* Por Carlos Lima Costa
Como uma força da natureza, a atriz Lorena Comparato, que, no momento, colhe os frutos de seu trabalho em Rensga Hits, no Globoplay, e Cine Holliúdy, na Globo, além das séries Impuros e em Não Foi Minha Culpa, é agitada desde os tempos de criança e vive emendando projetos. “Na escola, davam duas notas, a da prova com os deveres de casa e a do esforço. Eu era nerd, estudava demais, tinha notas muito boas, mas era no esforço que eu me dava melhor e pelo qual sempre ganhei as notas máximas. Realmente tenho essa característica. Vou me esforçar sempre para acertar, para fazer o meu melhor. Recentemente, fui diagnosticada com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e as pessoas têm muita falta de informação sobre isso. Não é só uma pessoa que vive no mundo da lua. Tenho hiperatividade, não paro quieta, não consigo dormir e tem uma questão do multifoco e do hiperfoco”, enfatiza.
Além de entreter com sua arte, a atriz usa sua voz para exercer uma função social, mesmo em um momento de dor e medo, como aconteceu, em junho, quando revelou ter sido diagnosticada com um câncer de pele no seio direito. “Quis abordar publicamente para servir de alerta. Algumas pessoas vieram falar comigo que foram no médico por minha causa, fiquei feliz por que essa é uma influência positiva que a gente tem que usar como artista”, avalia, enfatizando a importância de não deixar de ir a um médico caso se tenha qualquer alteração no corpo. “Quando surgiu uma pinta, eu enviei foto para a minha dermatologista, que me dizia para ir ao consultório dela. Fui displicente, ainda mais com a pandemia. Só fui quando chegou um momento em que a pinta sangrava muito e era incômoda. Até brinquei: ‘Só não me diz que é câncer’. Sou muito brincalhona, mas aí o rolê ficou sério, veio um medo absurdo, me deu um frio na espinha. Mas ela não podia dar um diagnóstico sem fazer uma biópsia. Tive a infelicidade de ter um câncer de pele, mas, ao mesmo tempo, foi um susto menor por ser um câncer de fácil tratamento. Essa é uma doença invasiva. Me emociono com as pessoas que têm câncer mais severos. No meu caso, era basocelular, cuja chance de metástase é pequena. Era só retirar o sinal com uma margem e aguardar a biópsia para ver se na margem tinha alguma célula cancerígena e no meu caso não tinha”, relembra.
FOCO NA CULTURA NORDESTINA
Passado o susto, o momento é de acompanhar a reação do público com os recém-estreados trabalhos. Nesta segunda temporada de Cine Holliúdy, a personagem de Lorena ganha destaque. “É uma felicidade estar neste projeto que tem uma importância muito grande de enaltecer o Nordeste brasileiro, principalmente o Ceará, com conotação muito fofa e delicada. Existe um movimento equivocado de generalizar toda a região. Assim como no Sudeste, no Sul, no Norte e, no Centro Oeste, cada estado do Nordeste tem a sua peculiaridade, os seus costumes, então, fico muito feliz que a gente esteja realmente abrindo a cabeça para explorar esse Brasil plural e diferente”, frisa.
E reforça uma das maiores críticas que existem no audiovisual de ele ser muito voltado ao Sudeste. “Em geral, o foco é sempre no eixo Rio-São Paulo com uma invisibilidade para o resto do Brasil. Então, Cine Holliúdy tem essa abertura. Além disso, a parte mais especial é a leveza. As histórias são lúdicas, engraçadas e feitas com muita verdade vestida de ficção. Pitombas é uma cidade fictícia, a história se passa nos anos 70, com personagens que são arquétipos muito fortes de comédia, vamos dizer assim. Tem a carola mal-humorada, a menina maluca, a moderna, o artista, o prefeito sem caráter. Ao mesmo tempo tem vestimenta muito colorida, alegre, que encanta”, avalia.
