*Por Karina Kuperman
Jacqueline Sato chegou na casa dos 30 no ano passado e, agora, pela primeira vez, interpretará uma personagem que já é mãe. No longa “10 horas para o Natal”, dirigido por Cris D’Amato, ela divide cenas com a pequena Camila Tanaka, sua filha na ficção. “A experiência me surpreendeu, porque nem na realidade, nem na ficção, eu havia experimentado. Foi gostoso me imaginar tendo uma filhinha. E a Camila é muito fofa e educada. Então tornou tudo ainda mais prazeroso”, diz ela, que tem vontade de ser mãe na vida real também. “É um plano mais para frente. Quando eu for mãe, vou querer dedicar o máximo de tempo que eu puder a esta nova relação, tão especial e intensa que deve ser a maternidade. Mas, por enquanto, o meu plano é crescer como profissional. Assim, quando este momento chegar eu o viverei com maior tranquilidade e presença”.
Se depender da filha da ficção, Jacque já está mais do que preparada. “A Camila é um anjinho. Tão doce, educada, responsável, espontânea e esperta. Conviver com crianças sempre me surpreende, justamente pela verdade com que elas se expressam, o que permite esta conexão profunda em tão pouco tempo. São de uma presença impressionante. Criamos uma conexão e cumplicidade, naturalmente, em poucas horas. Durante nossa espera para filmar, passeamos de mãos dadas pelo shopping, ela me ensinou a fazer slime, escovamos os dentes juntas”, conta ela, que se surpreendeu com a espontaneidade da pequena.
“Ela me deixou boquiaberta quando eu, após escovar os dentes, fui retocar a maquiagem, e achei que ela não conhecia o produto que eu estava usando, pois é de aplicar nos lábios mas parece com um esmalte mais do que um batom; então comecei a explicar pra ela e ela completou : ‘é lip tint né, tia? Eu também tenho um, mas o meu é de outra marca’. Dei muita risada de mim mesma. E relembrei o quanto as crianças de hoje são entendidas de assuntos que eu quando era criança, não fazia a menor ideia”, ri.
E será que chegar na terceira década de vida com a primeira personagem mãe muda algo? “A chegada aos 30 foi mais simples do que eu imaginava aos 16, 17 anos. Acho que me via bem mais séria e ‘adulta’ do que sou. E acho que assim será quando eu tiver 60 e lembrar de como eu imaginava, aos 30, que seria quando entrasse na minha sexta década. É interessante como crescemos, aprendemos, mudamos, mas internamente existe uma essência que permanece a mesma”, analisa.
“Sinto que carrego aqui dentro a Jacque de 7, de 16, de 23, e todas as outras que sou a cada novo dia que passa. Sinto também que tenho mais calma e paciência para algumas coisas, e ao mesmo tempo, não me sujeito, nem por um segundo a outras que antes aceitava ou engolia. Me conheço mais, sei mais o que quero. Respeito mais os meus ciclos e vontades e tenho uma escuta bem mais aguçada ao meu mundo interno e ao externo também. É bacana olhar pra trás e perceber como cada fase foi importante para formar essa pessoa que sou hoje, e sei que ainda tem muito mais por vir”, reflete.
Enquanto o filme não estreia, o que Jacque pode adiantar é que a comédia promete conquistar toda a família. “Eu e o personagem do Luís Lobianco nos conhecemos em um acidente envolvendo nossas filhas, uma situação desesperadora para ambos os lados. Não posso contar o que acontece, pois o spoiler faria a sequência perder toda a graça. Então só digo que vale a pena assistir, é um filme que pode agradar dos netos aos avós. Algo bem interessante, é que geralmente estes filmes com temas natalinos são estrangeiros, e com o ’10 horas para o Natal’ teremos a nossa versão desse tipo de comédia. Adorei fazer parte do filme, e me unir a este elenco e diretora cheios de humor e talento. Foi uma experiência diferente de tudo que já fiz, principalmente por contracenar com crianças, que aliás, foi uma delícia. Tão talentosos, profissionais, espontâneos e cheios de energia que contagiam todo o set de filmagem”.
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