*Por Domênica Soares
No ar na nova série da Rede Globo, “Segunda Chamada”, e integrando elenco de dois filmes, o ator Leonardo Bittencourt tem trilhado caminho sólido no mundo da arte. Na trama das 23h da Rede Globo, interpreta um jovem problemático, expulso de duas escolas particulares, e filho de Jaci (Paulo Gorgulho), diretor da escola Maria Carolina de Jesus, onde passa a estudar após inúmeros problemas nos centros educacionais anteriores. A série, que é composta por grandes nomes da arte, como Débora Bloch, Hermila Guedes, Thalita Carauta, Silvio Guindane, entre outros, conta a história de cinco professores que resistem à péssima infraestrutura de uma escola em abandono.
Em relação aos filmes que irá protagonizar, ambos irão lembrar a história do caso de Suzane Von Richthofen, a tragédia de assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, pela filha Suzane, o namorado e cunhado, respectivamente, Daniel e Cristian Cravinhos.
O ator menciona que o convite para estar presente no elenco da série chegou durante as últimas gravações de “Malhação – Vidas Brasileiras” da qual fez parte. Ele comentou que os produtores de elenco gostaram do seu trabalho e queriam que dessa vez interpretasse alguém bem diferente do seu último papel. “Viajei a São Paulo para fazer o teste e, alguns dias depois, tive a felicidade de saber que havia passado. Tive pouco tempo entre o fim de “Malhação” e o início de “Segunda Chamada”. Pude contar com o apoio do preparador de elenco, Felipe Vidal, que me ajudou a trabalhar as cenas e a me ambientar ao elenco que já se conhecia. Desde o primeiro momento, eu consegui um entendimento muito grande com o Paulo Gorgulho, o que facilitou bastante na criação dessa relação de pai e filho”.
Empolgado, o ator relata que o público pode esperar da narrativa de seu personagem um grande choque de realidade e valores. O Léo vai conhecer esse “mundo real” fora da bolha em que ele viveu e esse é o grande objetivo da série: mostrar que ninguém aprende a lição de maneira fácil. Além disso, ele adianta que as pessoas podem esperar por um Léo envolvido em muitos conflitos, já que sua vida fica inundada de desafios e descobertas da sua nova realidade. De acordo com Leonardo, a produção das séries para a TV aberta vem ganhando força através do diálogo com as novas possibilidades de mercado em paralelo que já existem. Os atores ganham oportunidades em papéis diferentes, os diretores sentem liberdade para experimentar outras estéticas e o público, consequentemente, ganha mais opções que servem todos os gostos.
Como já contamos também, ele está nas filmagens, em São Paulo, dos longas “A menina que matou os pais” e “O menino que matou os pais”, ambos contam a famosa e triste história do caso de Suzane Von Richthofen, a partir de duas óticas diferentes que serão mostradas em dois filmes que estreiam simultaneamente em 2020. Serão exibidos em sessões alternadas nas mesmas salas. No filme, Leonardo interpreta Daniel Cravinhos, Carla Diaz faz o papel de Suzane e Allan Souza Lima atua como Cristian. Esse é um formato inédito no cinema mundial. As duas versões da mesma história estão sendo filmadas. Essa foi a solução artística encontrada pelos produtores para serem fiéis ao que está narrado nos depoimentos na Justiça dos então namorados Suzane Von Richthofen e Daniel Cravinhos. “Nessa experiência, eu optei por uma imersão no universo paulista. Estou há alguns meses em São Paulo para aprender o sotaque e estudei a fundo todo o caso Richthofen. Depois de construirmos uma união sólida entre o elenco, estamos contando essas histórias com todo o cuidado necessário”, pontua.
Vivendo atualmente na rotina corrida paulista, o ator, que nasceu em Manaus mas no ano de 2013 mudou-se para o Rio de Janeiro, conta que iniciou seus estudos de teatro na Casa Das Artes de Laranjeiras e que após concluir o curso profissionalizante de formação de ator, em 2016, participou dos espetáculos “O Feio”, com direção de Ole Erdmann, em 2015, e “Haverá um tempo em que tudo será como sonhamos”, com direção de Renato Rocha, em 2016. Após sua formação, começou a estudar técnicas de dublagem com a mestra Mabel Cezar, além de ter aulas práticas de improvisação com Gustavo Miranda.
É importante lembrar também, que Leonardo começou a cursar Administração e Publicidade, contudo, não concluiu, porque se apaixonou pelo teatro. Já em 2017 fez parte do musical “Rio mais Brasil”, com concepção artística de Ulysses Cruz. Neste mesmo ano, o jovem foi selecionado para fazer parte do processo de montagem da “Trupe em Cena”, projeto realizado pela TV Globo, com criação, orientação artística e direção de Ary Coslov.
Leonardo se define em três palavras: desafio, adaptação e diversão. O jovem diz que começou sua jornada no mundo da arte a partir do momento que buscou um lugar onde pudesse tornar real todas as suas ideias. No início foram trabalhos da escola, depois de uma forma mais profissional, chegando até o teatro. Segundo ele, a partir desse momento, ficou totalmente focado em aprender tudo que fosse necessário para fazer arte. Ele menciona que fora dos palcos é um cara simples, que dedica sua vida ao trabalho e aproveita todos os momentos de descanso para manter a cabeça leve e lúcida. “Minha receita de felicidade é saber aproveitar todos os momentos com as pessoas que amo. Meu maior sonho é ser feliz com as minhas conquistas, seguir me adaptando aos desafios que a vida me apresenta e, além de tudo isso, que eu consiga desfrutar de muitas alegrias com as pessoas ao meu redor que possuem um espaço no meu coração. E assim pretendo viver até depois dos 90”, conclui Leonardo.
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