Recentemente, fui diagnosticada com TDAH e as pessoas tem muita falta de informação sobre isso. Não é só uma pessoa que vive no mundo da lua. Tenho hiperatividade, não paro quieta, não consigo dormir – Lorena Comparato
MUDANÇA DE COSTUMES
Essa questão dos costumes sempre afeta as mulheres, através dos tempos. Por exemplo, somente no ano 2000, através de medida administrativa na gestão de Sepúlveda Pertence, no STF, que as mulheres tiveram autorização de ingressar, por exemplo, no plenário do Supremo Tribunal Federal usando calça. Cármen Lúcia foi a primeira ministra a usar calça no plenário, e somente em 2007. As regras sempre foram rígidas também nos tribunais e serviços públicos. A prefeita de Pitombas, interpretada por Heloísa Périssé, em uma das cenas, para se impor, aparece usando calça comprida e gravata. “Eu não tinha nascido nos anos de 1970 e fico abismada, horrorizada. Temos uma sociedade muito machista, então, uma advogada não podia usar calça. Pra mim isso tem conotação esquisita. Por outro lado, fico emocionada com os avanços que temos alcançado. Sonho que a mulher possa ter a mesma liberdade do homem. Feminismo é justamente a equidade dos gêneros. Sinto muita falta disso em vários lugares que frequento em pleno 2022”, observa.
Lorena sonha com um mundo em que os direitos sejam iguais. “Para isso acontecer temos que gerar incômodos. Vimos no primeiro capítulo de Cine Holliúdy essa questão, que também foi retratada na novela Além da Ilusão, que eu amei, que é como uma mulher de calça incomoda. Como uma mulher que se coloca incomoda, porque ela é diferente da norma. Por exemplo, aos 16 anos, eu tirei meu título de eleitor e fui votar. Muita mulher teve que incomodar para eu ter esse direito. Agora, nessa entrevista, eu estou usando um short. Muita mulher teve que incomodar para que eu pudesse usar um short. Então, sinto que estou incomodando pelas mulheres do futuro. Espero que o meu incômodo dê em alguma coisa como o incômodo de muita mulher provocou mudanças”, torce.
Quando recebeu o convite para gravar a segunda e a terceira temporadas, Lorena aceitou de cara. “Confiei muito no que viria de material. É uma série que tem tudo para dar certo, sendo que agora tem mais protagonismo feminino. Uma luta grande que nós mulheres temos, é para ter mais arcos dramáticos femininos, para a gente não só ficar a serviço dos homens, o que infelizmente ainda vemos muito na TV. Fico feliz de ser dirigida pelo Halder Gomes, o grande criador do Cine Holliúdy, e pelo Ricardo Spencer, mas me emociona ser dirigida pela Patrícia Pedrosa, uma mulher com olhar tão incrível, e de estar com as minhas colegas. A cada cena, buscamos mostrar mais carinho entre as mulheres mesmo que isso não esteja propriamente no roteiro. Então, eu, Solange Teixeira, que interpreta a minha mãe, e Luisa Arraes, minha grande companheira de cena nessa temporada, em que nossas personagens disputam o coração do Francis (Edmilson Filho), tentamos fazer ali uma amizade entre essas personagens, porque somos realmente contra essa competitividade feminina que o mundo está sempre apontando para a gente ter”, frisa.
ARQUÉTIPOS
A falta de sororidade é um arquétipo machista vigente na sociedade. “No meu caso, interpreto um arquétipo social, que é a mulher maluca. A Formosa é a maluca apaixonada. É delicado retratar isso, então, tento fazer com muita verdade e carinho, porque sou realmente atriz que defendo a personagem, sou o tipo de pessoa que fala: ‘Ela não é maluca, apenas tem o universo dela’. A estrutura repressora na qual ela vive com a mãe e o pai, a faz quase enlouquecer. Essa é a minha visão talvez romântica da personagem, uma forma bonita de ver a vida. Nós mulheres, principalmente, vivemos com tanta repressão, que em determinada hora achamos que estamos enlouquecendo e, na verdade, estão enlouquecendo a gente”, frisa.
