleo bonito que vai falar do amor puro, de simplicidade”, conta.
É bem provável que em seu aniversário, dia 28 de março, ela ainda esteja gravando. “Os 50 anos hoje são os novos 40 ou 30. Minha vida é tão boa, tenho tanto orgulho do que construí, carreira, filhas. Você tem que estar feliz com a sua história. Passou rápido e é pouco tempo ainda. Estou jovem ainda, é só questão de número. Acho que o tempo foi rápido e deveria ser mais devagar. Nunca tive problema com a idade, nem quando fiz 30. Se a idade não chegar, vida há de faltar. Me sinto mais segura com o que quero. Não tenho a insegurança da juventude. Estou feliz com a passagem do tempo. E tenho sede de vida. Que bom que me sinto bem, bonita, capaz, me cuido. Tenho uma vaidade. A preocupação é estar sempre saudável. Eu peço a Deus para que não me falte saúde”, explica.
Mônica vem percorrendo bem sua trajetória em termos físicos, mas se um dia precisar, diz que irá recorrer a plástica. “Tranquilamente. A Ciência está aí com técnicas maravilhosas. O mundo corre atrás da juventude eterna. Agora, se eu estou bem hoje, é porque me cuido, não é de graça. Cirurgia eu ainda não fiz, mas não tenho o menor problema. Faço botox. Agora, sou conservadora, não gosto de mudar fisionomia. Por exemplo, harmonização eu não faço, porque muda muito seu rosto. Em novembro, fiz uma lipo, quer dizer, não foi bem lipo. Tirei uma gordurinha da barriga e coloquei na boca. Fica perfeito. Sou a louca do colágeno”, diverte-se.
Mas jamais faria uma intervenção atrás da outra. “Não sou contra plásticas, mas acho feio quando existe o exagero, quando faz algo que não combina com o físico. Sou a favor de realizar correção estética. Existem técnicas muito avançadas, mas o exagero é ruim em todas as áreas”, acrescenta.
Mônica acredita em boa alimentação, prática de exercícios e uma boa dermatologista. A atriz faz musculação com personal duas vezes por semana e pilates outros dois dias com aeróbico, bicicleta. “E como bem, tomo meu vinho. A vida é feita de equilíbrio, não me privo no final de semana. Adoro pasta e vinho, gosto de mesa farta”, confessa.
E reflete sobre a pressão que existe em cima da mulher para que ela se mantenha bem fisicamente. “A própria mulher, às vezes, se coloca nessa pressão. Eu me cuido e pinto os cabelos porque gosto. Não me sinto bem se eu ficar de fios brancos, eu não quero. Mas já vi mulheres lindas de cabelos brancos. Pra mim, por exemplo, a beleza é feita de fatores, não é só a estética que deixa uma mulher bonita. O ser humano bonito não pode se sustentar só na beleza. É a segurança, o sorriso, a simpatia, a inteligência, a gentileza, porque se você é uma mulher bonita que não sabe abrir a boca e que está sempre de mau humor, você vai se tornar feia. O que vai te sustentar na vida é a sua capacidade, o que você estudou, o que você procurou conhecer, porque a beleza, o frescor da juventude vão passar para todo mundo. A beleza que vai ficar é o que você tem por dentro. Beleza abre portas sim, isso é impossível de negar. Mas só vão permanecer na carreira os que tem talento ou estudaram muito para se desenvolver. Às vezes, pode ser um diamante bruto, é tanta beleza, mas tem que lapidar”, analisa ela, que, no segundo semestre vai rodar o longa A Nova Onda do Apocalipse, sobre uma ainda mais perigosa pandemia, em 2027, porém mais rápida que a de 2020.
Apesar dos trabalhos, o que Mônica mais deseja em 2021, é que a vacina da Covid-19 chegue logo para todos. “Vai dar alívio no mundo, porque a gente está em uma energia universal de medo, de desemprego. O mundo parou e tem que voltar a ser bonito como era antes”, aponta. E lembra que em sua casa, ela e Alaor tiveram a doença de forma leve, enquanto as filhas foram assintomáticas.
“Perdi o olfato, tive leve dor nas costas. Mas é um susto, você logo pensa ‘será que vou precisar de hospital’, porque a doença é seletiva. Meu irmão e minha cunhada também tiveram. Tem que estar com uma imunidade boa. Mas foi um ano difícil, de reflexão, de muita solidão. Ele tirou muitas coisas da gente. Eu não abraço a minha mãe (Maria, de 70 anos) há meses. Cheguei a ficar uns quatro meses sem vê-la. Foi um ano atípico. Particularmente, produzi muita coisa e fiquei mais com minhas filhas, cozinhamos e assistimos filmes juntas, tivemos resgate desse lado bom das coisas simples”, conta.
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