Miguel Falabella se prepara para estrear em ‘Brasil a Bordo’ e faz duras críticas ao país: “Esse ataque à Lei Rouanet é uma grande estupidez”


Na nova série, que irá ao ar aos domingos, o ator comentou que também dará voz as minorias: “Eu sempre ressalto as minorias nos meu trabalhos. Eu acho fundamental que todo mundo seja visto. Já que a televisão é um espelho da sociedade, é importante que todos sejam vistos”

Depois do grande sucesso de “Pé na Cova”, Miguel Falabella já se prepara para voltar à grade de programação da Rede Globo. Desta vez, o ator, que não descansa um só segundo, contou com exclusividade ao HT que no seriado dominical chamado “Brasil a Bordo”, que estreia no segundo semestre, ele dará vida a um piloto de avião bem atrapalhado que usa a internet para descobrir rotas e operar sua aeronave. “É a história de uma companhia aérea quebrada, como quase todas as coisas aqui no Brasil, né? A empresa é tão ruim que slogan é:  ‘Prefere ir de ônibus?'”, disse, aos risos. “É um voo cego sobre o Brasil. Eu faço o comandante dessa viagem louca. É uma daquelas coisas que eu gosto: uma rixa entre os velhos e os novos. Os velhos acham que arruinaram a companhia, que quebrou. E os novos, que são completamente incompetentes”, adiantou. A nova série ainda terá no elenco nomes como Arlete Salles, Dani Calabresa, Ney Latorraca, Luis Gustavo, entre outros.

Miguel Falabella (Foto: Divulgação)

Miguel Falabella (Foto: Divulgação)

No entanto, apesar de seus trabalhos serem pautados pela comédia, não é de hoje que Miguel aproveita suas produções para dar vez e voz às minorias. Exemplo disso são os saudosos “Toma Lá, Dá Cá”, “Sexo e as Negas” e o já citado “Pé na Cova” que, vez ou outra, desfilavam personagens gays, negros, mulheres emponderadas… enfim, uma diversidade sem tamanho. “Eu sempre ressalto as minorias nos meu trabalhos. É essencial dar visibilidade. Já que a televisão é um espelho da sociedade, é importante que todos sejam vistos”, ponderou o ator workaholic, que também se prepara para uma peça de teatro, mas manteve segredo com a gente. “Eu estou prestes a estrear um monólogo, coisa que não faço há muito tempo, mas não vai precisar de Lei Rouanet nenhuma, já que será uma produção pequena. Porém, ainda não posso adiantar sobre o processo”, contou.

Aproveitando o gancho sobre a polêmica lei que dá incentivo aos artistas brasileiros, questionamos como Falabella tem observado as duras críticas feitas à medida, que também tem passado por momentos decisivos no senado Federal. “É fundamental que as pessoas resistam. Isso é resistência cultural, porque essa crise uma hora vai passar, mas os teatros ficarão. Independente de Lei Rouanet, a gente vai continuar fazendo teatro. Isso é uma grande bobagem, porque sempre se fez arte nesse país. A lei só propiciou que se fizesse grandes espetáculos”, avaliou.

Miguel Falabella e Marília Pêra no musical "Alô, Dolly" (Foto: Divulgação)

Miguel Falabella e Marília Pêra no musical “Alô, Dolly” (Foto: Divulgação)

Apesar das duras críticas, ele ainda se mostrou um grande entusiasta da medida. “Mas talvez não seja essa a grande vocação do Brasil. Talvez a gente tenha que ter um teatrinho safado e ordinário sem grandes espetáculos e sem cosmopolitismo”, ironizou. “Eu acho que esse ataque à Lei Rouanet é uma grande estupidez. É claro que ela precisa ser revista, mas desaparecer é estúpido. Porque junto dela desaparecem as grandes produções”, ponderou ele, que recentemente esteve de volta à bancada do “Vídeo Show”, programa que apresentou por quase 20 anos na Globo, mas descartou uma volta ao rodízio de apresentadores. “Foi bom, mas foi só um dia para matar a saudades”, completou.