Sabe aqueles vídeos maçantes das companhias de aviação mundo afora nos quais aeromoças quase infláveis, retocadas com make up de boneca Barbie e com postura de Playmobil, envergam uniformes que parecem passados a ferro com Cimento Irajazinho e mostram o que pode e o que não pode ser feito dentro das cabines, ensinando aquelas instruções de voo que, em caso de emergência, devem ser seguidas ipsis literis? Bom, até que nos últimos anos as empresas têm se esforçado para dar uma renovada, apelando para desenhos animados engraçadinhos e recursos audiovisuais repletos de computação gráfica. Okay, mas nada realmente muito interessante até então. Agora, a Air New Zealand inova, oferecendo um filmete produzido pelo diretor Peter Jackson com participação de Elijah Wood, o Frodo de a saga “O Senhor dos Aneis”.
Com 4’38” de duração, o curta brinca com os conceitos da série criada pelo escritor J. R. R. Tolkien e levada às telas pelo cineasta, cujo próximo filme, o último da trilogia “O Hobbit” – “O Hobbit 3: a batalha dos cinco exércitos” –, chega aos cinemas no início de dezembro. Lúdica e divertida, com historinha de verdade para maquiar todas aquelas informações enfadonhas que todos os que viajam de avião precisam saber, a produção tem acabamento premium digno da Sétima Arte e explora os conceitos da Terra Média, já que a Nova Zelândia foi o lugar escolhido para as filmagens das duas trilogias, em função da exuberante natureza e das facilidades de realização. Faz sentido, já que a trupe de Jackson deve viajar para lá e para cá a bordo das suas aeronaves e, possivelmente, um acordo de permuta pode ter sido firmado. Fato a ser investigado.
Portanto, dada a repercussão que os longa-metragens baseados na obra de Tolkien ganharam mundo afora, deve ser um alento sentar na poltrona, apertar o cinto e assistir ao tal filminho, a ponto de, quem sabe, até esquecer a famigerada barrinha de cereal. Bom, nada disso. Trata-se da Nova Zelândia e quem viaja para lá pega voo transoceânico de empresa aérea daquelas bandas o que, provavelmente, significa ter a bordo um menu bem superior àquilo que se degusta (oi?!? degusta???) flanando sobre território brazuca. Confira o vídeo abaixo!
Vídeo (Reprodução)
Aproveitando o ensejo, um HT saudosista resgata um comercial sessentista da finada Pan Am, época em que embarcar em um dos seus possantes jatos era experiência sensorial digna de gente fina, elegante e sincera, quando não ainda era possível encontrar no assento ao lado nenhum pagodeiro trajando regata, bermuda e chinelão, com alguma coisa no cocoruto da cabeça similar ao penteado de Galinho Chicken Little. Ah, os bons tempos, quando o Galeão não parecia um terminal rodoviário e a comida a bordo era assinada por chefs de primeiro time, com a aviação de alto nível fluindo a todo vapor, sem estar resumida a companhias nababescas do Golfo Pérsico. Infelizmente para os globetrotters de plantão, esta forma de voar praticamente desapareceu do mapa-múndi depois ao sumiço de Odete Roitman, magnata do espaço aéreo que comandava com pulso de ferro a fictícia TCA no maior sucesso de Gilberto Braga, “Vale Tudo”. Odete, coitadinha, hoje em dia ficaria horrorizada! Assista abaixo e lamba os beiços.
Vídeo (Reprodução)
No mais, HT também foi buscar na recente exposição “Salvador Dalí”, que passou pelo CCBB carioca e agora está no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (até 11 de janeiro), mais uma nefelibática inspiração na fabulosa propaganda de outra desaparecida empresa estadounidense, a Braniff, que faz parte do conjunto de curiosidades que completam a mostra. Na telinha, o artista catalão divide a cena – aliás, a cabine – com celebridades de um passado remoto, como o recém-falecido Mickey Rooney (1920-2014), a Miss Universo (numa era em que ela equivalia à Gisele) e Gina Lollobrígida. Deguste como se fosse uma comidinha da primeira classe, meu bem!
Vídeo (Reprodução)
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