Em ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’, trama de Mauro Wilson, a atriz Mariana Nunes, interpreta a cirurgiã cardíaca Dra. Joana, tem uma função social de extrema importância com essa personagem. Afinal, ela quebra os paradigmas de trabalho dos atores negros na televisão trazendo representatividade, o que pode inspirar outras meninas negras a seguirem nessa profissão. “Essa é uma personagem que eu sempre quis ver na TV, aliás, gostaria de já ter visto essa personagem na minha infância e adolescência, porque médicas negras existem há muito tempo. Claro que depois das cotas nas universidades esse número aumentou, mas acredito que a televisão tem a responsabilidade de dar mais visibilidade a essa realidade que é cada vez mais comum”, ressalta a Mariana.
Recentemente, o Dr. Drauzio Varella, em seu portal, em conjunto com startup AfroSaúde, iniciou um mapeamento para entender o motivo pelo qual ainda é tão difícil encontrar um médico negro. Mas o resultado mostrou que, entre 2000 e 2017, o número de pretos e pardos graduados em universidades aumentou quase quatro vezes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), eles já são 50% dos alunos do ensino superior em geral, o que, considerando que representam 56% da população brasileira, é um número bastante significativo. Nos cursos de Medicina, a média é bem menor, mas também vem aumentando gradativamente.
A Dra. Joana carrega no peito uma paixão platônica por seu chefe, Guilherme, vivido por Mateus Solano e sonha montar por lá uma ala para atendimento gratuito e tem apoio de Rose, Bárbara Colen, no projeto. “A Joana é uma mulher incrível! Ama sua profissão e é uma excelente cirurgiã cardíaca. Também trabalha como voluntária num hospital público atendendo crianças. Ela é uma mulher muito ética. Tem valores muito corretos. Joana vive uma realidade muito comum a mulheres negras bem sucedidas profissionalmente: quanto mais ascensão a gente tem, menor é o nosso convívio com nossos pares. Isso tem melhorado, muito lentamente, muito lentamente. Eu, particularmente, ando muito cansada dessa realidade”, pontua.
Assim como Joana servirá de inspiração, Mariana revela ser muito fã de Taís Araújo. “Ela é minha musa. Admiro muito a forma como ela administra sua carreira, porque ser atriz é muito mais que derramar lágrimas em cena. Ser atriz é administrar sonhos, realidade, estudos, racismo, machismo, afetos, frustrações e alegrias também. Muitas vezes, a gente vive uma vida inteira em um mesmo dia. É muito cansativo física e emocionalmente. É muito importante manter o auto cuidado, fazer análise e ter pausas, mas a parte financeira é sempre uma questão. Mas seguimos fortes”, afirma.
Na novela, os quatro protagonistas Giovanna Antonelli, Mateus Solano, Vladimir Brichta e Valentina Herszage têm uma segunda chance pós-morte de retornar à Terra com a missão de refazer suas vidas em um ano. Mariana revela seus planos para o próximo ano. “No início do ano começo um trabalho longo e por isso não terei férias por agora, mas assim que acabar meu próximo projeto, meu desejo é fazer uma viagem longa”. E com o fim das gravações, a artista conta que está filmando o longa ‘Grande Sertão Veredas’, de Guel Arraes e Flávia Lacerda.
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