A vida do britânico John Boyega mudou completamente quando o jovem abriu sua caixa de entrada e, ali, encontrou um e-mail de J. J. Abrams, responsável por dirigir e co-assinar o roteiro de “Star Wars: O Despertar da Força”, sétimo capítulo da saga que chega às telonas no dia 17 e mata a sede dos fãs que ficaram mais de uma década sem conferir um lançamento cinematográfico da franquia. Na mensagem, J.J. convidava John para um café e, assim que chegou ao local, o ator ouviu: “‘Você será o próximo astro de Star Wars'”.
“Fiquei estático. Foi provavelmente o dia mais feliz da minha vida. Caminhei por Londres como se estivesse na terra dos sonhos. Tive a impressão de ter entrado para a história”, conta John, em entrevista exclusiva ao site HT, sobre quando descobriu que viveria o herói Finn. Não que ele fosse um ator extremamente iniciante, mas, aos 23 anos, filmes como “Ataque ao prédio” e “Imperial dreams” não chegam nem a uma ínfima parcela da visibilidade que o jovem havia alcançado quando apareceu em uma mesa de leitura do novo roteiro da saga criada por George Lucas em 1977.
Ao lado de Daisy Ridley, com quem diz ter uma química “dentro e fora das telas”, John forma a dupla de protagonistas de “O Despertar da Força”, enquanto carrega a dura missão de agradar aos fãs fervorosos da sala em uma história completamente inédita. Após enfrentar ataques racistas nas redes sociais e ter passado por um treinamento intenso de sete meses para viver o novo Jedi, o rapaz parece estar pronto para responsabilidade que vem a seguir.
Abaixo, você lê nosso papo com John, no qual ele fala sobre a sua relação de fã com “Star Wars”, os conselhos de Harrison Ford, como J. J. Abrams tem dado seu toque especial à saga, as brincadeiras com Daisy Ridley durante as filmagens e o qu ele acha que a nova geração poderá acrescentar à franquia. Vem com a gente:
HT: Como foi o processo de testes até que você fosse selecionado para o elenco do filme?
JB: Recebi um telefonema sobre os testes para “Star Wars” e meu agente me disse que o J.J. Abrams queria se encontrar comigo e me filmar para o papel. Eu não sabia que personagem iria fazer e obviamente não tinha lido o roteiro, então peguei um trem para o centro de Londres, encontrei com o J.J., conversamos sobre o papel e, depois, fiz duas cenas. Foi uma experiência e tanto, porque era muito angustiante saber que fazia parte de “Star Wars”, mas não saber nada além disso. Depois, teve retorno e mais retorno e um outro teste no qual o Chewbacca veio, que foi muito empolgante. Então, recebi o telefonema dizendo que eu havia conseguido o papel! Isso foi depois de sete meses de testes extremos.
HT: Como você reagiu no momento em que recebeu esse telefonema? Ficou muito empolgado?
JB: Antes de conseguir o papel, eu estive na estreia de um outro filme que eu havia feito, e minha mente estava definitivamente mais focada em saber se eu participaria de “Star Wars” ou não. Eu me lembro de estar no tapete vermelho do evento e de ter vazado um rumor que estaria na franquia, então vários jornalistas me perguntavam sobre isso. Eu dizia: “não sei de nada, mas se o J.J. Abrams quiser que eu esteja, será incrível”. No dia seguinte, recebi um e-mail dele perguntando se tinha como eu ir até um café em Mayfair. Fui até lá e o encontrei sozinho, tomando uma xícara de chá. Ele me perguntou se eu estava pronto, se teria a possibilidade de fazer esse papel e se eu estaria interessado em malhar e treinar, tanto como ator quanto fisicamente. Ele também me questionou se eu tinha noção do tamanho da responsabilidade que isso seria. Eu respondi: “Claro, sem problemas”. E então ele me disse que eu era a nova estrela de “Star Wars”. Tudo parou! Passei a perceber tudo. Percebi quantos torrões de açúcar tinha na pequena xícara em cima da mesa. E o tempo todo passava na minha mente: “Ele acabou de dizer que eu sou a nova estrela de ‘Star Wars’“. Eu estava tentando respirar! Então o J.J. levantou uma taça com água e disse: “Parabéns!”.
Fiquei estático. Foi provavelmente o dia mais feliz da minha vida. Caminhei por Londres como se estivesse na terra dos sonhos. Senti algo diferente ali. Claro, eu já tinha recebido telefonemas para papeis que eu havia lutado muito pra conseguir antes, mas isso não era somente um triunfo para mim como ator. Foi também um dia em que tive a impressão de ter entrado para a história, e isso me deixou muito, muito feliz.
