Mãe da pequena Lulu, 4 anos, que viralizou nas redes e tem 7mi seguidores, Maju Mendonça conta como lidar com o sucesso

Hoje em dia a visão da espontaneidade das crianças nas redes sociais nos fazem ter momentos de alegria e fazer uma viagem em nossas memórias afetivas. Especialmente, na vida da família Mendonça. Os pais da mini-comunicadora Lulu – estes oficialmente profissionais do ramo, a jornalista Maju Mendonça e o radialista Arthur Cardoso – compartilham não apenas o dia-a-dia da família, mas as peripécias da menina, que é uma graça. Fofa, desenvolta, carismática, e por que não dizer, fenomenal. O Instagram e o Tiktok dos papais somam 7 milhões de seguidores com o dia a dia de Lulu. No TikTok, inclusive, chegaram a atingir quase 45 milhões de views. E tudo muito orgânico e despretensioso. O casal postou um vídeo no qual Luísa era entrevistada pelos pais. Esse conteúdo viralizou. Agora, tudo indica, vem mais um comunicador aí. Maju está grávida de José Vicente.

Dentro do que se entende como maternidade, tudo é relativo, personalíssimo. O que surgiu como uma brincadeira, um “mamãe vai brincar com você, eu sou jornalista, vou te entrevistar”, acabou se transformando. Um milhão de visualizações de um dia para o outro, além de muito afeto e ternura. Sobre o cuidado com a inocência da menina, Maju ressalta: “É óbvio que a gente tem que ter cuidado em tudo. Infelizmente, o risco está espalhado, o mal está em qualquer lugar. A gente faz o máximo para proteger, então tem coisas que a gente não posta, e quando faz avalia que mensagem está transmitindo”. O casal acaba de ser indicado ao prêmio IBest 2024, comemoração da web. Maju concorre na categoria Família e Arthur como Tiktoker do Ano.

Arthur Cardoso, Maju e Lulu, sucesso na web). Ela vai ganhar um irmãozinho em agosto (Foto: Divulgação)

Maju e Arthur são comunicadores formados. Teria essa atividade profissional, influenciado Lulu? Para Maju, sim: “Imagino que tenha. A gente conversa muito com ela, sempre conversou, desde a barriga. Acho que tem uma carga genética nisso, e características muito pessoais dela. A acho que são as duas coisas. Tanto o de estimular no sentido de conversar, de incluir ela nas conversas, de dizer o que pensa, dizer o que sente, fora esse lado comunicativo muito forte, que ela sempre teve desde muito novinha. Hoje ela brinca de falar inglês, sabe algumas palavras, vai falando do jeitinho dela. Essa liberdade é muito importante”.

Maju Mendonça, de 40 anos, e Arthur Luis Cardoso, de 47, estão juntos desde 2008, casaram-se em 2011 e não planejavam ter filhos… Porém, dentre as surpresas que a vida propõe, surgiu uma gravidez em meio a uma suspeita de menopausa precoce e a uma pandemia. O mundo parou em 16/03/2020. Lulu nasceu no dia 19 daquele mês, e em meio a um isolamento que desembocou numa falta de rede de apoio, já que a família reside em Brasília e os parentes de ambos, no Paraná e no interior de São Paulo. “Então, acho que foi muito especial ali, a gente criou uma conexão muito especial também. Nós tínhamos amigos que vinham pela janela olhar a Luísa. Sabe aquelas cenas que a gente via no jornal, assim, das mulheres olhando pela janela? Acho que os amigos que vinham ficavam olhando a Lulu ali, foram acompanhando o crescimento da Luísa ali por um bom tempo, porque eu não saía mesmo, eu tinha bastante medo, acho que tava tudo muito assustador assim, então eu não saía com ela de jeito nenhum, a gente tomava sol na janela e de vez em quando eu descia com ela, mas tinha, olha, tinha pânico, assim, me deixou bem assustada”.

