São quase quatro milhões de seguidores nas redes sociais e, ainda assim, Isis Valverde consegue manter certa discrição quando se trata de sua vida pessoal – pelo menos o possível na profissão que escolheu. O mesmo não acontecerá com sua Katrina no filme “Amor.com”, que começou a ser rodado na semana passada no Rio de Janeiro. Sua personagem, uma blogueira que se formou em Paris e já viajou por vários cantos do mundo, também acumula milhões de seguidores mas, ao contrário da intérprete, começa a ter problemas com opiniões e críticas sobre sua vida pessoal e a relação com Fernando (Gil Coelho). “Tudo vira público na vida da Katrina. Tem as pessoas que apoiam o namoro dela e as que não apoiam e isso vai se colocando ao longo da trama e se torna cada vez mais pesado para o namorado, que não estava acostumado com isso. Ele não tinha uma vida pública como ela, mas ela era amada, aceitada, e vê esse blog de sete milhões de seguidores começar a dar problema. E aí? O que você faria? Você levaria isso adiante? Essa é a grande questão”, explicou ela, entre uma pincelada de blush e outra no camarim do set montado no casarão na Avenida Rui Barbosa, que será palco da loja de luxo Ricci.
Leia também a nossa entrevista com o ator Joaquim Lopes, que integra o elenco do filme.
E ela? O que faria? Pela primeira vez na conversa, o sotaque mineiro de Isis vem forte: “Eu ia embora com meu amor, botava dentro de um barco e ia feliz da vida”, disse, sem pestanejar, com a voz doce da menina que saiu de Aiuruoca, interior de Minas Gerais, para tentar a sorte como atriz na cidade grande. Pois bem, de lá, conquistou o mundo. Ela, que voltou recentemente de uma temporada de estudos nos Estados Unidos, contou que tem usado toda a técnica que aprendeu por lá no novo filme. “Eu me formei em inglês e fiz um curso intensivo na Stella Adler, meu professor era colega e superamigo do Marlon Brando e professor do Actor Studios, então foi uma imersão em um novo método de interpretação muito bacana, que está me ajudando muito. Para esse filme também estou usando bastante essa técnica, tem que colocar em prática o que aprendemos, né. Muita coisa eu já tinha estudado, mas foi uma experiência muito legal pra mim”, contou ela, que foi além: “Eu estudei com o André Monteiro outra técnica. Stella Adler tem como base, assim como todos os métodos de interpretação, (Constantin) Stanislavski, que foi o mentor, que iniciou tudo isso. A partir dele surgiram outras pessoas que foram destrinchando sua técnica e o Stella é um dos mais contemporâneos que tem”, explicou.
Isis, que já havia feito cinema em “Faroeste Caboclo”, no qual interpretou Maria Lúcia, parece ter realmente se apaixonado pela sétima arte. “Depois de ‘Amor.com’ vou fazer mais dois longas. Na verdade tenho um fechado, o outro calma, ainda não temos certeza. Mas no do Wilson Simonal eu serei a Teresa, mulher dele. É um filme bem bonito”, adiantou. E TV, Isis? “Ainda estou deixando quieto, porque está muito lá na frente, é só no ano que vem. Antes, tem todos os meus filmes”, disse. Falando neles… se a relação de Katrina com a internet acaba sendo prejudicial, como é a de Isis? “Então, eu acho a exposição muito agressiva, mas é o mundo de hoje, então não tem muito como ir contra isso. As revistas estão acabando, se a gente for olhar é tudo pela internet. Essas meninas ganham uma grana com os blogs. Temos que lutar contra um monstro de sete cabeças sem arma nenhuma”, analisou ela, que já chegou a se afetar com o que leu. “Tem vezes que a gente pensa: ‘como assim?’. Por exemplo, a morte do Cristiano Araújo, eu li gente fazendo comentários horríveis como ‘já estava na hora de virar presunto’ e ‘famoso quem?’. Teve um cara que filmou ele sendo aberto e colocou na internet. Isso é absurdo. Eu tento trabalhar em cima do meu psicológico para não surtar”, confessou.
Ela, que não acumula haters, disse que, ainda assim, já se magoou com algumas situações. “No início me marcou muito, eu não entendia. Depois falei: ‘se toda vez que eu ler algo, for ficar assim, vou ficar deprimida o resto da vida. A própria Katrina também trabalha isso ao longo do filme. Tem uma cena que eu acho muito genial que ela vira e fala: ‘eu preciso parar de ler isso’, aí a irmã, a Roberta (Carol Portes), apoia, diz que ela tem que desligar e ela segura o celular e fala: ‘mas eu não consigo’”, contou ela, que fez questão de endossar: “Apesar de existir esse lado sombrio e de ele ser abordado na trama, é um longa solar, colorido e lindo”, garantiu. Nós, que estivemos por lá, não temos dúvidas.
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