Já na comentada série Rensga Hits, no Globoplay, Lorena interpreta a cantora Gláucia, uma mulher empoderada como Lorena demonstra ser pela forma como se posiciona e corre atrás de seus objetivos. “Acho que para o mundo eu sou uma mulher e uma artista muito empoderada. Eu me coloco, eu busco. Quando converso com quem está distante de mim, eu acho maneiro perceber essa imagem que as pessoas têm. Tomara que isso inspire muitas mulheres. Mas tenho um dia a dia de muitas inseguranças. Sou conhecida no mercado por ser estudiosa e nerd, por saber muito sobre as séries e também por ser atriz muito criadora, eu coloco a mão na massa. Mas o preço de todo esse empoderamento também é de muita dor, coragem. Para poder me colocar dessa forma, eu me trato muito e me inspiro também em várias mulheres, que me levam pra frente”, aponta.
SONHO COM CARREIRA INTERNACIONAL E DE ENVEREDAR PELA MÚSICA
A atriz se identifica tanto com Gláucia, de Rensga Hits, quanto com Formosa, de Cine Holliúdy. “Tem um pouco de Lorena nas duas e tem um pouco das duas em mim. Pode parecer clichê o que estou falando, mas é verdade. A Gláucia tem uma vontade de dar certo, de canalizar o talento dela. Também tenho essa vontade, quero galgar uma carreira internacional, desejo que as pessoas saibam o meu nome. Às vezes, reflito: ‘Será que esse pensamento é ruim. Mas aí eu lembro de uma menina suada que eu conheci em uma van, logo depois dela fazer um show, quando me olhou e falou: ‘Vou ser gigante, vou conquistar o mundo’. Essa menina era a Anitta. Ela conquistou, então, eu a tenho como inspiração. Agora, a Formosa tem um jeito de ser tão dela, tão verdadeiro, engraçado e leve, que eu espero ter muito da Lorena ali. Acho que todas as minhas personagens tem um pouco de mim”, analisa.
Em Rensga Hits, ela chama atenção cantando. Lorena já havia soltado a voz no teatro, na peça infantil Nadistas & Tudistas, baseada no livro de seu pai, Doc Comparato, autor de seriados como Malu Mulher e Plantão de Polícia, e também em musicais amadores, e em um episódio de Pé na Cova. Agora, a música sempre fez parte da vida de Lorena. São muitas músicas compostas guardadas dentro do armário. “Escrevia muita música com uma amiga, a atriz Marcella Rica, e hoje em dia, faço com o meu namorado (Arthur Deucher). Gosto de escrever a letra. Com ela, era tudo música romântica, teenager. Ainda vou incentivá-la a lançarmos. Mas em Rensga Hits foi uma experiência muito doida ir para um estúdio, cantar uma música atrás da outra e depois ver a produção. Foi interessante vivenciar esse dia a dia das cantoras”, diz.
Me sinto poderosa, empoderada e corajosa por ter revelado a minha história, o assédio que passei, mas tem uma dor que ninguém vai conseguir tirar de mim. Uma dor que eu trato todos os dias, que eu luto contra ela – Lorena Comparato
A série é inspirada no movimento feminejo, em especial na saudosa Marília Mendonça (1995-2021). “Sinto que tenho fases. Tive a de pop rock, a Bossa Nova é meio eterna, as músicas romântiquinhas me conquistam sempre. Mas sempre fui eclética. Sou apaixonada por todos os gêneros musicais. Na verdade, me distancio um pouco do metal e do trance, mesmo assim tem uma ou outra música que eu amo. O sertanejo veio um pouco mais tardio. Comecei a me apaixonar mesmo pelo sertanejo um pouquinho depois da pandemia começar, ouvindo muito Marília e conhecendo outras como Maiara e Maraisa. Agora, clássicos sertanejos como Evidências e No Dia em Que Saí de Casa, estão no consciente coletivo do brasileiro. Quando veio o convite eu já estava totalmente imersa. Um dos meus grandes sonhos durante essa série era conhecer a Marília e agradecer pela força que me deu nesses últimos anos através de suas músicas. Então, quando ela morreu foi um baque gigantesco, a gente se uniu, ficou todo mundo junto em um quarto ouvindo Marília, chorando e contando histórias de como ela entrou na vida de cada um”, recorda.
