* Por Carlos Lima Costa
Estar com a família tem sido a principal rotina do ator Humberto Martins, que, depois de brilhar na reprise de Totalmente Demais, está em A Força do Querer, no horário nobre na Globo. Por conta disso, ele vem se dividindo entre o Rio de Janeiro, onde vivem os filhos Nicolle, 13 anos, e Humberto, de 23, e a cidade de Orlando, nos Estados Unidos, onde moram sua primogênita, Thamires, 31 anos, e a única neta, Sophie, de 3. “O vovô Humberto é brincalhão demais com ela, que é parceirinha. A Sophie tem o lado meiguinho da mãe e o espevitado do pai, Michael, que é pró-ativo”, diz o ator que durante a pandemia escreveu seu primeiro roteiro: o de uma websérie, que vai realizar em solo americano. “Pelos tantos roteiros de novelas que eu já li na minha vida, tenho curso de autodidatismo”, explica.
Sobre o projeto de uma websérie ele conta: “Procuramos autores, mas não chegamos em um consenso. Então, decidi eu mesmo escrever. Fiz cinco capítulos, foi aprovado e estou escrevendo o resto. Não querendo menosprezar nenhum curso, mas eu entendo, pelo que eu já escrevi desses capítulos. São textos pequenos, 15 minutos cada capítulo. Então, está sendo tranquilo para mim”, assegura. E assim que for possível, planeja encenar um espetáculo no Brasil. Se não fosse a pandemia, ele teria estreado em setembro de 2020 com Faustaff e o Príncipe, texto do Ulysses Cruz e Marcos Daud. “O projeto está de pé. A hora que puder, faremos”, diz.
É com esse espírito familiar e profissional que Humberto – um dos galãs de sua geração, que enlouquecia muitas mulheres em cenas sem camisa, em tramas como Vira Lata -, completa 60 anos, em abril. “Vou chegar nessa idade mais do que tranquilo. Conseguir estar vivo hoje em dia é uma alegria muito grande, uma dádiva. Só tenho a agradecer a Deus por chegar como estou. Então, procuro lidar com a vida em perfeita harmonia de acordo com o que se apresenta, até para a minha saúde mental. A idade é apenas um número, que com toda consciência significa mais cuidados”, reflete.
Mas frisa que todos podem modificar isso. Para se manter bem, ele malha, anda de bike, veleja, joga golfe e surfa. Humberto sempre gostou de praticar esportes. “Falaram até que comprei um barco nos Estados Unidos, não procede. Tenho veleiro há muitos anos, no Rio. Gosto do veleiro esportivo e nunca deixei de velejar. Onde eu vou, se tiver, eu alugo e fico uma, duas horas no mar”, completa.
Em meio às reflexões, ele fala dos filhos que lhe preenchem de orgulho. “Me sinto muito abençoado por ter esses filhos maravilhosos, batalhadores, guerreiros, pessoas do bem. Isso me dá uma alegria no coração”, pontua. Os dois mais novos se identificam com a área artística. “Humberto é músico, faz trabalho solo, escreve, compõe, canta, estudou engenharia de produção musical e tem um talento autodidata dentro disso tudo também, toca bateria, baixo, iniciando mais no teclado e é muito bom no vocal. Estudou teatro desde os 15 anos, música, continua estudando. Nicolle quer ir por aí também que ela canta muito bem, muito fofa”, comenta.
Por sua vez, Thamires é personal medicinal e atua em Orlando, onde começou a ir com quatro, cinco anos. “Quando consegui ter condição de viajar, ir passear com a família, íamos eu, ela e Ana (Lúcia Mansur, mãe de Humbertinho e Thamires). Eu queria ir para outro lugar, não conhecia bem a Europa. Mas todas as férias ela pedia para ir à Disney. Ela gostou muito e há oito anos, decidiu ir morar em Orlando, estudar, aí casou, teve filha, minha neta, Sophie, e nunca mais voltou ao Brasil. Seu genro também é personal medicinal. O casal tem a Redlin Enterprises. “Eles dão assessoria a condomínios. Por um aplicativo, as pessoas contratam o serviço deles de personal com nutricionista, com tudo”, diz. E conta uma curiosidade. Lá, a filha é chamada de Thammy. “Eles não gostam muito de nome grande. E não conseguem falar meu nome de jeito nenhum, é ‘Homberto’, é muito engraçado. Aí virei Burt, só me chamam assim”, explica, às gargalhadas.
Com três filhos, dois já criados, uma adolescente, e uma netinha, ele assegura que não terá mais filhos. “Já dei minha cota. Nessa idade não é uma boa hora. Não vou ser um bom pai, porque vou estar cansado. Não vou poder fazer o que eu fiz com os três. Aí imagina. Quando o garoto tiver dez anos eu vou estar com 70, vou bater uma bola com ele, vou cair, quebrar uma perna. Agora, é hora de curtir a neta”, diverte-se.
Era nos Estados Unidos, com Thamires e Sophie que Humberto estava quando a pandemia começou. “Deu um pânico danado no início, claro! Fiquei uns 45 dias dentro de casa. Aí aumentaram mais 15. E seguindo todos os procedimentos, pano com água sanitária para entrar em casa, aquela limpeza e assepsia o tempo todo. Uma mudança de hábito total. Na minha família, graças a Deus ninguém testou positivo para Covid-19″, diz.
Nesse período, Humberto retornou à telinha nas reprises de Totalmente Demais e em A Força do Querer, atual trama das nove. “Saudade do dia a dia do estúdio, da relação que tinha com o elenco, produção, equipe, direção. O nosso camarim, nossa senhora, foi uma delícia! Com Totalmente Demais também tive isso, foram duas novelas muito bacanas, gostosas de fazer. A Força do Querer foi mais ainda porque trabalhei com uma equipe que eu adoro de paixão, que é a do Papinha (o diretor Rogério Gomes), com quem fiz tramas como Escrito nas Estrelas, Vira Lata, Sinhá Moça. E ainda com Glória Perez, um absurdo de autora, uma Janete Clair (1925-1983) dos tempos modernos”, ressalta.
Humberto fala do momento atual e do julgamento no tribunal do ódio na internet. “A vida de cada um já é bastante cheia de coisas para resolver, para ficar olhando para o lado, criticando e botando o dedo nas pessoas. Cada um tem que cuidar de si, não pode ficar criticando o outro. Isso é uma doença da sociedade. Desde que seja maior de idade, o que as pessoas fazem com a sua vida é problema delas”, analisa.
Em televisão não tem nada previsto. “Continuo contratado. Como estive em duas reprises seguidas, Totalmente Demais e A Força do Querer, que ainda está sendo exibida, é como se eu tivesse acabado de fazer uma novela, tem que descansar a imagem. Não sei como eles vão agir, mas tudo certo, o que eles decidirem lá está ok pra mim”, observa.
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