Marcello Camargo, filho de Hebe, retoma direitos de imagem da apresentadora e revela: ‘Não vivo momento de fartura’


Filho da apresentadora mais amada do Brasil, Hebe, que morreu em 202, Marcello Camargo revela à youtuber Joanna Maria, que vive entre Brasil e Islândia, que, somente agora, quase 13 anos depois da morte de sua mãe, é que ele passou a ter o direito das imagens da rainha da TV, algo que até então era restrito a Cláudio Pessutti (1950-2021), seu primo, que morreu vítima da Covid. Marcello comenta que sempre perguntam se Cláudio foi 100% honesto com ele: “Se ele foi (honesto) ou não, não somos nós que vamos julgar. Deixo nas mãos de Deus. Confiei e pronto”. Abre o coração a respeito da atual fase financeira, fala sobre o seu programa, ‘Café com Selinho’, e também sobre fazer um evento chamado “Chá da Tarde”, onde exponha e/ou venda para colecionadores alguns itens que eram da mãe. Dentre os quais, alguns carros de luxo

*por Vítor Antunes

Marcello Camargo, filho da apresentadora Hebe Camargo (1929-2012), afirmou à influencer Joanna Maria, à frente do seu canal homônimo do YouTube, ponderar sobre haver deixado o espólio da sua mãe com o seu primo Cláudio Pessutti (1950-2021). De acordo com o herdeiro, “não me arrependo de ter feito o que fiz. Faria de novo? Não sei. Como o Cláudio sempre foi considerado como a um irmão para mim, o meu tutor, eu confiei nele”. Perguntado se acreditava ser Claudio plenamente honesto com as finanças de Hebe, o filho da rainha da TV foi cauteloso. “Eu sempre acreditei em sua honestidade. Muita gente pergunta se ele foi honesto 100% comigo. Eu confiei nele, que sempre cuidou de mim, mas a honestidade é de cada um. Não é algo que eu vá investigar. Eu confiei e pronto. É aquilo e está certo”. Somente agora, uma década após o falecimento da apresentadora, Marcello assumirá os direitos de imagem da mãe. “Qualquer coisa que façam sobre a Hebe tem que ter a minha autorização. Tudo está sob minha tutela, incluindo o acervo pessoal: das roupas, sapatos, bolsas e troféus, ao capacete do Ayrton Senna (1957-1994) de série limitada”.

O filho fala sobre a atual fase que é delicada, segundo ele, “O momento que vivo não é de fartura”. Marcello afirma que não pretende fazer um novo filme sobre a mãe, ainda que não goste daquele realizado por Maurício Farias – “Hebe, a Estrela do Brasil” e no qual a protagonista é vivida por Andréa Beltrão. Destaca como primorosos o musical e o livro feitos sobre a diva, ainda que neste último, “Hebe: A Biografia“, escrito por Artur Xexéo (1951-2021), o nome de registro da artista esteja errado. “Não é Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani. É Hebe Camargo, apenas”. Numa parceria com o SBT-Interior, o programa “Café com Selinho“, apresentado por Marcello no YouTube é retransmitido. A emissora, inclusive, produziu um documentário exclusivo em homenagem à apresentadora, integrando uma programação especial dedicada ao Dia da Mulher.

Hebe Camargo: os direitos de imagem da apresentadora voltou às mãos do seu filho (Foto: Divulgação)

FAMÍLIA

Hebe Camargo faleceu em 2012. Detentora de grande fortuna, de posses e diante da sua fundamental importância para a historiografia da televisão brasileira, a apresentadora teve seu espólio, de valor inestimável, destinado para administração pelo seu sobrinho, Cláudio Pessutti, cabendo a ele, zelar não apenas pelos seus bens, mas pela imagem dela, com a anuência de Marcello Camargo, filho único da diva. Agora que teve os direitos de imagem sob sua responsabilidade, especialmente após o falecimento de Cláudio, vitimado pelas complicações da Covid-19, o filho da apresentadora afirma que “não vive um momento de fartura”, inclusive não dispõe sequer de plano de saúde. “Minha mãe pagava para mim um que era o melhor. O Cláudio pagava outro igualmente muito bom e, agora, eu não tenho nenhum (…). Moro numa casa simples, ainda que confortável”. A casa da apresentadora, servia de locação para o programa que Marcello tem no YouTube, mas teve que sair de lá. “Quando Cláudio estava vivo, eu gravava lá o programa ‘Café com Selinho’ (…). Depois, quando ele faleceu, eu respeitei, o luto da Helena, sua esposa, e acabei criando um espaço para esta finalidade”.

