Marcella Muniz convoca atores a contribuírem com técnicos dispensados de ‘Amor sem igual’ neste período de Covid-19


Com a pausa nas gravações da novela, por conta da pandemia de coronavírus, atriz respeita o isolamento social e usa a internet para manter contato com os três filhos e o neto, além de fazer o possível para socorrer os profissionais mais afetados pela falta de trabalho

*Por Simone Gondim

A pandemia de coronavírus trouxe a necessidade de isolamento social e perguntamos à atriz Marcella Muniz como estão seus dias: as gravações da novela “Amor sem igual”, da Record, foram suspensas, assim como a maioria das idas à rua, e os encontros em família deram lugar a conversas pela internet. “Estou em casa, mas vejo meu neto todo dia pelo Facetime e faço essas conversas online com meus filhos. Salve a tecnologia!”, diz ela. A solidariedade também é ponto importantíssimo. “Estou juntando meus colegas que estão contratados para ajudar nossos amigos da equipe técnica da novela que foram dispensados da produtora até que tudo volte ao normal”, acrescenta.

Aos 53 anos, Marcella é pura vitalidade e boa forma. O segredo? Levar a vida de forma leve. “Não sou escrava da beleza. Namoro, me exercito, tomo meu vinho e tento rir o máximo possível. Cuido da cabeça, da saúde e tenho minha fé. Simples assim”, revela. A cabeça das mulheres de 50 anos, aliás, é o tema do projeto que a atriz pretende levar aos palcos em breve. “Quero falar sobre esse ninho vazio, quando os filhos se vão e fica muito espaço em casa, aquele silêncio”, conta. “Sofri muito quando meu último filho saiu, que foi a Tata (a também atriz Thais Müller). Quase morri. Quando vi o quarto dela vazio, chorei, chorei, chorei. Aí, levantei e disse: Bora, Muniz! Você acabou de chegar da gravação e tem 20 cenas para decorar para o dia seguinte”, lembra ela.

“Não sou escrava da beleza”, diz Marcella Muniz (Foto: Vinicius Mochizuki)

Para a atriz, chegar aos 50 anos, que um dia pareceram tão distantes, traz algumas questões. É hora de lidar com as dores que se instalam no corpo e encarar a chegada da menopausa, além de dar atenção ao físico e à mente. “É preciso buscar a sabedoria e saber se cuidar. Olhar para a sua estrada e agradecer”, afirma ela. “Fazer-se de surda também é importante. Tenho exercitado muito isso, ultimamente”, confessa, em tom bem-humorado.

A vida profissional segue intensa. Além de gravar a novela “Amor sem igual”, Marcella poderá ser vista nos cinemas, em “O meu é meu, o seu é nosso”, com estreia prevista para o segundo semestre de 2020. A atriz também foi a Rondônia para as filmagens do longa-metragem “VR”, no qual interpreta a protagonista Maria Rita. “Rodamos no meio do mato, foi a maior experiência da minha vida. Pegava um barco, andava de moto 30 minutos no meio do mato, depois apanhava mais um barco e atravessava um barranco para chegar ao set. Tudo sob um calor de 60 graus, contracenando com uma bolinha (câmera 360 graus). Superei meus medos e ainda fiz um dos trabalhos mais gratificantes da carreira”, recorda.

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Com mais de quatro décadas de vida profissional, Marcella deixa claro que seu melhor papel é o de mãe. Além de Thais, ela tem outros dois filhos: a advogada Priscilla Montes e o músico Thiago Müller. “Somos muito unidos, formamos um time”, garante a atriz. “Poderia estar muito melhor? Poderia. Mas dei uma pausa grande para criar os pequenos, porque quando a Pri nasceu eu tinha 16/17 anos e não tive condições de fazer isso. Achei que era um momento familiar que eu precisava viver”, explica. Ao todo, são 21 novelas no currículo, somadas a filmes e peças de teatro.

Há três anos, a vida em família ficou ainda mais doce para Marcella. O responsável é o neto Gael, primogênito de Priscilla. A atriz se define como uma avó babona e apaixonada, que faz questão de ser o braço direito da filha nos cuidados com o menino. “Sou uma avó presente, que ajuda, brinca, rola, leva na escola e dorme com ele, mas respeitando a educação dada pelos pais, até porque minha filha e meu genro se superam nesse quesito”, conta. “Meu maior orgulho é ver a Pri ser essa mãe. Passamos tantos perrengues… Cresci com uma menina no colo, mas se me perguntarem o que é uma vida sem filhos, não saberia responder”, ressalta.

Fora das telas e do palco, Marcella exerce outra paixão: cozinhar. Formada em gastronomia, ela tem uma empresa voltada para cardápio saudável, focado em sopas, chamada C’est Potage. “Comecei a me virar na cozinha por necessidade. Fui mãe cedo e tinha uma boca para alimentar”, recorda. “Os anos passaram, tive mais dois filhos e veio a preocupação de uma alimentação mais saudável. Assim, comecei a ler, pesquisar e me apaixonar pela arte das panelas. Também vi que a gastronomia era uma parte social e familiar muito importante. Foi aí que comecei a experimentar receitas, com os meus meninos presentes. Sentávamos para apreciar a comida e percebi que aquele momento era único em meio a uma vida cada vez mais corrida. Tudo isso me fez buscar o sonho de ser dona do próprio negócio”, complementa.