HT: Quanto tempo antes da leitura do roteiro você ficou sabendo que conseguiu o papel?
JB: Cerca de uma semana antes. Disseram para não falar nada, e isso significava que não podíamos contar nem para a família ou para os amigos. Obviamente não houve nenhuma coletiva de imprensa e foi muito difícil seguir com a vida normalmente, sem falar que estávamos no elenco de “Star Wars”! Mas fiquei muito empolgado que saiu a foto de todos na leitura. Foi histórico. Eu não tinha contado nem para os meus pais!
HT: Como era a sua relação com “Star Wars”? Você já era fã da saga antes?
JB: Nasci em 1992, então cresci com os filmes que vieram depois. Foi meu pai quem me disse que eu deveria voltar e assistir aos originais também, porque isso completa toda a história do Anakin e do Luke Skywalker. Achei todos fantásticos. Todo o elenco capturou a nossa imaginação e o filme foi, com certeza, uma influência artística para os atores, diretores e todos no campo do entretenimento, desde efeitos visuais a todos que fazem a mágica acontecer. “Star Wars” com certeza fez parte do meu lado nerd de sci-fi. Sou um grande leitor de histórias em quadrinhos e isso faz parte desse universo. E agora eu faço parte dele! É uma loucura!
HT: Quais eram os seus personagens favoritos?
JB: Han Solo e Chewbacca. Sou um grande fã do R2-D2 também. Agora temos o nosso novo BB-8, que provavelmente é um R2-D2 jovem a caminho. Mas o universo como um todo é incrível para mim. Toda a narrativa e ação dos personagens se encaixam muito bem. George Lucas fez um ótimo trabalho.
HT: Dentre todos os filmes de “Star Wars”, qual o seu preferido? E por quê?
JB: “O Retorno de Jedi”, porque você vê o Luke Skywalker em um momento muito vulnerável. No primeiro filme, ele está aprendendo quem é e aprendendo sobre esse mundo especial que existe e o qual ele nunca conheceu. “O Retorno de Jedi” já é uma excelente mistura de drama, comédia e de certa forma expande o universo em termos dos Ewoks e de outras criaturas que você encontra no filme. É o meu favorito por ser o estabelecimento de cada personagem em um momento diferente de suas vidas. Você vê toda a história sob uma perspectiva diferente. Eu sempre vi os dois primeiros filmes sob a perspectiva do R2-D2 e do C-3PO. Quando eu era mais jovem, só me importava com esses androides. Eles eram trocados, passados adiante, e tudo é visto a partir deles, em relação ao que os seus mestres estão fazendo. Mas “O Retorno de Jedi” se fixa na história do Luke Skywalker se tornando o maior Jedi nas ruas agora, o que é muito legal para mim. Eu adoro isso! Poderia falar sobre isso o dia todo.
HT: Como foi a experiência de filmar em Abu Dhabi para você?
JB: Abu Dhabi, naquele calor, foi uma experiência e tanto. Ir para lá e estar aquele ambiente, com desertos enormes, um monte de objetos, um set enorme e, obviamente, o J.J. Abrams com seu entusiasmo e energia, chegando e falando que estávamos começando o sétimo episódio de “Star Wars”, foi simplesmente incrível. Só de olhar ao redor, internalizar tudo aquilo e dizer: “Estou aqui. Estamos prestes a rodar esse filme”. Sabia que seria uma experiência inesquecível.
HT: Tem algum momento específico que você se recorde mais ou que tenha sido mais significativo durante as filmagens?
JB: Abu Dhabi é um lugar muito quente, como todos sabem, mas é indo. Estávamos lá para filmar a primeira parte do filme e eu fiquei nesse hotel bacana. Quando eu entrava no carro, à medida que estávamos dirigindo, olhava ao redor para a estrutura da cidade e é impressionante. Acabamos no deserto onde a cena com o TIE Fighter (nave de caça do Império) estava sendo filmada.
