*por Vítor Antunes
Oriundo de uma geração que tem um humor mais livre, mas que com recorrência passa pelo crivo do politicamente correto ou com o questionamento aos limites do humor, Fabio Porchat não acha nenhuma na intolerância. “Eu acho que ela não tem graça nenhuma. A gente pode rir da cara da intolerância, mas, no fim das contas, precisamos saber que somos diferentes. A graça é essa. O divertido é que somos diferentes. O divertido é que cada um acredita numa coisa, cada um parece de um jeito diferente, cada um come uma coisa, cada um se relaciona com alguém diferente. E isso é o que é o mais legal”.
Fabio está em cena com a peça “Histórias do Porchat” e o programa de grande sucesso no GNT e na Globo, o “Que História é essa Porchat?“. E são estas e mais várias – várias mesmo! – atividades. “Este ano está recheado de emoções. Não só agora em março, o Prêmio do Humor foi realizado, premindo as peças de comédia do Rio e São Paulo, o filme que eu fiz com a Sandy, o “Evidências do Amor“, que estreia dia 11 de abril nos cinemas de todo o Brasil. E estreio dia 5 de abril, no Rio de Janeiro, a peça “Agora que são Elas“, na qual dirijo dez esquetes de humor que serão encenados pelas atrizes Júlia Rabello, a Maria Clara Gueiros e Priscila Castello Branco. A ideia é voltar com a tradição dos esquetes no Rio de Janeiro, que é algo que a gente tem muito. E ainda vou gravar um programa novo em Portugal e concluir a redação de um filme que estou produzindo, o “Amigo é pra essas coisas“. Ufa!
Na minha opinião, vivemos hoje num período de intolerância, mesmo nas redes sociais, assim como na vida real também. Mas precisamos lutar para mudar isso – Fabio Porchat
HISTÓRIAS E/DE PORCHAT
Programa que estreou em 2019, o “Que História é Essa, Porchat?” é uma das atrações mais bem sucedidas do GNT. Desde 2020, o programa está na grade da Globo e, agora, no canal a cabo, terá uma temporada longa até dezembro, e ao vivo. Para o multiartista, o fato do streaming estar ganhando força não invisibilizará a TV aberta. “Este formato ainda é um canhão, faz muita diferença. O “Que História“, depois que entrou no ar, na grade da Globo, ganhou outra proporção. Chega em muito mais lugar, atinge um público muito maior, e é muito bom poder se comunicar no lugar de massa, porque assim é possível fazer com que o seu trabalho seja visto, que as pessoas deem risada daquilo que você quer que elas gostem. A TV aberta tem muita força. É lógico que existe muito mais concorrência hoje, porque a concorrência para a TV aberta não é só no streaming. A rede social também é uma. No fim das contas, a internet como um todo virou um grande concorrente. Assim como o rádio não sumiu com a chegada da televisão, a TV aberta não vai sumir por causa do streaming”, analisa.
Porchat está no Teatro Multiplan, do Village Mall, com o stand up “Histórias do Porchat“, com o qual pretende, também, rodar o Brasil. A intenção da montagem é jogar luz para as histórias do Fábio, já que, no programa, os protagonistas são os convidados. “O bacana do stand up é que eu posso contar as minhas histórias mais aprofundadas. No programa, eu conto ali rapidamente, porque, na verdade, quem tem que brilhar são os convidados. Na peça, eu pego os momentos mais malucos das minhas viagens, jogo em cima do palco e falo, mostro foto de viagem. A ideia é o público dar risada dos meus perrengues, das coisas que deram errado”. Outro projeto no qual Porchat está é “Evidências do amor“, com o qual divide a cena com a atriz e cantora Sandy, que tem uma participação muito episódica no cinema. “A gente está muito animado, uma comédia romântica, muito gostosa de assistir, engraçada, para a família toda”.
Ao ver de Fábio, é importante que, numa contemporaneidade egoísta, dicotômica e polarizada como a atual, é importante olhar para o outro. A generosidade é fundamental. “Eu acho sempre muito importante olhar a quem está à nossa volta. O ser humano chegou onde chegou porque vivemos em comunidade e a gente não pode esquecer das comunidades que vivemos. Isso não é só no país, no estado, na cidade, mas entre amigos e família. Ao se olhar em volta a gente precisa acredita que sempre é possível retribuir. Tudo aquilo que vem para gente, temos que devolver para comunidade, para sociedade, porque é para isso que estamos aqui, para conseguirmos viver juntos”, aponta.
Uma das formas de retribuir, é estando “atento a quem está precisando e a causa das crianças, a educação, são coisas que me pegam muito, então eu estou sempre olhando para isso. A gente tem a Casa do Zezinho, lugares que eu já sou parceiro há muito tempo e venho fazendo muitas ações, mesmo com o René Silva – jornalista da Voz das Comunidades e agitador social – também. No Complexo do Alemão, na Páscoa, no Dia das Crianças, no Natal. Então, eu tenho uma parte social no meu escritório. A gente foca em como podemos ajudar com imagem, com dinheiro, com divulgação, com parcerias”, revela.
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