Lorena reverencia outras estrelas do sertanejo, como Naiara Azevedo e Paula Fernandes, e também jovens compositoras das músicas do Rensga, como Day e Lara, Gis Matos e Paula Mattos. “Temos uma safra muito boa de mulheres chegando no sertanejo. Isso tudo foi uma abertura de porta da Marília, uma mulher que deve ser muito reverenciada. Ela foi e sempre será um grande cometa para esse mundo. Fico grata de ter me aproximado um pouquinho do universo dela com esse projeto.”
Em relação a investir na carreira internacional, Lorena explica que vem trabalhando muito. “Tem várias burocracias para você trabalhar no exterior. Meu namorado mora lá, ele é um advogado de entretenimento e imigração. Mas realmente almejo um dia fazer isso. Mas o meu pouso sempre foi e sempre vai ser aqui no Brasil. Da mesma forma que estou galgando muitas coisas aqui, posso estudar para me conectar com o mercado internacional. Por exemplo, fiz intercâmbio na UCLA (University of California, Los Angeles), fiz o máximo de cursos lá fora, por exemplo com a Ivana Chubbuck. Estou aberta para quem quiser entrar em contato sobre jobs”, explica.
Lorena adoraria trabalhar também em Portugal, onde nasceu e morou até os seis anos de idade, quando veio para o Brasil. “Por acaso, fui alfabetizada em inglês, então, meu inglês é nativo. Assim, a língua não seria um impedimento se eu fosse trabalhar nos Estados Unidos ou na Inglaterra. Agora, nos Estados Unidos você compete com o mundo inteiro e em Portugal já tem essa cultura próxima da nossa, uma abertura de praça muito maior. Sempre tive orgulho de ser portuguesa e brasileira. Espero que minha carreira aqui abra portas pra mim. Ia amar atuar em uma novela ou série em Portugal”, diz.
Não descarta também enveredar pela área musical. “Para se tornar cantora requer estudo e trabalho. Não é só você estourar. Tem uma continuidade aí de carreira que eu já estou bem cascuda como atriz que é um mercado difícil, injusto, preconceituoso. Mas se puder sonhar alto eu amaria fazer um feat, lançar um disco. Seria interessante ter um lugar de cantora também. Para tudo, o tempo inteiro incessantemente não podemos parar de estudar. Agora, estou aprendendo a tocar piano. Com a Marcella, aprendi a tocar um pouco o violão. Para ser uma grande artista, tem que ter disciplina”, avalia.
CATARSE EM SÉRIE DEVIDO A ASSÉDIO NA VIDA REAL
Sempre envolvida em muitos projetos, fora da Globo, ela pode ser vista na Star +, nas séries Impuros e em Não Foi Minha Culpa, sendo que esta última estreou este mês, abordando feminicídio e abusos contra as mulheres. Antes de gravá-la, se deu conta que na juventude foi vítima de assédio. Um membro de sua família pedia para ver seu corpo e passava a mão nela. Sendo tão intensa, não foi fácil participar dessa produção. E explica como se sentiu após o trabalho. “Agradeço falar disso me olhando, porque é realmente um tema delicado. Estou emocionada com a sua sensibilidade. Foi muito difícil, catártico. Tive dificuldade em várias cenas. Isso fica claro no episódio. O meu trabalho, todo o meu esforço está ali, mas tem uma parte muito humana de muita dor. Eu realmente doei as minhas dores para a personagem Priscila”, afirma.
