*Por Carlos Lima Costa
Marieta Severo participou, de forma virtual, do programa Altas Horas e mostrou esperança no ano de 2022 que está chegando. “Desejo que no ano que vai entrar, nós, brasileiros, possamos lidar com uma vida mais alegre, positiva e construtiva. Que possamos resgatar a criatividade que o nosso povo tem sem esse discurso tão ruim de violência, de arma, de ódio, de estímulo à briga. A gente não é assim, não quer ser assim e não seremos assim no ano que vem”, comentou. Diante de convidados no palco do programa, como a influenciadora GKay, Marieta brincou: “Tinha que estar aí para me introduzir nesse mundo, porque a jurássica aqui não posta nada, nunca postou, não sabe nem como é que faz. Eu ia aprender muito”, disse ela, que estava online. “Comecei na internet e ela foi me levando, é uma onda que não tinha como evitar mais e estou aqui até hoje, gravando filme e série, virei uma personalidade, acredita?”, disse a influenciadora com 17 milhões de seguidores ávidos por seu humor.
OS TEMPOS DIFÍCEIS
Incredulidade e indignação com o período político que vivemos no Brasil com pequena parcela da população pedindo até a volta da ditadura. Foi dessa forma que a atriz Marieta Severo, a Noca de Um Lugar Ao Sol, reagiu durante sua participação no programa Altas Horas, ao relembrar ainda os anos 60, o golpe militar, o exílio na Itália com o então marido, Chico Buarque, e os dez anos que se manteve afastada da televisão. “Ficamos mais de um ano lá por conta desse período tenebroso que alguns clamam de volta, mas eu com a minha experiência, a minha vivência de ter passado por esses períodos todos digo que não tem nada pior. É insuportável você não ter liberdade e viver sem democracia”, desabafou ela.
E relembrou para Serginho Groisman que se afastar da TV foi uma opção. “Isso aconteceu durante a ditadura, essa época terrível que a gente espera que não volte nada semelhante. Existia uma censura e uma impossibilidade do Chico se apresentar na televisão e eu achava que não era justo eu me apresentar ele sendo censurado. Então, foi isso. Assim, fiquei uns dez ano sem fazer televisão. O motivo foi esse, não foi nenhuma opção profissional. Agora, eu quero fazer mais teatro. Aliás, comecei na TV e, no mesmo ano, também no teatro e no cinema. Adoro os três trabalhos e, muitas vezes, já os fiz ao mesmo tempo”, comentou.
Quando decretaram o AI-5, em 13 de dezembro de 1968, Marieta tinha acabado de encenar o espetáculo Roda Viva, no Rio. A peça ia para São Paulo, mas ela deixou o elenco por estar grávida da primeira filha. “Saímos do Brasil em janeiro de 1969 para ficar 20 dias e voltar, mas ai teve toda aquela história, Caetano (Veloso) e (Gilberto) Gil foram presos. E a gente recebia muito recado que se Chico voltasse ele seria preso. Eu estava com um barrigão, decidimos não voltar e Silvinha (a atriz Silvia Buarque) nasceu na Itália por causa disso”, recordou.
E Marieta vai começar o ano de 2022 com muitos projetos. Dia 7 de janeiro, ela e a sócia e comadre, a atriz Andrea Beltrão (a Rebeca de Um Lugar Ao Sol) vão inaugurar uma grande exposição de comemoração dos 15 anos do Teatro Poeira (completados em 2020), que com a pandemia já são 17. “O Teatro ficou fechado dois anos, conseguimos manter o espaço e os funcionários nesse período, então, quisemos fazer uma grande celebração. Uma das minhas maiores alegrias é encontrar com jovens que contam que estão fazendo a formação no Teatro Poeira. Então, é a nossa contribuição, é a poeirinha que a gente coloca, com curadoria de Bia Lessa. Ia ser do Aderbal Freire Filho, meu parceiro, mas acho que as pessoas sabem, ele teve um AVC. Depois, vamos reabrir, reinaugurar o Teatro Poeira com uma peça, eu e Andréa”, explicou.
E com muita alegria falou sobre a personagem da novela das 21 horas. “A Noca tem uma visão da vida sempre muito positiva. Na novela ainda vão mostrar o passado dela, passado pesado, mas ela não se alimenta disso. O que lhe interessa é o presente, o agora, a positividade dela é ir em frente. Eu acho ela muito lição de vida”, finalizou.
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