* Por Carlos Lima Costa
Personagem de destaque do extinto programa Zorra Total, Lucicreide, interpretada com maestria por Fabiana Karla, uma das principais humoristas de sua geração, chega aos cinemas nesta quinta-feira, dia quatro, com a estreia do longa-metragem Lucicreide Vai Pra Marte, dirigido por Rodrigo César. A produção enche de orgulho a comediante, afinal este é o primeiro filme a rodar nas instalações da NASA, agência espacial americana, desde a trama norte-americana de ficção científica Armageddon, de 1998. “Na realidade, é o primeiro filme brasileiro rodado na NASA. Passamos um ano nessa negociação e conseguimos levar Lucicreide para gravar no Space Center”, vibra ela.
Viagens espaciais sempre estiveram no imaginário popular. No último dia 18, o robô Perseverance pousou na cratera de Jezero, em Marte. Este é um tema que chama atenção da atriz. Mas com seu humor habitual, ela deixa claro até onde vai seu interesse. “Eu sou muito curiosa, mas não sei se iria para outro planeta (risos). Tenho muita coisa pra fazer aqui na Terra ainda. E se eu tive medo gravando no avião de gravidade zero, acho que não encaro um foguete não”, assegura, às gargalhadas, referindo-se a aeronave usada no treinamento de astronautas e que fez acrobacias sobre o deserto de Nevada, em sequência do filme, onde ela contracenou com os atores Adriana Birolli e Cacau Hygino.
Na história, diante de uma série de problemas como o abandono do marido Dermirrei e dos cinco filhos que não a obedecem, Lucicreide, sem querer, se junta a grupo de pessoas que se candidataram para viagem sem volta para Marte. Para Fabiana, o fato do longa estrear nesse momento difícil que vivemos com a pandemia de Covid-19, pode ser uma válvula de escape para tanta ansiedade. “O humor é um bálsamo para os tempos de hoje. Sempre foi uma ferramenta potente e faz bem à alma”, frisa.
Além do lançamento do filme que acontece simultaneamente nos cinemas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e na região Nordeste, Fabiana está envolvida com o especial Falas Femininas, projeto que a Globo vai apresentar na segunda-feira, 8, o Dia Internacional da Mulher. “Eu sou a mediadora, as protagonistas são as nossas convidadas, Cris, Tina, Sebastiana, Dall e Ruana. Um programa que faz parte do projeto Identidade assim como Falas Negras e que é uma grande celebração ao Dia Internacional da Mulher, mas fala para todos! Trazemos histórias de mulheres reais e amplificamos suas vozes. Programa feito por uma equipe de mulheres e que tem formato documentário com uma narrativa bem poética. Histórias fortes, de superação e que trazem a realidade da mulher brasileira”, conta.
Mas efetivamente, sabe que não há muito o que festejar na data. “Comemorar não é bem a palavra. Infelizmente, os dados são preocupantes e dói demais ver as estatísticas de feminicídio aumentando. Mas a mulher pode se orgulhar por continuar forte e tentando! Não aceitando mais e lutando para que sua voz seja amplificada. É por nós e por muitas outras”, ressalta ela, que recentemente pôde ser vista na televisão como a Cacilda da Escolinha do Professor Raimundo.
E Fabiana faz um resumo de como levou a vida nesse ciclo de um ano de pandemia. “Acho que a Covid-19 impactou a minha vida e a de todo mundo! Eu não tive, mas dois dos meus filhos tiveram, alguns familiares também e perdi alguns parentes e amigos. Momento difícil, de medo, dor, mas também de muito aprendizado. Acho que lidei bem com o isolamento. Trouxe minha mãe pra ficar comigo desde o início. Acho que estar em família também ajudou, sem falar da análise que foi primordial para minha saúde mental e para cuidar da minha ansiedade”, finaliza.
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