Susanna Lira, diretora-geral, lhe falou para pensar em todas as mulheres que já sofreram e que sofrem isso diariamente, ou que até morreram. “Eu precisava me colocar por elas. Então, foi muito doloroso. O elenco tem um trabalho exímio de se colocar nesse lugar, de retratar uma violência tão comum. Espero realmente que essa série seja uma grande denúncia, que mude muito as coisas. Na minha vida, ela já provocou vários movimentos. Pessoas próximas que assistiram vieram falar comigo: ‘Nossa, nunca achei que tivesse sido assediada e vendo a série entendi que fui’. Pessoas tiveram a coragem de finalmente me contar sobre violências horrorosas que passaram. Espero que todas tenham acolhimento quanto a isso”, explica.
E prossegue em seu relato: “Me sinto poderosa, empoderada e corajosa por ter revelado a minha história, o assédio que passei, mas tem uma dor que ninguém vai conseguir tirar de mim. Uma dor que eu trato todos os dias, que eu luto contra ela. Mas não quero que as coisas horrorosas que eu passei, que já me marcaram pra sempre, me façam sucumbir. Tem gente que não gosta de falar a palavra ‘vítima’, usa ‘sobrevivente’, porque vítima tem uma conotação tão diminuidora. E faz parte da cartilha do assédio, muitas vezes culpar a vítima ou dizer que ela está louca, equivocada, exagerando. Depois de tudo que eu vivi, entendi que o mundo é mau e a gente está tentando lidar com esse lado ruim da sociedade. Meu episódio fala de sororidade, da união das mulheres. Quero ter esperança, fé de que esse mundo vai mudar, seja na luta por mais roteiros femininos, seja na luta para as agressões pararem. Preciso ter esperança.”
Em Não Foi Minha Culpa, pela primeira vez, contracenou com a irmã Bianca Comparato. “Foi muito emocionante, ainda mais abordando esses temas. O grande sonho que temos agora é fazer uma comédia”, conta. Na história, é a personagem de Bianca que salva a dela. “Priscila vive uma relação abusiva com o namorado, Nando (Armando Babaioff), e sofre violência doméstica. Ela começa quase imperceptível, na fala, no jeito que o cara age, uma violência que não é explícita e quando vem a ser, degringola em uma violência muito explícita. Esse episódio é tão bom, porque mostra como essa agressividade, essa toxicidade vai entranhando e ficando cada vez mais séria. É um grande alerta para as pessoas”, afirma.
“Meu pai quando soube ficou muito triste. O maior instinto dele foi querer me proteger assim como a minha mãe”, explica ela que se define como uma artivista, uma ativista através da arte. “Mesmo tendo uma influência familiar muito forte, minha irmã Fabiana Comparato é uma cientista política muito ligada à cultura e às políticas públicas, eu não era um ser político. Mas estou conseguindo reconhecer que os meus movimentos eram feministas, que eram políticos nesse lugar, sendo mais intuitivos do que propositais. Isso foi mudando ao longo dos anos, com estudo, dimensionamento da onde a política consegue alcançar a população e das melhorias que ela pode fazer e não faz. Fui me tornando cada vez mais um ser político e, com certeza, tomo a Luisa Arraes como uma grande mentora nesse lugar. Acho imprescindível se colocar”, explica ela que lançou recentemente o filme Meu álbum de Amores, de Rafael Gomes. Já o longa-metragem Regra 34, da Julia Murat, ganhou agora, em agosto, o Leopardo de Ouro como Melhor longa-metragem, no Festival de Locarno, na Suíça. No cinema, Lorena tem no currículo filmes como Boca de Ouro, Amarração do Amor e E.A.S. – Esquadrão Antissequestro.
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