*Por Rafael Moura
O público já está em contagem regressiva para a estreia de ‘Um Lugar ao Sol’, a primeira novela totalmente inédita desde o início da pandemia. A trama, que começou a ser gravada em 2020, vai ao ar totalmente pronta. A história escrita por Lícia Manzo vai abordar temas como gordofobia, preconceito social e racial, abuso emocional, etarismo, gravidez na adolescência e liderança feminina. Um desses temas ganhará voz com a personagem Vó Noca, vivida por Marieta Severo. “A autora vai dar a oportunidade de mostrarmos a questão da sabedoria, da experiência de vida da mulher não importando a idade”, diz a atriz. Com 51 anos de carreira, a atriz, conta ainda que Noca terá papel central na história. Avó de Lara, interpretada por Andréia Horta, ela esconde muitos segredos. “O público vai sentir que ela tem é uma sobrevivente do machismo e da falta de oportunidades… Ao mesmo tempo, é uma mulher extremamente solar e cheia de vida e energia”, define.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, o número de idosos no Brasil chegou a 32,9 milhões, mostrando que a tendência de envelhecimento da população vem se mantendo e o número de pessoas com mais de 60 anos no país já é superior ao de crianças com até 9 anos de idade. “A tendência da sociedade é deixar os velhos de fora. O lugar da avó é o afeto absoluto. Acho esse um lugar muito precioso. Acho válido dar voz ao que as pessoas nessa faixa etária têm a dizer. Fiquei muito feliz de estar nesse lugar”, frisa.
Marieta ressalta ainda que uma das grandes qualidades de Noca é a sabedoria da vida. “Tem uma frase dela que é ‘sempre dá para ir adiante mesmo quando parece que não sobrou nada’. É uma personagem que compreende a vida e o outro pelo coração. Tem uma empatia e enxerga a causa do outro e toma para si aquela luta, seja o que for. A melodia da Noca é ‘levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima’. Conviver com ela, absorvê-la para a minha vida foi muito bom, muito importante”.
Ao longo dessa conversa virtual, a doçura de Vó Noca nos remeteu a grande Dona Nenê, a mãezona de ‘A Grande Família’, uma personagem que essa papisa das artes viveu por 14 anos. “A Nenê foi única e absoluta. Mesmo tendo vivido papéis muito importantes ao longo desses 51 anos, um deles a Fanny Richard, de Verdades Secretas, que vocês estão tendo a oportunidade de rever. Mas, a Nenê é a Nenê. Ela está no topo da minha estante. É impossível qualquer outro personagem ocupar este espaço na minha vida, não só pelo tempo que eu a fiz, mas também pela força que ela teve de comunicação e de retorno. Não tem jeito! Até hoje as pessoas sempre se aproximam e falam: ‘Aí Dona Nenê’… É sempre uma referência e uma alegria”, conta Severo.
A artista conta que consegue enxergar traços entre Nenê e Noca: ambas valorizam a forma como conduzem suas vidas. “Elas tiveram a capacidade de viver de uma maneira muito positiva questões que são muito profundas e complexas para nós, mulheres. Além do afeto, carisma e doçura que elas carregam. Principalmente o acolhimento e a empatia”, define a atriz.
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