* Por Carlos Lima Costa
O ator Juliano Cazarré e Letícia Cazarré, pais de Vicente, 10 anos, Inácio, 8, e Gaspar, 1 ano e 9 meses, realizaram o sonho de ter uma menina. No dia 15, nasceu Maria Madalena. “Estávamos querendo uma menina, e sem nenhum tipo de interferência nossa, recebemos essa graça”, diz Cazarré. Durante todos esses meses de isolamento social por conta do coronavírus, com um bebê em casa e uma gestação, os cuidados foram redobrados, mas o casal viveu um sobressalto na reta final da gravidez. “O nosso teste para Covid-19 deu positivo e aí foi difícil. A Letícia fazia exame toda semana para acompanhar a gravidez e, no final, muito provavelmente por conta do vírus, ela estava ficando com pouco líquido amniótico, e assim, o parto precisou ser adiantado em uma semana”, relata, acrescentando: “Se as crianças tiveram algo foi imperceptível. Foi só um nariz escorrendo, mas eu e Letícia ficamos mais baqueados. Me senti muito mal durante quatro, cinco dias e perdi o olfato. Depois foi voltando ao normal”, relembra.
Curtindo a chegada de Maria Madalena, Cazarré também comemora o lançamento do thriller Dente Por Dente, rodado antes da pandemia, que estreou esta semana, e no qual é protagonista. A trama do longa-metragem gira em torno de Ademar, personagem de Juliano, dono de uma empresa de segurança particular. Ele inicia uma investigação, após o desaparecimento do sócio Teixeira (Paulo Tiefenthaler), casado com Joana (Paolla Oliveira), que o ajuda na empreitada. “Além de ser um longa de gênero, tem roteiro muito bem elaborado, mistério que atrai o público”, ressalta sobre a produção, que teve pré-estreia na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, onde concorreu na categoria Novos Diretores (Júlio Taubkin e Pedro Arantes). E com humor, aponta o que mais vai chamar atenção do público: “Eu espero que sejam os mistérios da história mais do que o meu belo rosto, porque se depender do meu belo rosto, a gente está ferrado. Falando sério: a história é muito bem contada e esteticamente o filme está bonito, as escolhas do enquadramento… tudo é muito bem feito”. O longa conta ainda no elenco com nomes como Aderbal Freire Filho e Renata Sorrah, e conquistou o prêmio de Melhor Longa pelo Júri ACCRJ e Júri Popular, no Fantastik Festival.
Profissionalmente, nesses 11 meses de pandemia, Juliano concluiu as gravações de Amor de Mãe, novela das 21h, interrompida logo no início da quarentena, e cuja parte final será exibida este ano. Curiosamente, na história, Magno, personagem de Juliano, também testará positivo para Covid-19. Contratado da emissora, ele recebeu convite para integrar o elenco de uma novela. “Espero que dê certo, porque estou doido para voltar a trabalhar”, conta. E torce para que chegue também aos cinemas “Pluft, o Fantasminha”, filme que realizou há alguns anos. “Espero ansiosamente”, diz.
No momento, além de sua grande família, ocupa o tempo também com aulas de cerâmica. “Gosto de fazer trabalhos manuais. Esse eu comecei no final do ano passado e estou gostando”, garante. E por falar em grande família, Juliano não descarta ter mais filhos. “A gente não tem nenhuma decisão tomada do tipo não vamos ter mais ou vamos ter. A Letícia está com 36 anos, então vamos ver com cuidado. Por outro lado, olhamos para a vida. Deus nos deu um dom bonito, a gente tem quatro filhos saudáveis. Nenhum de nós fica com vontade de fazer uma operação, como ela ligar as trompas ou eu fazer uma vasectomia. Como a gente vai abrir mão de um presente assim? Tem gente que sofre tanto para engravidar, gasta mundos e fundos para conseguir ter um filho, sendo que nós fomos agraciados com essa facilidade. Gostamos de estar em família, de criar, educar. Então, vamos ver o que acontece”, avalia.
Quatro filhos demandam tempo para criar e gastos como escola, roupas, alimentação. “Uma boa escola é muito cara no Brasil. Isso é algo que pesa, mas por outro lado eu e a Letícia entendemos que é uma decisão na vida. Você decide ter uma família grande e abre mão de outras coisas. Já vimos que não vamos ser aquele casal que todo ano faz uma viagem para o exterior, que compra roupas, que vai em restaurantes caros. Vamos ser a galera que vai comer arroz, feijão, comida normal. É uma questão de prioridade. A nossa é ter essa família”, esclarece ele, que oficializou sua relação no religioso, em agosto ano passado, quando já estava casado há dez anos no civil.
E prossegue a respeito dessa questão: “Temos aqui as nossas angústias, a gente sabe que a minha profissão é incerta. Ao mesmo tempo, a vida tem que ser vivida com coragem. Ela é recompensada. Se a gente ficar esperando para um momento em que tudo vai estar certo, que vai ser garantido, acaba não vivendo, não fazendo coisas que a gente iria fazer”, observa. “Nós somos seis. É um monte de gente à mesa, são gostos, preocupações, mas ao mesmo tempo são várias alegrias. Estou ansioso para ver como vai ser a personalidade de Maria. A minha sogra conta que Letícia era uma menina muito espoleta. Estava sempre na rua, pulando, dando cambalhota”.
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