Assim que entrei no set, vi esse TIE Fighter enorme, em tamanho real, todo destruído na areia. Eram só escombros, com marcas de derrapagem da nave se estendendo por 200 metros. E, é claro, o Finn tem de vestir a roupa de um Stormtrooper, então fiquei vestindo aquilo, naquele calor, pelos próximos dois dias. Vamos dizer que era uma combinação de suor, paixão, entusiasmo, pedras de gelo, colírio e muita água. Eu já estava ensopado de suor quando tirava o uniforme. Mas, na maioria dos dias, ficou mais fácil só pela paixão e pelo entusiasmo. Eu estava tentando ser profissional, mas todas as vezes que o J.J. Abrams vinha para mim com uma observação, eu dizia: “É um TIE Fighter!”. Eu estava literalmente fascinado vendo aquilo ao meu lado. Isso tornou as cenas mais fáceis, mesmo com o calor.
HT: Quando você conheceu a Daisy Ridley e como foi a relação de vocês ao longo das filmagens?
JB: Daisy Ridley e eu nos conhecemos durante os testes, e foi importante termos química na leitura e simplesmente nos conhecermos melhor para que pudéssemos passar isso para a tela. Desde então, nos conectamos e nos divertimos muito. É engraçado, porque nós dois estamos passando pela mesma experiência de estar em um filme que é tão grande, o que é algo novo para ambos. Estamos meio que segurando a mão um do outro através dessa experiência e temos nos divertido muito com isso! Contamos piadas e cantamos músicas juntos todas as manhãs. Os outros não gostam, mas a gente tem o nosso lance.
O que vocês vão ver no filme, em termos do nosso jeito e das nossas provocações, é real também fora das telas. Quando o J.J. estava passando o roteiro com a gente, ele fez algumas alterações baseadas na nossa relação e o ritmo com que falamos um com o outro. Foi ótimo implementar isso, porque as pessoas vão sentir que esses dois estranhos, que vieram de dois mundos diferentes, mas de alguma forma são o mesmo, estão se conectando e que existe uma amizade verdadeira entre eles. Quando você acredita em personagens que têm ótima química, você acredita na verdade disso e, então, importa com os personagens.
HT: Parece que essas músicas que vocês cantam no set têm feito sucesso (risos). Como surgiu essa ideia de você e Daisy começarem a fazer rap durante as filmagens?
JB: O álbum oficial de Daisy Ridley e John Boyega em “Star Wars” foi feito com base em momentos de folga no deserto. Nem sempre estamos na frente da tela, então tivemos bastante tempo juntos. Decidimos fazer canções de rap sobre a nossa experiência. Pense nisso como poesia (risos).
HT: A Daisy parece que está levando a participação em “Star Wars” muito a sério. Como você tem visto isso?
JB: A Daisy é uma trabalhadora árdua. Ela é muito séria e apaixonada em relação a isso. Desde o momento em que a conheci, ela tem essa fixação de deixar o papel crível e fazer que as pessoas se identifiquem. Ela trabalhou arduamente com o J.J para deixar a Rey amável e suave, vulnerável, inocente, mas ao mesmo tempo você acredita que ela pode se tornar severa e durona, e te dar uma surra, porque é isso que ela faz. Ela é muito forte, e ajuda ter alguém assim para contracenar. Conseguimos colaborar em certas cenas e dar boas risadas. Tem sido incrível não estar nisso sozinho e não ser um protagonista jovem sozinho. Adoro o fato de que é uma dupla de protagonistas. Assim, seja lá qual for a experiência que passamos pela primeira vez, somos nós dois passando por isso. Na vida real e no filme. Toda a experiência, o processo, ajudou a gerar equilíbrio na galáxia e na terra.
HT: O que você achou do BB-8?
JB: BB-8 é incrível! Ele é tão fofo e carismático… e um pouco briguento. Estou começando a me perguntar se o R2-D2 não é um primo distante dele. É ótimo trabalhar com o BB-8. Tenho que falar dele como se fosse um ator porque ele, de fato, está lá no set. Ninguém está de brincadeira em “Star Wars”. O BB-8 é uma combinação de fantoche e animação eletrônica. Tem sido incrível trabalhar com o BB-8. Às vezes ele é um pouco grosseiro e precisa trabalhar a sua atitude. Mas, como um androide que acabou de conseguir esse papel, ele tem muito que aprender.
HT: Como é ser dirigido pelo J. J. Abrams?
R: Ele é um diretor de atores e compreende o equilíbrio entre a técnica e o artístico. Consegue tirar o melhor de sua equipe e elenco. Até que o equilíbrio seja alcançado, ele não se satisfaz. É isso que eu amo em relação ao J.J. E ele é um fã de “Star Wars” também! Está muito ligado à história e é muito energético no set. Ele sempre está com o microfone por perto e sempre está ouvindo música alta. É um jovem muito vibrante. Do ponto de vista de um ator, ele lhe dá as melhores observações em termos de cena, ao mesmo tempo em que ajuda você a tirar o melhor de seu personagem. Tem sido divertido trabalhar com ele. Essa oportunidade não poderia ter sido dada para uma pessoa melhor, e o que vi até agora parece ser muito bom. Ele está com tudo sob controle.
