Se o objetivo da nossa sessão Festolipan é ir atrás de gente nova que está fazendo um barulho daqueles em sua cena, nada mais coerente que pararmos um pouquinho a gravação de “Partiu Shopping”, novo seriado do Multishow, para saber mais sobre a atriz Camilla Camargo. Não, o sobrenome não lhe é estranho. Camilla, que está no elenco do humorístico de Tom Cavalcante, é filha do sertanejo Zezé di Camargo, e se equilibra entre os três pilares da sua profissão: cinema, teatro em TV.
Nas coxias, ela vai entrar no elenco da peça “Caros Ouvintes” a convite do diretor Otavio Mortes para viver Leonor, uma das mais famosas rainhas do rádio brasileiro. “A peça é uma delícia, fala da era do rádio, e como ele foi afetado com a chegada da televisão no Brasil. Tem comédia, drama, música, e ainda entra na questão do momento político”, conta ela, que deve começar a ensaiar já nas próximas semanas.
Além disso, a atriz batalha na captação de recursos do Ministério da Cultura para seu projeto teatral “Quarto 77”. “Estou uma ansiedade só. Espero que o quanto antes eu receba o ok pra começar, de fato, a colocar a mão na massa. O momento da nossa economia acaba afetando todos os âmbitos de alguma forma, e com a cultura não é diferente. Mas graças a Deus temos leis de incentivo que ainda ajudam com que exista um estímulo a mais para que as empresas invistam em arte. Fazer teatro não é fácil mas é uma batalha que vale a pena”, desabafou.
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Já nas telas, Camilla Camargo deu o que falar por causa das cenas picantes do longa “Travessia” com o galã Caio Castro, e agora se prepara para fazer a gente morrer de rir na TV por assinatura, interpretando uma dona de quiosque de shopping. Os detalhes de todos esses projetos a morena conta mais a seguir.
HT: Como foi sua entrada em “#PartiuShopping”?
CC: Minha empresária soube dos testes que estavam sendo realizados pela Freemantle e indicou que eu os fizesse. Graças a Deus, após algumas etapas, a empresa optou por mim e eu soube que faria a “Isabellen”. Estou amando fazer humor!
HT: O que é mais fácil: fazer rir ou chorar?
Pra mim fazer rir é mais difícil. Talvez também porque o drama já é mais presente nos papéis que tive a oportunidade de fazer. Das personagens do sitcom, a Isabellen [que é a mocinha, o amor platônico do personagem do Tom Cavalcante] é a mais centrada e pé no chão. Ela traz certa seriedade pra um time que é cheio de figuras hilárias.
HT: Como está o trabalho de voz para viver a Leonor na peça “Caros Ouvintes”?
Estou escutando muito as famosas “rainhas do rádio”. Por ser formada em Rádio e TV eu estudei toda essa história na faculdade, então estou de certa forma familiarizada. Também estou buscando ouvir essas cantoras, que tinham interpretações mais marcante nas canções, normalmente com vozes mais graves, até porque era só a voz, não havia a imagem. Quero trazer essas referências. Fiz canto com o Thiago Gimenez e Amélia Gomes, mas em outros momentos, não pra este espetáculo em específico.
HT: Como foi fazer as cenas de sexo e nudez em “Travessia”?
Desde a sinopse eu já sabia que essas cenas existiam, e elas ajudam a contar a história, então foi mais simples do que parece. A produção do filme foi incrível e super respeitosa, me ajudou muito para que acontecesse tudo da forma mais tranquila possível, e estava dentro do contexto e da composição da personagem. Tendo uma proposta artística coerente, é justificável e aí não vejo problema.
HT: Você vive uma jovem rica no filme, e acaba se envolvendo, por amor, no mundo das drogas. Fale um pouco mais sobre o papel social do filme? A mensagem que o longa passa por trás do enredo…
Acho muito importante mostrar essa realidade que existe e o que as drogas podem fazer com a vida de uma pessoa. A arte tem muitos papéis além de entreter, pode ser uma ferramenta importante de conscientização.
HT: TV, cinema e teatro. Você está nas três plataformas. Qual mais lhe agrada e por que?
Parece demagogia, mas a realidade é que cada uma tem seu encanto particular. Na TV é onde é possível “chegar” e mostrar seu trabalho a um número maior de pessoas. O alcance é fora do normal, ainda mais pra quem vem do teatro como eu. Já o teatro foi minha casa, onde tenho mais experiência, é aquele que sempre me rendeu muitos trabalhos, personagens variados. Nos palcos temos a relação mais próxima e instantânea do público, podemos sentir as reações, é onde temos a platéia como parte do todo e isso também é maravilhoso. O cinema, por sua vez, é das minhas paixões mais antigas e mais recentes ao mesmo tempo. Antiga porque sempre fui cinéfila de carteirinha, desde que me conheço por gente, e recente porque de fato atuar em um filme é novidade e foi um bicho que me mordeu.
HT: Qual é o mais difícil?
A linguagem dos três é bem diferente. No caso do cinema você tem mais tempo pra construir o que é a personagem. Para quem fez/faz muito teatro um grande desafio são as marcações de cena da TV, o posicionamento das câmeras e a dosagem da intensidade que no teatro é bem diferente.
HT: E o que é mais complicado na profissão de atriz?
Acredito que é conseguir boas oportunidades, bons papéis principalmente na TV e cinema. Quem é ator sabe que não se pode desanimar com algumas negativas e nem com os dias difíceis, pois eles existem e fazem parte. É uma profissão que necessita de muita persistência e amor pela arte. Tem aquelas fases que você é chamado para vários testes bacanas e as vezes até calha de ter que decidir entre dois trabalhos e outros em que demora a pintar uma oportunidade. Quando isso acontece, procuro não ficar parada, vou estudar mais, fazer meus cursos e produzir mesmo. Independente das dificuldades, o amor pelo que faço, compensa demais. Sou muito feliz com o caminho que escolhi e não trocaria por nada.
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