Listamos cinco produções biográficas e polêmicas no streaming para espiar a vida dos outros no final de semana


Nos últimos anos, as produções do gênero vêm ganhando cada vez mais destaque no gosto do público. Entre cinebiografias e séries inspiradas em histórias reais, o espectador vem consumindo a vida dos outros como nunca, deixando essas tramas em destaque nas plataformas. Segundo especialistas, queremos saber como as pessoas vivem, nos comparamos a elas, é um desejo de verificar o que acontece em uma situação diferente da nossa realidade. E se essa realidade for cheia de tramas rocambolescas, com muitos conflitos, melhor ainda, mesmo que seja no formato de uma obra com todas as suas subjetividades. Como por aqui também amamos o gênero, selecionamos algumas opções para estimular uma maratona. Tem para gostos variados, vem conferir! De ‘A Menina que Matou os Pais”, sobre o caso Suzane von Richthofen, â segunda e elogiada temporada da série mostra todos os desafios que Silvio Santos enfrentou para conquistar o patamar de dono de canal de TV

*Por Brunna Condini

O crescimento de filmes e séries biográficas “made in Brasil” disponíveis no streaming nos dizem que as produções do gênero vêm ganhando cada vez mais destaque no gosto do público. Tais produções lidam com as altas expectativas de quem as consome, e com a necessidade de um cuidado diferenciado ao lidar com a história de pessoas reais. E quando esses personagens são controversos, mais curiosidade a respeito de suas biografias e de como elas serão retratadas no audiovisual. Segundo especialistas, esse tipo de curiosidade humana vem acompanhada de muitos questionamentos: queremos saber como as pessoas vivem, nos comparamos a elas, é um desejo de saber o que acontece em uma situação diferente da nossa realidade. E se essa realidade for cheia de tramas rocambolescas, com muitos conflitos, melhor ainda, mesmo que seja no formato de uma obra com todas as suas subjetividades. Como por aqui também amamos o gênero, selecionamos algumas opções no streaming para estimular uma maratona no final de semana. Tem para gostos variados” Vem com a gente observar a vida dos outros!

‘O Rei da TV’  (2022 – 2023)

A série ‘O Rei da TV‘ é um dos grandes sucessos do Star+ e conta a vida de um dos maiores a comunicadores do Brasil, Silvio Santos, que começou a trabalhar como camelô e logo se tornou um fenômeno nacional devido à sua excelente oratória e carisma inabalável. A produção tem duas temporadas e foi alvo de críticas por parte da família do apresentador pela forma como a vida dele é retratada. José Rubens Chachá faz Silvio na maturidade e está ótimo em sua performance. Se na temporada inicial o foco era em como Senor Abravanel – nome verdadeiro do empresário – foi de vendedor ambulante nas ruas do Rio de Janeiro para dono de sua própria rede de televisão, a segunda e elogiada temporada da série mostra todos os desafios que o comunicador enfrentou para conquistar o patamar que alcançou. As duas temporadas da série são entretenimento, mas com conteúdo, enaltecimentos aos feitos, mas também críticas. Vale a viagem.

José Rubens Chachá encarna Silvio Santos na série 'O Rei da TV' (Divulgação)

José Rubens Chachá encarna Silvio Santos na série ‘O Rei da TV’ (Divulgação)

‘A Menina que Matou os Pais’ (2020 -2023)

Em 2002, Suzane von Richthofen, uma jovem de 19 anos nascida em uma família rica paulistana, planejou o assassinato dos próprios pais, com a ajuda de seu namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos. Os envolvidos foram condenados a quase 40 anos de prisão. O crime que chocou o país ganhou duas cinebiografias : ‘A Menina que Matou os Pais‘, com o ponto de vista de Suzane, e ‘O Menino que Matou Meus Pais‘, segundo a perspectiva de Daniel Cravinhos. E fechando a trilogia, estreia em 27 de outubro, também na Amazon Prime Video ‘A menina que matou os pais – a confissão’, filme que retoma e fecha a narrativa. Os longas têm direção de Maurício Eça e roteiro de Ilana Casoy e Raphael Montes, e são extremamente angustiantes, como não poderiam deixar de ser.

Carla Diaz como Suzane Von Richthofen no filme 'A menina que matou os pais ' (Divulgação)

Carla Diaz como Suzane Von Richthofen no filme ‘A menina que matou os pais ‘ (Divulgação)

‘Eike – Tudo ou nada’ (2022)

O longa narra a história de Eike Batista, empresário da área de mineração que rapidamente foi alçado para a lista dos 10 homens mais ricos do mundo – para em seguida perder quase tudo. A narrativa de ascensão e queda de Eike vai dos anos áureos da petroleira OGX aos escândalos que o levaram a perder todo o poder e prestígio. O filme aproxima o espectador de um contexto político do país bem próximo nos últimos tempos, embora não seja esse o objetivo, e Nelson Freitas dá vida ao empreendedor, fazendo um papel diferente do que costuma ser visto. A produção pode ser conferida na Netflix.

Nelson Freitas no filme 'Eike- Tudo ou nada (Divulgação)

Nelson Freitas no filme ‘Eike- Tudo ou nada (Divulgação)

‘Simonal’ (2019)

A história de ascensão e queda do cantor Wilson Simonal (1938-2000), que viu sua carreira desandar depois de ter sido acusado de colaborar com a ditadura militar, também está disponível na Netflix. O longa estrelado por Fabrício Boliveira no papel título recebeu 10 indicações no Grande Prêmio de cinema Brasileiro de 2020e ganhou em diversas categorias, como Melhor Trilha sonora entre elas, e Melhor Ator para Fabrício. Na trama, acompanhamos Wilson Simonal como um cantor que saiu da pobreza e conquistou o sucesso, comandando as maiores plateias do Brasil. Sua voz única e domínio do palco lhe garantiram um enorme sucesso durante as décadas de 60 e 70 e o colocaram entre os maiores nomes da nossa música popular brasileira de todos os tempos. O roteiro faz uma viagem pela vida do artista que foi ‘do nada ao tudo’, e depois, em um período de crise na vida financeira e pessoal, à queda brusca. O artista entrou para o ostracismo depois de ser considerado ‘dedo-duro’ da ditadura militar. É comovente e estimula reflexões sobre os ‘cancelamentos’ históricos, entre outras coisas. Terá sido Simonal um injustiçado pelo sistema, em um país polarizado?

Fabrício Boliveira como Wilson Simonal no filme de Leonardo Domingues (Divulgação)

Fabrício Boliveira como Wilson Simonal no filme de Leonardo Domingues (Divulgação)

‘Assédio’ (2018)

No cardápio do Globoplay, ‘Assédio‘ é livremente inspirada no livro ‘A clínica: a farsa e os crimes de Roger Abdelmassih‘, de Vicente Vilardaga. Em 10 episódios, a produção criada por Maria Camargo, recria os crimes do ex-médico Roger Abdelmassih, especialista em reprodução humana, frequentador do high society , que violentava suas pacientes enquanto estavam sedadas. Acabou condenado em 2010 a 278 anos de prisão por 52 estupros e quatro tentativas a 39 mulheres. Antonio Calloni interpreta o protagonista criminoso, que continua preso, aos 79 anos. A série foca em algumas das histórias inspiradas nos casos reais, enquanto vai revelando quão terrível foram os crimes cometidos pelo ex-médico.

Antônio Calloni arrepia como Roger Abdelmassih em 'Assédio' (Divulgação)

Antônio Calloni arrepia como Roger Abdelmassih em ‘Assédio’ (Divulgação)