Agora, ante à responsabilidade de falar com tanta gente ao mesmo tempo, e com mais um bebê a caminho, eles são ciosos da responsabilidade, porém não querem oferecer aos seguidores a ideia de que possa existir uma família perfeita. “Não é algo que a gente quer impor para as pessoas. Acreditamos nisso, mas não esperamos que os outros sejam assim”, afirmou Arthur.

Lulu e sua espontaneidade sucesso nas redes sociais (Foto: Camila Borges Luz)

Maju Mendonça e Lulu. Parceria, comunicação, afeto (Foto: Camila Borges Luz)

Aliás, o fato de estarem agora esperando por um menino, redesenha um pouco da criação. Ambos estão focados em não reforçar estereotipações e elementos que reforcem o machismo ou cobranças para que o menino performe alguma semelhança com Luísa. Segundo Maju, eles recebem muitas perguntas nesse sentido. “Não estamos criando expectativas. A gente quer muito fazer por ele o que a gente sempre fez pela Lulu, que é dar muito amor, acolher os sentimentos, acolher em cada demanda, cada choro. Nos esforçamos como pais em fazer por ele o que a gente sempre fez por ela. E nesse sentido, queremos que ele se sinta muito amado, muito desejado”. Diferentemente da Lulu, a gravidez José Vicente foi planejada.

Maju, Lulu e o carinho com José Vicente. A família aumentando (Foto: Camila Borges Luz)

Maju Mendonça: A maternidade real e como administra a exposição de filhos para quase 7mi de seguidores

 

ESPELHOS

Luísa e José Vicente, que está a caminho, filhos de Maju e Arthur, ganharam esses nomes por conta da referência familiar. O que remonta a uma profunda relação do casal com esses princípios. “Luísa recebeu este nome por uma referência ao avô do Arthur, Luiz, que ele ficou viúvo com 36 anos e 5 filhos para criar. Ele morreu aos 96 sem nunca ter casado de novo. Já o José Vicente é uma homenagem ao meu pai e ao meu sogro. Ele faleceu há três anos e ele se chamava José. E o meu sogro se chama Joaquim Vicente”. A chegada do menino, inclusive, traz para Maju o questionamento sobre como lidar com o pequeno e as redes sociais. “Como a gente faz as coisas tudo de forma muito natural e orgânica, não chegamos a falar sobre isso ou desenvolver alguma estratégia pensando na chegada do José. Não sabemos. E essa gestação eu sinto que acontece muito rápido. As pessoas me perguntam se eu já fiz enxoval, por exemplo, e eu me vejo ali correndo, no sexto mês”.

Lulu com a mãe, Maju. A importância dos cuidados nas redes sociais (Foto: Camila Borges Luz)

A recepção da notícia de que ganharia um irmãozinho foi bem natural para Lulu. “A gente sempre gostou de compartilhar tudo com ela, então assim que ficamos sabendo, contamos, foi aquela emoção, e sentamos para conversar com ela. Lulu  nunca foi de ficar pedindo um irmãozinho, mas ela amou, reagiu super bem, ela ficou feliz, teve uma reação fofa”.

As pessoas se veem ali, nas redes sociais  e acabam se espelhando no casal e no ideário de uma vida perfeita e a internet fala muito sobre comparação, e esta, de várias formas. Não apenas com isso, mas também, na comparação entre crianças. Essa questão também é um ponto de zelo de Maju. “Como mãe, é algo quase inevitável, que a gente precisa fazer sempre, em não comparar. Hoje, na segunda gestação, eu já estou mais tranquila. Mas isso pode trazer um peso sobre você, sobre a sua maternidade, sobre o seu filho. José Vicente vai nascer em agosto. Temos sempre de ficar atentos ao que está dentro do previsto e observar os nossos filhos”

Não podemos criar peso na nossa maternidade, sobre os nossos filhos. Luísa, por exemplo, demorou um pouquinho a mais para rolar, eu me preocupei e contratei uma fisioterapeuta. Hoje eu olho pra trás e vejo que não precisava. Como pais temos um monte de receios. A gente quer saber, ter certeza que tá fazendo tudo certo e dando os melhores estímulos pro melhor desenvolvimento – Maju Mendonça.

