Globo investe em temática escravocrata para o horário nobre; entenda!


O livro “Um defeito de cor”, da mineira Ana Maria Gonçalves, será adaptado pela Rede Globo para virar novela das 23h

Era uma vez Kehinde, que até os oito anos de idade vivia em Savalu, na África. Após a morte da mãe e do irmão, ela, junto da avó e de Taiwo, sua irmã gêmea, viajam sem rumo e chegam a Uidá. Nessa cidade, as três são capturadas e jogadas em um navio negreiro com destino ao Brasil. Ao fim da viagem, Kehinde é a única sobrevivente da família. Aqui, ela consegue comprar sua alforria e volta para a terra natal em busca do filho perdido há décadas.

Essa história, do livro “Um defeito de cor”, da mineira Ana Maria Gonçalves, será adaptada pela Rede Globo para virar novela das 23h – ou, no boato de que a emissora quer dar um descanso para o formato – minissérie. Não há, no entanto, data para ir ao ar, apesar de que há fontes que indicam que 2020 é uma boa aposta. Bianca Ramoneda, ex-Globo News, está ajudando no roteiro.

A escritora mineira Ana Maria Gonçalves (Foto: Léo Pinheiro/C41 ESTÚDIO)

O que se sabe é que pela história da obra original, publicada em 2006, é uma senhora empreitada: a história é forte, começa em um continente e termina em outro, e passa durante muitos anos – demandando o bom e velho “antes e depois”.

Detalhe interessante: na equipe de roteiro, há dois homens negros e uma mulher negra – o que agrada e muito Ana Maria, que fez um pedido à Globo para que a equipe fosse composta por afrodescendentes. A produção conta ainda com consultoria de Nei Lopes e pesquisa de Eduarda Azevedo.

Em tempo, Taís Araújo já elogiou a obra: “É lindo, cheio de história do nosso povo e da construção do nosso país. Impossível parar de ler. Lembro que, quando tinha que sair de casa, ficava pensando somente na hora que voltaria e reencontraria o meu livro. Sabe quando acontece um romance entre o livro e o leitor? Pois foi o que aconteceu comigo e com todas as pessoas que eu conheço que leram esse livro”.