*Por Domênica Soares
É sempre bom ver as artes sendo oxigenadas por novos talentos que ganham cada vez mais espaço. Pedro Paulo Vicentini, 21 anos, é um exemplo. O ator estreou nos cinemas em uma grande produção audiovisual, “Os Parças 2”. A primeira versão, lançada em 2017 arrecadou mais de R$ 3 milhões e foi a produção nacional mais assistida nos cinemas. Conta a história de amigos amigos, Toin (Tom Cavalcante), Rayn Van (Whindersson Nunes), Pilôra (Tirulipa) e Romeu (Bruno de Luca). “Além de todas as confusões e trapalhadas que os parças protagonizam, o público vai descobrir que as pessoas podem, sim, mudar para melhor. Foi um processo maravilhoso de um mês imerso com todo o elenco no interior de São Paulo dividindo set, momentos, risadas e estudo do texto. Tínhamos um elenco muito distinto de idade e experiência, então acredito que foi uma grande troca de todos para todos”, frisa Pedro.
O jovem interpreta Rodrigo, um garoto rico, que junto com Rafael (Victor Aguiar) e seus amigos interesseiros, participa da criação de uma colônia de férias para adolescentes, entrando na concorrência com os quatro amigos. Pedro diz que esse filme foi um grande aprendizado e que ver o Tom Cavalcante improvisar ao vivo foi um dos inúmeros privilégios dessa participação. “Foram muitas aulas diárias. Dividi o set com pessoas que eu acompanhava desde sempre, como o Tom Cavalcante, Whindersson e Tirulipa. Estar ali e ver como eles ‘brincam’ em cena com toda naturalidade e maestria é magnífico e me fez aprender muito”, revela.
Em entrevista exclusiva ao site Heloisa Tolipan, o ator revela que nasceu no meio artístico e, aos oito anos, participou da série “Consciência na Cultura”, dos 10 aos 14 anos, interpretou Pepê, na série “Baú Da História”, ambas exibidas pela TV Cultura. Além disso, atuou nos filmes “Os Caminhos de Sorocaba”, “Cidade Azul”, “Alquimistas e Mineradores”, e “Terra dos Taperás”, que tiveram exibição na TV Brasil. Aos 18 anos, ingressou na Escola Superior Célia Helena para cursar teatro e logo no início entrou para o elenco da série “171 Negócio de Família”, exibida em 2017 no Universal Channel.
O ator também fez parte do elenco da novela “Cúmplices de um Resgate”, no SBT, e esteve presente em vários espetáculos, como “Alquimistas – Inventores de Inventos” e “Terrorismo”. Relata também que sempre se vê em desenvolvimento, estudando e entendendo cada vez mais o universo das artes e cinema. “Busco levar reflexões, sensações, sentimentos ao público para que dessa forma consiga cativá-lo fazendo com que entre de fato na história dos personagens. Além disso, almejo que depois dessa experiência, cada pessoa que saia de alguma apresentação minha, aprenda uma novidade. Dessa forma, um filme nunca será apenas um filme, mas sim um aprendizado”, comenta.
Sobre a transição pela qual o humor está passando, Pedro não hesita em dizer que acredita que tudo na vida precisa passar por mudanças e que o mundo humorístico é uma delas. Segundo ele, a sociedade entende os erros do passado e os corrige no presente para o futuro, o que faz parte de uma transição da vida. “Estamos saindo de uma fase do humor brasileiro em que se pensava que era necessário diminuir alguém para se fazer comédia. Hoje, cada vez mais, estamos entendendo que perpetuar preconceito para se fazer humor não cola mais. E com isso vemos grandes comediantes se renovarem e novos nomes brilharem”, afirma.
Pedro Paulo comenta ainda que se há algum ponto negativo, isso faz parte da vida de quem só sabia ofender ao invés de criar a comicidade e diz que o ponto positivo de todas essas mudanças está no fato da melhoria de qualidade do humor, da crítica e da sociedade em geral.
Animado e apaixonado pela profissão, Pedro dá algumas dicas para quem está começando agora: “Estude. Trabalhei com um diretor que sempre dizia: ‘Trabalhar é trabalhar-se’. As oportunidades aparecem, o trem vai chegar. Resta saber se você vai estar com a bagagem necessária para dar conta do desafio. Vá ao cinema, assista filmes, vá ao teatro, leia. Leia muito. A arte do ator começa pela leitura, pela interpretação”.
O jovem conta que suas maiores inspirações são dois atores/apresentadores que por sinal já ocuparam a mesma cadeira de um programa. São eles Marcelo Tas e Dan Stulbach. Segundo ele, os dois sempre interpretaram e interpretam personagens marcantes, e como pessoas, possuem opiniões fortes e bem colocadas.
Apaixonado por cinema e teatro, ele diz que poder estar em contato com as pessoas é uma de suas grandes paixões e motivações. Seu maior sonho é criar, produzir e integrar trabalhos que levem o público à reflexão e ao pensamento crítico para uma sociedade mais consciente. “Tudo isso com bastante humor e proximidade às pessoas”, declara. Novos desafios não são um problema para o ator, que logo dá conta do recado e busca conhecimento para crescer profissionalmente e pessoalmente também.
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