Maju prossegue dizendo: “A gente leva uma vida muito familiar, muito caseira, gostamos muito de estar entre nós. Claro que a gente fica super feliz com o carinho das pessoas, somos muito gratos. Mas, somos todos iguais, temos que respeitar o próximo, que ninguém é melhor que ninguém. E tem alguns cuidados que a gente tem com a Lulu, por exemplo, de dia a dia mesmo, de não expor algumas questões, como ela chorando, fazendo birra… A gente quer que quando a Lulu assista a esses vídeos no futuro, goste do que for ver. A gente recebe muitas mensagens nesse sentido, daquilo que os nossos vídeos transmitem para as pessoas. E é isso que a gente quer passar, esse amor entre a família, estimular as coisas boas”.

Exemplo da geração Alfa, Lulu fotografando a mãe (Foto: Camila Borges Luz)

MATERNAR

Conforme relatado anteriormente, cria-se que Maju não pudesse engravidar, por conta de uma suspeita de menopausa precoce, além do alto volume de trabalho. Mas o pensamento sobre maternar chegou. “Quando eu estava com cerca de 30 anos, veio essa questão da possibilidade de não ficar grávida e não estava disposta a fazer tratamento, porque é muito desgastante, uma carga hormonal muito grande. Então, quando eu comecei a pensar e a sonhar com isso, eu tive já logo de cara essa informação, deixei de lado. Um ano depois eu estava grávida da Lulu. Mesmo com o ovário atrofiado, e com o hormônio que mostra a fertilidade alterado também. De modo que descobri a gravidez da Lulu já com quase 11 semanas de gravidez”. 

Luísa nasceu bem no início da pandemia. Fase turbulenta para o mundo todo, especialmente para quem estava numa condição mais desafiadora, aprendendo a ser mãe. É o que Maju conta: “Em vários aspectos foi muito desafiador porque nós éramos pais de primeira viagem, não temos família em Brasília, então não tinha avós, tias, nem da minha parte, nem da parte do Arthur. Então a gente não teve rede de apoio em casa, assim, não tivemos nada. E, por outro lado, acho que foi muito transformador e um momento de muita descoberta e conexão com a Luísa. A pandemia acabou permitindo, que a gente vivesse da forma mais intensa possível, tudo que é possível dentro da maternidade, da paternidade. Eu não sabia direito, trocar uma fralda, colocar um macacãozinho, um body, enfim, aí a gente vai aprendendo. Acho que foi muito especial, a gente criou uma conexão também“.

Sobre o puerpério e sobre o pós-parto, que é um assunto recorrente entre as mães a influencer e jornalista relata que o parto da primogênita foi cesariano, também costuma nortear a discussão das mães gestantes. “O pós foi muito tranquilo, sem dor, e essa parte física me ajudou muito. Com relação à questão mental, eu acho que eu estava naquele momento, como outras mães, preocupada com a pandemia, com receio, com um bebê recém-nascido e cujo pai precisava trabalhar que eu não conseguia pensar no puerpério em si. Não sei como vai ser do José Vicente, agora tá um pouco mais tranquilo, a gente está mais à vontade”.

Outro assunto sobre o qual tem se falado bastante é a educação positiva, que faz com que as crianças cresçam com melhor autoestima e com noções mais claras de liberdade, responsabilidade e respeito. “A gente recebe um elogio, olha que legal, vocês agiram dessa forma e tal. É o coração ali. A gente não consegue fazer diferente. Acreditamos que deva haver respeito e que o respeito cabe em todos os lugares, em todas as relações. Acho que cada um tem uma realidade e vai aplicando ali o que entende ser melhor dentro da sua realidade, da sua família, dos seus filhos. A gente tá escolhendo o nosso caminho, colhendo os frutos das nossas escolhas, mas a gente também é muito aberta a mudar a rota quando a gente percebe que o caminho de repente não tá fazendo os melhores resultados”.