HT: Como você avalia a visão e contribuição do J. J. Abrams para a história do novo filme?
JB: A influência do J.J. é evidente quando você lê o roteiro. Especialmente com o Finn, porque ele é carismático como o J.J.; divertido, muito divertido, e também muito real. Isso é algo que faz parte do J.J. e acho que ele colocou no Finn. Mas também é algo que se conecta ao “Star Wars” original, onde havia perigo, mas não tipo perigo-drama, e sim perigo “Star Wars”. É bem empolgante e eletrizante, e é algo sobre o qual o J.J. exerce uma grande influência.
HT: Você diria que o J.J. Abrams está celebrando os aspectos tradicionais da franquia “Star Wars” neste novo filme?
JB: Eu diria que é verdade que ele está definitivamente aceitando o novo ao usar CGI (imagens geradas por computador), mas ao mesmo tempo ele está homenageando o antigo com efeitos físicos. E isso tem sido incrível, porque sempre que entro no carro para vir a Pinewood filmar “Star Wars”, eu sempre penso: “O que será que vou ver hoje com meus próprios olhos que vai me fazer dizer ‘Uau, estou filmando ‘Star Wars’?!”. E sempre tem alguma coisa. Sinto que vai seguir sendo assim até o final das filmagens.
Ele conseguiu manter o equilíbrio entre o que estamos acostumados a ver nos filmes antigos de “Star Wars” – efeitos físicos, personagens reais e adoráveis, com os quais podemos nos identificar, assim como a ótima história – e o equilíbrio entre o que estamos acostumados a ver agora, como CGI e captura de movimento. Ele fará tudo que puder fisicamente, antes de expandir suas ideias para o que pode ser feito no computador. J.J. fez um trabalho excelente se certificando que os fãs mantenham o que os fez amar os filmes de “Star Wars”, mas também abrindo o mundo para uma nova geração. É uma boa colaboração e é disso que você precisa para uma ópera espacial.
HT: Como foi trabalhar com o Harrison Ford?
JB: À medida que ele trabalha no set, o Harrison tem uma grande compreensão sobre o lado artístico da filmagem de um filme, assim como a parte técnica também. Se alguém me perguntar o que aprendi trabalhando com o Harrison Ford em “Star Wars”, é que seja qual for o filme que eu vá trabalhar depois desse, gravar um filme como ator é um equilíbrio entre a parte técnica e artística. Como artista, você está retratando um papel, sendo um ator e atuando. Mas a câmera representa os olhos da plateia, então você tem que facilitar isso. Você precisa facilitar a iluminação, as posições e os efeitos visuais. O Harrison sabe como fazer tudo isso com grande equilíbrio, mas ele também se diverte, torna o set um lugar confortável e fica com a gente após as filmagens. Eu o levei ao sudeste de Londres a um bom restaurante nigeriano. Ele me contou sobre todas as coisas que ele já passou, todas as coisas que ele já viu ao longo dos anos como ator. Foi ótimo aprender isso. Ele é um cara bacana.
HT: Conte um pouco sobre como foi seu processo de treinamento para viver o Finn.
JB: Então, para um papel e um filme como esses, há muita ação e, com certeza, o J.J. é ótimo na realização disso, tanto no espaço quanto na terra. Como atores, nós definitivamente precisamos aprender um pouco de combate corpo-a-corpo e como usar o sabre de luz, portanto eu tive mais de sete meses de treinamento. Na verdade, eu escutei muita música de “Star Wars”. Teve bastante John Williams saindo das caixas de som da academia. Eu tirava intervalos e corria, fazia um pouco de cardio, pulava, praticava boxe, levantamento de pesos… todas essas coisas. Quando começamos a filmar, achei que já estava pronto.
HT: E como foi o ritmo do treinamento com o sabre de luz? Muito pesado?
JB: Foi sim. Nossos sabres de luz são bastante pesados, assim você tem uma ideia deste poder e dessa Força que sai da arma. Isso realmente tem um impacto sobre você, mas é preciso ser forte e ter habilidade. Tem sido divertido fazer treinamento de dublês, porque eu sempre quis manusear um sabre de luz. Na verdade, nós praticamos com bastões de madeira por um bom tempo para manter a segurança até que nós nos acostumássemos aos movimentos e aprendêssemos a coreografia.
