Marcos Veras sonha voltar apresentar programas e sobre exposição na internet critica: “Virou um grande reality”


O ator volta aos palcos com “Vocês Foram Maravilhosos” e também antecipa lançamentos no Globoplay com “Turma da Mônica – Origens” e o longa “Vudu Delivery”. Com passagem marcante como co-apresentador do “Encontro”, ele planeja novos projetos na área de apresentação. Além disso, reflete sobre a exposição pública e o impacto das redes sociais. Ele atualmente é garoto-propaganda da Raffer, marca de moda masculina, e compartilha seu amor pela moda com seu filho, Davi, de três anos. A paternidade trouxe ao ator novas responsabilidades e esperanças, levando-o a refletir sobre a importância da presença paterna e a combater o machismo estrutural na criação de seu filho

*por Vítor Antunes

Um ator multifacetado e que já trabalhou em várias frentes, como apresentador e até radioator. Marcos Veras está de volta aos palcos com seu espetáculo “Vocês Foram Maravilhosos” no Teatro das Artes, em curta temporada, e que estreia na primeira semana de agosto, no dia 3. Além deste, antecipa a estreia de “Turma da Mônica – Origens”, no Globoplay e o longa “Vudu Delivery“. Por anos, ele ficou como co-apresentador do “Encontro”, e sonha voltar a apresentar programas. “Sempre gostei de apresentar e é um lugar que sempre gosto de estar, de exercitar. Tenho projetos nesse segmento e que em breve devem acontecer”. Além disso, ele fala sobre como colocar-se como pessoa pública num mundo que exige que os artistas – ele é casado com a atriz Rosane Mulholland, se exponham sempre e cada vez mais. Onde se dificulta equilibrar o que é público e o que é privado. “É cada vez mais difícil essa equação. Esse grande reality que virou a vida de todos nós pode ser muito nocivo. Ao mesmo tempo, ela está aí e faz parte da evolução tecnológica, é a nossa comunicação mais imediata e democrática. Ainda que possa ser rasa. O bombardeio de informações, de notícias e de conteúdo de gosto duvidoso pode nos deixar ansiosos, preguiçosos e burros”.

Atualmente, o ator pode ser visto como garoto-propaganda da Raffer, marca de moda masculina que, segundo ele, traduz muito de sua personalidade, e não apenas na dele, mas também na de seu filho, Davi, de 3 anos. “A Raffer me traduz na simplicidade, sem perder conforto e elegância. Cores e cortes com personalidade. E Davi fico uma lindeza. A Raffer combinou com ele”. Ainda segundo o ator, moda é um assunto que sempre fez parte do seu cotidiano, mas nunca foi algo decisivo, do qual se fez refém. “Adoro moda, mas não me submeto a ela nem às tendências das estações que mudam a cada temporada. Aposto sempre no básico, mesmo que vez ou outra ouse um pouco mais nas cores e estampas. Acho que o básico me acompanha. Moda para mim tem a ver com identidade, conforto. E Davi vai pelo mesmo caminho. Inclusive em fazer valer seu gosto por alguma peça”.

Moda também é arte. Eu sou diverso, assim como o Brasil, sempre que eu puder buscar a alternância de veículos, isso me deixará feliz. Fazer uma campanha com meu filho me trouxe mais uma possibilidade de exercer a minha arte – Marcos Veras

Marcos Veras e Davi, seu filho, em campanha para a Raffer (Foto: Priscila Nicheli)

A CARA DO PAI

Davi, filho de Marcos Veras, tem três anos. Ou seja, há três anos que ele está aprendendo a lidar com o que a paternidade exige: “Eu aprendo todos os dias sobre amor, respeito, confiança. Educar é uma missão desafiadora. Mas acredito que criar um filho é transformador. É se educar também. É se reeducar como homem, artista. A paternidade me trouxe, claro, mais responsabilidade mas também mais esperança”. Espernaça que aliás poderia estar presente no dia-a-dia dos homens brasileiros. O Brasil ainda é um dos países que mais tem problemas com abandono paterno e não reconhecimento de paternidade. Em 2023, dos 2,5 milhões nascidos no Brasil, 172,2 mil deles têm pais ausentes — quantidade 5% maior do que o registrado em 2022, de 162,8 mil. Os dados são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

Marcos Veras e Davi são parceiros até para escolher roupas (Foto: Priscila Nicheli)

Para Marcos, “Isso é fruto do machismo, do patriarcado que infelizmente nos formou e que ainda faz parte da vida de muitas famílias. É histórico o homem achar que pode fazer um filho e a vida seguir como antes, de maneira irresponsável, ausente. É um dado que me envergonha como homem Eu sempre estou atento a esses comportamentos para que não se manifeste em mim e principalmente no meu filho”.

Os homens foram criados numa geração de machismo estrutural. Para o ator, é um grande desafio não fomentar modelos machistas junto ao seu herdeiro. “Sou de uma geração que ainda foi criada no machismo, no patriarcado. Mas também faço parte de uma geração atenta, que fala sobre isso, que tenta mudar, reverter comportamentos. E minha esperança e intenção é que a geração do meu filho não repita determinados comportamentos. Hoje ele é cercado de amor e respeito. Que isso se reflita nele em todos os setores da sua vida”.

Marcos Veras e Davi (Foto: Priscila Nicheli)