*Por Brunna Condini
Marcelo Serrado continua investindo em sua pluralidade artística, fazendo muitos trabalhos ao mesmo tempo e tem dado muito certo. Mas tudo respeitando seu ritmo. Aos 54 anos, o ator se prepara para começar a gravar a nova novela das 19h da Globo, ‘Cara e Coragem‘, fazendo par romântico com nada mais nada menos que Paolla Oliveira. Além disso, produz roda de samba e lança filme entre amigos. Em ‘Galeria Futuro‘, acompanhado de Otávio Muller, Ailton Graça e Luciana Paes, que conta na telona uma história inusitada sobre o encontro do passado com o futuro. No entanto, na vida, o ator quer mesmo é estar no presente, onde a ansiedade diminui. Recentemente, ele tornou pública a síndrome de pânico que o acometeu durante a pandemia, com o intuito de mostrar que mesmo sendo bem-sucedido e tendo privilégios, ninguém está imune a ter um transtorno destes e precisar olhar para a saúde mental.
“Senti as mãos formigando, os pés gelados e o coração disparado. Era uma sensação horrível que não passava. Liguei para um clínico e fui medicado. Tive uma segunda vez em um hotel em Curitiba. Ir para hotéis me remetia a crises. As vezes tem postagens de todos sorrindo felizes, mas a vida não é assim! É apenas um frame de um momento por isso é importante olhar pra dentro e se cuidar”. E revelou também que Catarina, sua filha de 15 anos com Rafaela Mandelli teve crises do transtorno: “Ela não viveu os 15 anos dela, ficou trancada em casa, acho que isso pode ter desencadeado o problema”.
Em depoimento sincero, com o intuito de fazer um alerta, ele completou: “A gente não escolhe isso, é brutal, e, às vezes, os médicos minimizam, mas tem gente que não aguenta e se mata. Mas estou medicado e passo bem, me trato com remédios e meditação”.
De lá para cá, tanto pela saúde do corpo e da mente, quanto pela novela – Marcelo será um dos protagonista ao lado de Paolla como um dublê de cenas de ação -, o ator precisou perder peso e adotar uma rotina de atividades físicas. “Aderi à uma dieta sem gorduras e evito carboidrato à noite. O mais difícil é mesmo ter essa disciplina de malhar todo dia e ficar ligado na alimentação. tem que ser muito tenaz”. E pondera sobre o que ficou melhor após os 50: “Sem dúvida, a maturidade e calma que adquiri. Deixar a vida correr um pouco mais”.
Passado, presente e futuro
Fazendo uma conexão entre o passado e o presente, a comédia ‘Galeria Futuro‘, dirigida por Fernando Sanches e Afonso Poyart, chega aos cinemas dia 18, abordando a decadência do comércio das grandes metrópoles, de amizade, nostalgia e evolução pessoal. O longa mostra a ameaça de fechamento de uma galeria tradicional no Centro do Rio de Janeiro, que já teve um passado de luxo e glória. No presente, à beira da falência, recebe uma proposta milionária para transformar o espaço em uma Igreja Evangélica. O personagem de Serrado, o lado de Ailton Graça, Luciana Paes e Otávio Muller, tenta salvar o lugar após achar um baú com uma substância alucinógena dos anos 70, capaz de realizar os desejos de quem a consome. Se encontrasse uma pílula capaz de realizar desejos, como no filme, o que pediria? “Com certeza, um país mais justo. Com harmonia e igualdade para todos”.
E se pudesse promover o encontro do passado com o futuro, que momentos escolheria para isso? “Ah, voltaria para minha infância, em Arraial do Cabo, com meus amigos, à aquela época. Com o Marcelo que eu sou hoje. Acho que esse seria um ótimo encontro”.
O ator também comenta o fato de além de comércios tradicionais na cidade, tantos teatros terem dado lugar a igrejas: “É uma pena, mas faz parte da especulação imobiliária. Acontece no mundo inteiro. Mas também temos que pensar que têm teatros reabrindo, como o do Copacabana Palace, por exemplo. E outros abrirão. Um dia, algumas igrejas também podem vir a se transformar em teatros, olha que coisa boa seria?”.
Samba para retomar
Marcelo Serrado, que também é músico e produtor, comanda desde o último final de semana uma roda de samba na na Vila Astrid, em Santa Teresa. O projeto Samba de Vinil, ainda contou com feijoada, mas segundo o ator, respeitando os protocolos sanitários. Os convidados só podiam entrar no evento com o certificado de vacinação. Na estreia, muitos famosos marcaram presença como Suzana Pires, Thalita Rebouças, Rodrigo Lombardi e Fernanda Vasconcelos, entre outros. O ator revela como foi voltar a socializar e se ficou apreensivo por conta da Covid: “Não tive medo. Foi um momento para celebrar a vida. E as pessoas precisavam comprovar a vacinação para estarem lá, além de medir a temperatura na porta. Foi uma roda de samba meio teatral, com grandes músicos, direção da Claudia Eliseu. Quisemos fazer uma roda diferente, com música e personagens. Nos sentimos seguros. Temos que voltar, né? Ninguém aguenta mais”.
E avisa que pretende retomar a trajetória com a música: “Estou gostando muito de voltar a cantar, tocar. Sempre tive banda a vida toda e quero tentar seguir agora com as duas coisas, a música e a carreira de ator. Vai ser bacana! Vou tentar, mesmo com a vida corrida. Estou bem animado”.
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