Glória Pires vive médica obcecada pela beleza em “Linda de Morrer” e diz: “Sou uma mulher de muitas vaidades”


A atriz participou na manhã desta terça-feira (11) da coletiva do filme dirigido por Cris D’Amato e ainda comentou sobre contracenar pela primeira vez com a filha Antonia Morais

Cris D’Amato e Marcelo Saback estão acostumados a arrastarem grandes públicos de bilheteria com comédias femininas. Ela é a diretora responsável por “S.O.S. Mulheres ao Mar” (2013) (que ela dirigiu) e ele o roteirista que assina títulos como “Divã” (2009) e “Loucas Para Casar” (2014). Juntos, eles voltam a investir no gênero, com uma nova produção que tem tudo para se tornar mais um sucesso: “Linda de Morrer”, também co-escrito por Carolina Castro e no qual Glória Pires e Antônia Morais recriam na tela a relação de mãe e filha, como Paula e Alice. Ainda no elenco do filme, que chega aos cinemas no próximo dia 20, estão Susana Vieira como a mãe de santo Mãe Lina, Emílio Dantas como o mocinho médium Daniel e Angelo Paes Leme como o médico Francis. Durante coletiva realizada na manhã desta terça-feira (11/8), a equipe comentou sobre o filme e ainda falou sobre o excesso de vaidade que é criticado de maneira leve na história.

“É mais uma crítica ao excesso de valores, às pessoas que esquecem de ter o prazer na vida”, comentou Álvaro. Cris, que já é expert em comédias com figuras centrais femininas e independentes, disse: “Falar sobre essa busca incessante pela beleza me atrai. Não que eu seja contra a beleza, os remédios ou algum procedimento – sou contra o excesso”, explicou. Glória, que no filme descobre a cura para a celulite através de uma pílula com terríveis sintomas colaterais, conta que é uma mulher vaidosa, mas em outros aspectos. “Não faço tudo em nome da vaidade, mas tenho várias, a maior delas é com um bom resultado no trabalho. Em dado momento, percebi que estava aquém daquilo que deveria estar, então comecei uma corrida contra isso, algo que demanda um investimento de tempo e de tudo mais. Claro, tudo na medida do bom senso, até porque isso é algo bem pessoal”, disse a atriz, que se identificou com a falta de tempo da sua personagem.

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Além de criticar através do humor o excesso de vaidade, “Linda de Morrer” também toca fundo nas relações familiares que acabam sendo eclipsadas pela falta de tempo do mundo moderno e estranha sensação de proximidade virtual, mas não real. Ao morrer por causa do próprio remédio, Paula, personagem de Glória Pires, então se dá conta do tanto que deixou de fazer na vida e do pouco tempo que teve com a filha, voltando então no plano espiritual para consertar o erro. Esse, por sinal, foi o motivo que levou a atriz às lágrimas logo na primeira leitura do roteiro. “Eu me emocionei muito, porque lembrei a morte dos meus pais e de como aquilo me afetou tão profundamente. Como eu ainda gostaria de senti-los ali”, desabafou. Glória ainda disse que não tem medo de morrer, mas que se guarda para não ter arrependimentos. “Digo ‘eu te amo’ o tempo todo para todo mundo, principalmente quando eu vou viajar”, riu. A produtora Iafa Britz ainda emendou: “Está no momento de fazermos essas comédias leves com dramas familiares. Esse é um filme que traz situações muito parecidas para todas as mulheres que trabalham, têm o tempo corrido, se olham no espelho, estão cercadas de homens lindos…”, brincou.

Antônia Morais, que fez bonito ao lado da mãe em sua estreia cinematográfica, comentou que a dinâmica das duas foi engraçada e inusitada em frente às câmeras. “Em certos momentos, eu estava ali com a minha mãe, o que me deixava tranquila; em outros, era a Glória Pires atriz”, riu. “Mas essa mistura foi boa para que eu atingisse as emoções necessárias, porque muitas vezes a só imaginar que aquela cena ali estava acontecendo de verdade, e as lágrimas vinham”, explicou. Já Glória conta o que foi o primeiro pensamento a lhe passar pela cabeça quando soube que iria contracenar com a filha. “O que me tirou o sono por muitas noite foi imaginar que eu seria uma daquelas chatas que ficaria ‘Filhinha, faz isso assim; filhinha, faz aquilo daquele jeito’. Mas, no fim, isso não aconteceu. O que ficou mesmo foi a minha corujice de mãe”, disse orgulhosa.

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Emílio Dantas, que atraiu a curiosidade nacional depois da elogiada performance como protagonista do musical “Cazuza”, comentou que sente o mesmo medo do “além” do que seu personagem na trama, completando ainda com um episódio sinistro que rolou durante as gravações em um cemitério. “Eu estava sentado em um túmulo quando uma fã passou e pediu para tirar uma foto minha. Eu já achei estranho, mas quando olhei para trás era o túmulo do Cazuza, e ninguém fazia ideia de que estávamos ali”, contou, narrando que ainda havia uma abelha – sinônimo do apelido do cantor – em cima da lápide.

Por fim, a coletiva, assim como o filme, termina com mensagens importantes por parte do elenco, que opinou sobre a busca incansável pela beleza que é a grande prioridade de muitos. “Eu não acredito que exista essa categoria de ‘gente bonita’. As pessoas são misturas de traços, cada um tem gostos e belezas diferentes”, discorreu Antonia Morais. Emílio, por sua vez, também opinou: “A beleza é um estado de espírito, e não algo consumível. Se alguém  se sente bem, está bem consigo mesmo, isso transparece”. Glória, então, finaliza: “Essa é uma comédia sobre a morte, sobre a vaidade, sobre o egoísmo… Afinal, a comédia é um ótimo veículo para você perceber certas coisas”.


Trailer oficial de “Linda de Morrer”