Exclusivo! Pedro Neschling fala do primeiro livro e confessa: “universo de glamour de celebridades não me seduz”


A obra que marca a estreia do ator e DJ como escritor sai em setembro pela Companhia das Letras. A expert em tramas policiais Patrícia Melo já leu o livro e HT também foi atrás dos detalhes

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(Foto: Facebook)

Filho do maestro John Neschling e da atriz Lucélia SantosPedro Neschling mantém sua veia artística desde o Teste do Pezinho. Ainda iniciante no entretenimento, ele roteirizou “Timor Lorosae – O massacre que o mundo não viu”, um documentário dirigido por sua mãe em 2001. Dali para frente, seguiu com suas próprias pernas e provou por a + b que talento não era coisa só de gene e que seu terreno na arte não seria cavado por meio de um sobrenome. E assim aconteceu.

Vivendo o último mês com 32 anos, Pedro está acostumado a trabalhar desde os 17. A ideia do jovem era ser feliz na sétima arte e escrever. Mas o futuro (até pouco tempo) lhe preservou outros rumos. “Acabou que outras oportunidades profissionais surgiram, e eu fui embarcando nelas e, como uma coisa leva a outra, me afastei um pouco do meu objetivo inicial durante algum tempo”, conta ele, que tratou de correr atrás do prejuízo – se assim podemos qualificar. “Há algum tempo resolvi retomar um pouco as rédeas da minha carreira, realizar mais meus desejos do que alguns projetos que pintavam, por mais bacanas que fossem. É uma decisão sempre complicada essa, mas estou feliz. E escrever meu primeiro romance era um desses projetos que sempre acabava ficando para depois”, explica.

A obra que Pedro Neschling se refere ainda não tem nome, mas será lançado em setembro pela Editora Paralela, da Companhia das Letras. “Comecei a escrever o romance no ano passado. Agora estou finalizando a última revisão antes do lançamento”, adianta ele, que estreará no ramo literário com um livro sobre o início da vida adulta. “A história tem cinco protagonistas bem diferentes entre si, que têm como ligação o fato de terem sido da mesma turma no colégio. A trama começa na festa de formatura do antigo 2º grau e segue independente na vida de cada um deles até mais ou menos os 30 anos, formando de alguma maneira um painel da minha geração”, contextualiza.

EVA Festa de Inauguração loja Ipanema Foto: Fabrizia Granatieri

Jogando nas onze (Foto: Foto: Fabrizia Granatieri)

No meio da história, o também DJ, insere uma boa carga de música que, segundo ele, “é quase um sexto personagem”. ” É um livro bem pop. Quis escrever uma história gostosa de ler, misturando humor e profundidade como fazem alguns dos meus autores contemporâneos favoritos, o Nick Hornby, a Jennifer Egan, o Martin Page“, cita. Mas se o livro, como ele mesmo falou, forma um painel da sua geração, será que nessas páginas não tem nenhum causo biográfico? “Não há nada, mas é impossível escrever um romance ou qualquer coisa que seja sem doar algo de si. Especialmente como nesse caso, quando são histórias contadas num tom realista sobre a sua geração. Acho que muita gente vai se identificar com o que acontece com os personagens. São situações e sentimentos muito próximos à todos nós”, adianta.

Nesse papo com HT, Pedro ainda adianta que Patrícia Melo, escritora expert em livros policiais e sua madrasta, já deu uma olhada nos originais. “Sempre sou um dos primeiros leitores dos livros dela e agora a coisa se inverteu. Foi divertido e ao mesmo tempo dá uma confiança especial quando uma escritora do nível dela, uma das principais do Brasil e do mundo hoje, lê seu manuscrito e te diz que está bom, que está pronto. Além dela, por enquanto, só leram minha esposa, minha agente e meus editores”, conta.

Literatura à parte, Pedro continua escrevendo roteiros e atualmente vem se dedicando ao de “E aí, comeu?”, texto de Marcelo Rubens Paiva que saiu dos livros, ganhou os cinemas e agora chega à TV pelo canal por assinatura Multishow. Aliás, esse é o máximo que ele chegará da telinha por enquanto. “Gosto de atuar. Acho divertido, na maioria das vezes. Mas estou realmente focado em outras coisas agora”, adianta.

Pedro na peça "A Estafa" (Foto: Facebook)

Pedro na peça “A Estafa” (Foto: Facebook)

Por fim, a gente que adora um bom badalo pela urbe-maravilha, acompanha de vez em sempre as performances de Neschling atrás das carrapetas. Então quisemos lançar: como é a festa perfeita? “A festa perfeita? Para mim é algo pequeno, com meus amigos e um bom vinho. Mas como DJ, gosto de pista cheia e galera animada”, devolve. Já que o assunto é festa, o carioca não é arroz de coquetel, e muito menos habitué de coluna de fofoca. O que só nos pode levar a achar que ele é avesso a todo esse mundo glamouroso das celebs. Para nossa sorte, Pedro faz eco.

“Nunca gostei de muita exposição pessoal, e com o passar dos anos tenho cada vez menos vontade que saibam e falem sobre minha vida particular. Como qualquer artista, adoro que acompanhem meu trabalho e fico muito satisfeito quando se interessam e repercutem o que faço. Então meu foco é sempre esse: que conheçam e comentem meus projetos, mas esse universo de glamour que reina na cultura de celebridades não me seduz, muito pelo contrário”, opina ele, que também não crucifica a postura de alguns. “Entendo a curiosidade de algumas pessoas sobre aspectos pessoais da vida dos outros, faz parte da sociedade contemporânea onde, para muita gente, ser famoso por si só é quase um objetivo de vida. Mas particularmente, fujo disso o máximo que der”, finaliza.