HT: Como foi trabalhar com o Oscar Isaac?
JB: Eu adoro o Oscar Isaac, com certeza. Ele é bastante articulado e tem um ótimo senso de arte. Ele leva isso muito a sério, e também com um personagem como Poe, ele é bastante encantador, bonito e divertido. Sou mais novo e ele já fez muitas coisas a mais do que eu, então é ótimo aprender com ele.
HT: Como foi a experiência de filmar na Pinewood Studios?
JB: Fantástico! Quando você entra no set, é de tirar o fôlego. Os sets combinam com os sets dos primeiros três filmes originais de “Star Wars”. É mais fácil de atuar quando tudo é físico, está ao seu redor e você pode jogar com algumas coisas. É a mágica de “Star Wars” e isto é algo que o George Lucas começou e nós estamos definitivamente levando adiante.
HT: Como você se sente trabalhando com todas essas criaturas?
JB: Com certeza estou me divertindo Sou um grande fã de filmes de monstros, e adoro efeitos físicos. Temos uma excelente equipe que faz o trabalho de fantoches para essas criaturas. É hilário, porque quando a câmera não está gravando eles continuam lá: a animatrônica continua funcionando e o trabalho de fantoches continua ocorrendo. Então você se pega tendo conversas com diversas espécies diferentes que você nunca viu antes. É divertido.
HT: Você já é reconhecido na rua ou precisou lidar com a perseguição dos paparazzi?
JB: Em termos de reconhecimento, não. Estou definitivamente aproveitando a privacidade e a diversão de poder ir a uma loja e comprar comida sem ninguém me incomodar. Estou fazendo isso agora porque Londres é uma cidade especial para mim: é onde eu cresci, e adoro ir ao Centro e caminhar pelas ruas. Estou fazendo tudo isso agora, porque já aceitei o fato de que isso vai mudar. Aceitei isso porque o que estamos fazendo aqui é algo especial, e estamos trabalhando com pessoas boas que definitivamente estão aqui para nos ajudar e para nos falar sobre a exposição e as coisas maravilhosas que vão acontecer nos próximos meses. Vai ser diferente de tudo que eu já vi.
HT: Existe uma expectativa global enorme para esse filme. Como você se sente em relação a isso?
JB: Eu sinto uma espécie de responsabilidade, porque “Star Wars” é maior do que só o cinema, apesar de que o este é o centro da história, mas há os vídeo games e os quadrinhos também. As pessoas se identificam com esses personagens de formas diferentes. Quero ter certeza que os fãs vão sair do cinema felizes e que vão ter bastante coisa para conversar. Com esse filme e com esse roteiro, há personagens diferentes, dinâmicas diferentes e todos estão dando conta do recado para que tudo funcione.
HT: O que você mais deseja quando o filme finalmente entrar em cartaz?
JB: Eu quero muito sentar no IMAX, em Waterloo, porque era lá que eu sempre ia quando criança. Quero assisti-lo com a minha família e com os meus amigos, e simplesmente apreciar “Star Wars” como um fã, nada mais. Obviamente, eu conheço a história e os personagens, mas me sinto abençoado até certo ponto por poder assistir a um filme no qual participo e simplesmente aceitar isso como algo independente. É quase como deixa-lo partir. Agora, ele é da plateia e dos fãs, e quero fazer parte disso. Quero ser um fã de “Star Wars”: ir lá com uma camiseta do Chewbacca, carregar minha caneca do R2-D2, enchê-la de refrigerante, me divertir e assistir como qualquer outro fã. É só isso que eu quero fazer.
HT: O que você acha que a nova geração de personagens consegue acrescentar à saga de “Star Wars“?
JB: Há algo maravilhoso em relação a ela. Obviamente eles são mais jovens e têm menos experiência, e não sabem tanto a respeito deles mesmos quanto os outros personagens. Eles não têm uma visão estabelecida sobre a galáxia e ainda estão aprendendo.
Finn é definitivamente a representação física da geração jovem quando se trata desse universo. “Star Wars” tem uma sequência enorme, mas há uma pequena porcentagem de jovens que não foram apresentados a esse mundo, ou que se interessam mais pelo universo expandido e não sabem como se identificar com os filmes. Finn é o seu contato direto. Ele não sabe o que se passa e fica apavorado com os androides e os alienígenas. Então eu acho que o público vai gostar desse personagem com quem poderão se identificar.
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