Se você conhece uma mulher entre 5 e 25 anos, provavelmente, ela já escutou falar ou leu algum livro de Thalita Rebouças. A escritora lançou seu primeiro livro no ano de 2000 e, de lá para cá, se tornou a brasileira de maior sucesso no segmento infantojuvenil. O livro Fala Sério, Mãe, de 2004, foi o primeiro best-seller e o que a fez ser tão conhecida no mundo da literatura. No dia 28 de dezembro, seu primeiro fenômeno escrito entrará em cartaz nos cinemas de todo o Brasil com a dupla Ingrid Guimarães e Larissa Manoela. “Este foi o texto que mudou a minha vida e com certeza o resultado do longa não será muito diferente. Espero que as pessoas venham ver e, ao mesmo tempo, ler o exemplar porque lá tem muito mais informação”, afirmou Thalita Rebouças.
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O filme segue a mesma história do exemplar que, em crônicas, fala sobre a relação entre mãe e filha. A narrativa passa por todas as fases da vida de Maria Lourdes, desde o nascimento até a adolescência. Com o lançamento, a autora publicou uma nova edição com algumas passagens extras, como as dúvidas sobre a faculdade. No entanto, não foi preciso atualizar o livro. “Não tirei nenhuma parte por considerar ultrapassada. A relação entre mãe e filha é atemporal”, afirmou a autora. O exemplar é o segundo de Thalia Rebouças a estrear nas telonas, sendo o primeiro protagonizado pela youtuber Kéfera Buchmann.
Apesar do filme ser baseado neste best-seller, existe uma musa inspiradora extra em quem o diretor Pedro Vasconcelos se baseou ao levar para as telonas. “Criei este filme para a Ingrid, porque quando li Fala Sério, Mãe achei o personagem a cara dela, parecia que tinha sido escrito para ela. Além disso, queria trabalhar novamente com a minha amiga, pois a última vez tinha sido no teatro há 25 anos, na peça O Jardim das Borboletas. Desde então, não havíamos nos cruzado de novo”, informou Pedro.
E parece que ele tinha razão sobre o quanto a atriz adoraria fazer uma mãe neurótica como a Ângela Cristina. “Quando este roteiro chegou para mim, eu convenci todo mundo a começar logo. Me ofereceram outro filme que era para gravar antes deste, mas recusei. O distribuidor me achou maluca e me lembrou que o texto do Fala Sério, Mãe nem estava finalizado. Não me importei e, inclusive, ajudei a escrever. Chamei a Larissa Manoela e botei pilha em todo mundo para começar logo”, contou Ingrid. O convite para a atriz mirim atuar como protagonista veio da própria Ingrid. “Minha mãe recebeu o telefonema dizendo que eu tinha recebido uma proposta de filme com a Ingrid Guimarães. Eu não deixei ela terminar de falar e já confirmei que iria fazer, porque amo esta mulher”, afirmou Larissa Manoela, que já conhecia a obra de Thalita antes de participar do longa e era uma grande fã.
Um dos traços que fizeram Larissa e tantas outras meninas adorarem o livro foi a relação confusa e complicada com a figura mais velha, algo muito semelhante ao seu universo. Ao se tornar mãe, a personagem descobre uma mulher completamente diferente dentro de si: uma figura preocupada e ansiosa. “É uma mãe similar a todos nós, porque ao mesmo tempo em que nasce a figura materna, nasce uma neurótica, cada mulher tem a sua. A maternidade desenvolve isso. E, agora, eu não sei mais se o problema era meu ou dela”, confessou a atriz.
Maternidade é um assunto que Ingrid Guimarães domina por ser mãe de Clara Machado, de 8 anos. A proximidade com o papel facilitou a construção da Ângela Cristina chegando ao ponto que nem mesmo a atriz soube diferenciar quem estava aparecendo nas telonas. Esta relação, inclusive, foi um dos combustíveis que levou a atriz a abraçar o papel. “A minha filha nunca viu os meus filmes, porque ainda não tem idade. Quando somos mães queremos tudo para os pequenos: o melhor restaurante, a melhor casa e a melhor viagem. Por isso sempre quis participar de uma montagem que os mais velhos pudessem se divertir da mesma forma que as crianças no cinema. Queria que fosse um programa para as duas idades”, comentou. Além do caráter pessoal, outro aspecto importante da narrativa que fez com que a profissional se apaixonasse foi a história de amor expressa na tela. “Este período está sendo tão complicado para nós que eu gostaria de participar de um longa que falasse de amor, porque acho que é isto que está faltando no mundo. O fato de ter humor também só melhorou. Tem coisa melhor do que chorar e rir com o seu filho?”, questionou a atriz.
A intuição de Ingrid estava certa. A reação do público que a equipe identificou durante a passagem por Goiânia, Belo Horizonte, São Paulo e Rio foi muitos risos e lágrimas tanto das crianças quanto dos responsáveis. “Este filme foi feito para as crianças e para as mães. As pessoas estão me perguntando se eu espiei pelo buraco da fechadura da casa de cada um. Espero levar as pessoas para o cinema. A Ingrid sempre diz que quem tem filho não aguenta mais ver longas da Disney e histórias de princesa. Nós queremos nos reconhecer na tela”, acrescentou Thalita Rebouças.
O aspecto de brasilidade está expresso no filme através dos questionamentos, conflitos e emoções que as duas personagens enfrentam ao longo das fases de vida da pequena Maria de Lourdes. “O livro é narrado também pela mãe e mostra a filha desde que era um bebê, ou seja, traz as dificuldades que surgem após a chegada de um recém-nascido em casa. Quem vai se identificar com isso são as mulheres mais velhas, porque um pré-adolescente não lembra desta fase. Conforme a personagem cresce, os pequenos passam a se identificar com o filme e a se envolver também”, afirmou o diretor Pedro Vasconcelos. É difícil que o espectador saia da sala de cinema sem se identificar com alguma cena.
Ao mesmo tempo que a evolução da vida da filha seja uma característica primordial para o longa, esta foi uma das maiores dificuldades do elenco. “Comecei as gravações com um bebê e terminei com uma adolescente. Contracenei com várias crianças e tive que envelhecer ao longo das filmagens”, lembrou Ingrid. Diversas atrizes também interpretaram Maria Lourdes antes da Larissa Manoela entrar no papel. A colisão de pessoas poderia significar um problema, principalmente, se considerarmos que a troca precisou ser feita entre meninas de 5 a 10 anos. “Viemos em uma crescência maravilhosa com um elenco genial. Acredito que deu para ver todas as fases de evolução desta família. Fiquei extremamente feliz de poder mostrar como atriz que consigo ser mais velha do que realmente sou, sair um pouco da esfera de 13 e 14 anos. São temas que já foram abordados na minha vida ou estão sendo ou vão ser”, considerou Larissa. Devido a estes problemas dentro da atuação, a atriz mirim provou o seu talento. “Foi muito legal poder descobri a atriz que existe dentro da Larissa Manoela, não é somente a personalidade. Existe uma artista muito potente dentro dela, muito bacana”, comemorou Pedro.
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