Ainda na mesma entrevista exclusiva à youtuber Joanna Maria, Camargo diz que “muita gente questiona se fui ingênuo ou não. O Cláudio era visto por mim, desde quando eu era muito pequeno, como a um irmão. Tanto que quando minha mãe conheceu o Lélio Ravagnani (1922-2000), e eles viajavam todo final de ano para o exterior, eu ficava com Pessutti. Quando minha mãe faleceu, eu estava um bagaço, não tinha condições de pensar nas coisas. Poderia eu, no dia seguinte, estar querendo saber o que ela tinha (de bens)? Sem condições. Confiei totalmente nele”.

Marcello Camargo apresenta o “Café com Selinho” no YouTube e no SBT-Interior (Foto: Reprodução/Instagram)

Detentor atual dos direitos de imagem que se relacionam à apresentadora, pois que estes também estavam sob a égide do falecido parente, Marcello diz que Cláudio acertou quando fez o musical e a biografia literária – ainda que nesta última o nome de Hebe esteja errado. Quanto ao filme, Marcello diz “achar que seria ao mesmo nível do musical. Me decepcionei com isso e hoje algo assim não corre mais esse risco de acontecer”.

Hoje qualquer coisa que se faça sobre Hebe tem que ter a minha aprovação. Tudo depende só de mim. Não me arrependo. Faria de novo? Não sei. Hoje, eu tenho condições emocionais de trazer toda essa responsabilidade e, nas minhas orações peço orientação à minha mãe. As respostas de Deus são imediatas – Marcello Camargo

Quanto ao acervo de Hebe, Camargo foi ajudado por Helena Pessutti, esposa de Cláudio, a catalogar seus bens. Hoje, eles estão abrigados num espaço temático cuja curadoria coube à Lydia Sayeg – empresária e joalheira da centenária Casa Leão e amiga pessoal da apresentadora – dedicado à Hebe em Cidade Jardim, bairro nobre de São Paulo. A intenção, inclusive, é que a casa seja aberta para festas. Marcello seguirá fazendo palestras falando sobre a sua mãe, por todo o Brasil nas quais leva os itens pessoais da apresentadora para que o público tenha acesso. Segundo ele, é uma forma de apresentar a Hebe verdadeira ao seu público.

Marcello Camargo é o responsável pelo acervo da sua mãe (Foto: Reprodução/Instagram)

Para os planos de futuro, Marcello promete ficar mais atento às próprias finanças e cogita seguir o aconselhamento de amigos e fazer um evento chamado “Chá da tarde” onde exponha e/ou venda alguns itens que eram da mãe. Dentre os quais, alguns carros de luxo. “São cinco Mercedes. Três delas são de posse da Helena e duas estão comigo. A intenção é vender ao menos uma delas”. O apresentador também celebra o fato de que o SBT-Interior, retransmissora da TV paulistana, tenha produzido um documentário sobre a apresentadora, algo que se soma àquele produzido pelo Globoplay. Este foi exibido pelo canal do SBT e também está sendo disponibilizado de forma gratuita no YouTube do “Café com Selinho,” em dois episódios. O primeiro já está disponível no canal.

Sempre discreto no que tange à vida pessoal, Marcello confidenciou à youtuber que passou por um relacionamento conturbado recentemente e que hoje está solteiro. “Enfrentei uma separação muito dolorosa. Sofri muito. Meu coração está solitário. Foi uma separação dolorosa. Sou difícil de gostar, mas quando eu gosto, gosto muito. É uma pena quando não seja dado o verdadeiro valor a alguém que te ama, te enaltece e admira”, lamenta.

Marcello Camargo concedeu, com exclusividade, a entrevista à influencer Joanna Maria, que sempre posta conteúdos informativos com muita descontração em seu canal no YouTube. Capixaba de nascimento e islandesa de coração, a comunicadora reside com o marido naquele país, mas não mantém as suas raízes. Atualmente, inclusive, está na capital do Espírito Santo, local onde realizou o bate-papo com Camargo. A esposa do islandês Ólafur Gíslason, mora na capital do país nórdico há uma década e meia. Em seu canal, ela compartilha conteúdos diversos, com muito bom humor e intimidade com o seu público, majoritariamente feminino, a quem chama de “comadres”. A elas apresenta também as características culturais da Islândia e do seu estado natal. Este elo de amor que nos faz afirmar que é possível, sim, haver Fiskibollur – bolinho de peixe – na moqueca. Através de Joanna houve a maior ligação internacional possível. Aquela que une Terceira Ponte, erigida sobre a Baía de Vitória, à Gullni Hringurinn – a rota mais famosa da Islândia, que inclui diversos gêiseres, borbulhantes fontes termais e cachoeiras. É a multicultura do afeto.