Maria Julia Coutinho: “Espero daqui para frente que a cor da pele de uma profissional não seja notícia”


“Sem dúvida é um momento muito importante da minha carreira, que vem sendo construída ao longo de 20 anos. Entrar para o plantão do JN foi uma decisão da direção da emissora, que deixou claro que minha trajetória até aqui me permitiu chegar a esse lugar”, disse ao site HT

* Por Lucas Rezende

Maria Julia Coutinho, 40 anos, está ligada nos 220V com a estreia, neste sábado, na bancada do Jornal Nacional – a mais importante do jornalismo brasileiro. Em conversa com o site HT, numa brecha na agenda corrida no Jardim Botânico, disse reconhecer que ainda é emblemático ser a primeira mulher negra na bancada do JN: “Espero que daqui para frente se torne cada vez mais comum e a cor da pele de um profissional não seja destaque ou notícia”.

“Sem dúvida é um momento muito importante da minha carreira, que vem sendo construída ao longo de 20 anos. Entrar para o plantão do JN foi uma decisão da direção da emissora, que deixou claro que minha trajetória até aqui me permitiu chegar a esse lugar”, completou.

Maju, que já apresentava o Jornal Hoje nos plantões de sábado, faz história, mas sofreu com o ódio racial nas redes. Seus boletins do tempo já acabaram sendo permeados – na internet – por comentários racistas.

William Bonner homenageou Maju Coutinho em seu Instagram

Se ela teme o mesmo amanhã, ao estrear no Olimpo do jornalismo? “Nesses últimos dias não tenho conseguido acompanhar muito as redes sociais, mas a repercussão que tive foi muito carinhosa. Se houver ofensas criminosas, agiremos como da outra vez, usando da lei para coibir. Para as coisas muito bobas, eu não dou ouvidos.”

Maju foi homenageada pela nova empreitada por William Bonner, que escreveu nas redes sociais: “Enfim, uma notícia para alegrar todo mundo. História de talento, de dedicação, de conquista. História, A equipe e a bancada do JN dão boas-vindas”.