Jonathan Azevedo celebra novo papel na TV, fala dos desafios de viver um machista e dos bastidores com Tatá Werneck


Em ‘Terra e Paixão’, o ator vive o mestre de krav magá Odilon, apaixonado por Anely (Tatá Werneck), que faz striptease online em uma plataforma de conteúdo adulto. Aqui, o ator fala das dificuldades para encontrar dentro dele o personagem, do novo patamar profissional, da vida pessoal e da parceria com a atriz: “Ela é muito povão, acho que por isso alcança tanto na vida. É uma pessoa simples. Eu, por exemplo, não quero sair da comunidade, porque lá me sinto em casa. Somos do carinho, abraços, beijos, nos cuidamos. E a Tatá tem essa mesma energia de comunidade. Ela cuida, da família, de quem está em volta, de mim. Arruma tempo para isso. Sou muito fã do trabalho dela, mas hoje estou muito mais fã do ser humano que é”

*Por Brunna Condini

Jonathan Azevedo foi revelado para grande público como o Sabiá de ‘A Força do Querer‘ (2017), e de lá para cá, esse carioca que nasceu e passou a infância na comunidade Cruzada São Sebastião, no Leblon, Rio de Janeiro, e mora no Vidigal, lugar que tem espaço cativo no seu coração, não para de investir na carreira. Tanto, que voltou ao horário das 21h em ‘Terra e Paixão’ como o mestre de krav magá Odilon, apaixonado por Anely Tatá Werneck, que fará striptease online em uma plataforma de conteúdo adulto. “É um personagem muito diferente de mim, machista, autoritário e possessivo. Sou desapegado. Mas como ele, quando me apaixono, é para valer, vou fundo. Sou amoroso, doce, é minha essência. E dentro da nossa pesquisa para a novela, vimos que muitos homens machistas começam por esse lado da conquista, mais leve. Essa versão já tenho. Meu desafio é encontrar um lado mais cruel, essa loucura que agride sem a agressão física propriamente dita. E isso tudo fazendo a sério, ao lado da Tatá”, diz o ator, que vem passando por uma preparação para conhecer mais sobre a arte de defesa pessoal da qual será mestre.

Vou curar muitas dores dentro desse personagem, é um mergulho no ator, no meu inferno e no meu céu -, Jonathan Azevedo, ator

Sobre a vida amorosa fora da ficção, ele declara: “Não estou namorando. Quero relações e não relacionamentos. Meu relacionamento sério hoje é com a carreira e meu filho, Matheus Gabriel, de três anos. De resto, estou livre para a vida”.

Jonathan Azevedo voltará ao ar em “Terra e paixão” como o mestre de krav magá Odilon (Foto: Divulgação/ Globo)

Jonathan Azevedo voltará ao ar em “Terra e paixão” como o mestre de krav magá Odilon (Foto: Divulgação/ Globo)

E que tal trabalhar com Tatá Werneck? “Ela é muito povão, acho que por isso alcança tanto na vida. É uma pessoa simples. Eu, por exemplo, não quero sair da comunidade, porque lá me sinto em casa. Somos do carinho, abraços, beijos, nos cuidamos. E a Tatá tem essa mesma energia de comunidade. Isso me encanta no meu ofício, a possibilidade desses encontros. A Tatá cuida, da família, de quem está em volta, de mim. Ela arruma tempo para isso. Sou muito fã do trabalho dela, mas hoje estou muito mais fã do ser humano que é. Tatá quer saber verdadeiramente como as pessoas estão. Se interessa pelos meus projetos na comunidade, tem preocupação com as pessoas onde a alegria dela chega, é mesmo uma pessoa incrível! Por isso desejo sempre saúde, alegria e criatividade pra ela, que me inspira muito”.

É hora de respirar, aproveitar e deixar toda a ansiedade que eu tinha de viver bem do meu ofício, sossegar, porque graças a Deus, isso já venho conseguindo realizar – Jonathan Azevedo, ator

Jonathan Azevedo e Tatá Werneck farão par romântico em 'Terra e Paixão' (Foto: Divulgação/ Globo)

Jonathan Azevedo e Tatá Werneck farão par romântico em ‘Terra e Paixão’ (Foto: Divulgação/ Globo)

Apesar dos momentos de humor em cena ao lado da atriz, o personagem também vai levantar debates sobre temas relevantes como o machismo e a homofobia, por exemplo. “Entro no set tendo que encontrar muito do que não existem em mim. E são coisas que luto para que permaneçam sem existir no meu modo de ser, como o machismo. Através do texto, também pude ver que as pessoas que são assim, apenas são, e é um lado muito difícil para explorar, sabe? Fui criado por mulheres incríveis e o meu respeito por elas é tudo o que tenho. O machismo é muito enraizado, cultural, e mesmo em cena, dói ser machista. Fazer esse papel me traz um alerta que temos que ficar em permanente vigília em relação a isso”, observa.

Todo respeito que tenho pelas mulheres, tem sido deixado de lado para que eu dê vida ao Odilon. É uma luta interna aqui. Espero que esse personagem faça as pessoas refletirem. Sempre me preocupo que meus personagens tragam reflexão. Se a mensagem chegar, acho que está dando certo – Jonathan Azevedo, ator

"Não estou namorando. Quero relações e não relacionamentos. Meu relacionamento sério hoje é com a carreira e meu filho" (foto: Reprodução/ Instagram)

“Não estou namorando. Quero relações e não relacionamentos. Meu relacionamento sério hoje é com a carreira e meu filho” (foto: Reprodução/ Instagram)

O ator de 37 anos vem buscando construir um chão sólido na carreira desde que estreou há seis anos, ganhando mais espaço por conta da sua performance, do que a prevista participação em ‘A Força do Querer’. “Essa novela é muito importante, foi meu encontro com o Brasil. Agora é hora desse encontro comigo, como artista, para que o Brasil conheça um pouco mais do meu trabalho. O Odilon abraça a minha luta para chegar até aqui e poder viver isso tudo. É hora de respirar, aproveitar e deixar toda a ansiedade que eu tinha de viver bem do meu ofício, sossegar, porque graças a Deus, isso já venho conseguindo realizar”, divide.

Fui criado por mulheres incríveis e o meu respeito por elas é tudo o que tenho – Jonathan Azevedo, ator

"Não estou namorando. Quero relações e não relacionamentos. Meu relacionamento sério hoje é com a carreira e meu filho, Matheus Gabriel" (Foto: Divulgação/ Globo)

“Não estou namorando. Quero relações e não relacionamentos. Meu relacionamento sério hoje é com a carreira e meu filho, Matheus Gabriel” (Foto: Divulgação/ Globo)

“Daqui para frente quero experimentar muito como ator e acho que esse personagem é o início desse encontro, onde me permito errar, acertar, viver além do que eu imaginaria. O Odilon desbrava os ‘Jonathans’ que não experimentei até aqui. É meu abraço comigo mesmo, com a carreira. Trago pra ele a minha leveza e também os meus questionamentos. Se eu precisar ser cruel pelo Odilon, vou encontrar isso dentro de mim. Depois vou querer saber o que o Brasil vai achar disso. Vou curar muitas dores dentro desse personagem, é um mergulho no ator, no meu inferno e no meu céu”.