*Com Lucas Rezende
Romance entre meio-irmãos, doação de sêmen e adoção de casais gays não são as únicas polêmicas de “Sete Vidas”, novela das seis da Rede Globo assinada por Lícia Manzo. Outro tema bastante delicado envolve a personagem de Mariana Lima, que vive a psicóloga Isabel. Na trama, ela é uma terapeuta respeitadíssima, autora de best-selllers, que tem um casamento de comercial de margarina com Lauro, personagem de Leonardo Medeiros.
A problemática começa quando ela passa a atender Luís (Thiago Rodrigues), um jovem que está com problemas com sua esposa. Isabel passa a se sentir atraída pelo paciente, o que gera uma crise interna entre a ética da profissão, a utopia de seu casamento perfeito e a dúvida entre se entregar ou não a esse novo amor. Para Mariana Lima, em conversa com HT, se colocar no lugar da personagem não é fácil. “Eu não sou a Isabel, mas acho que pararia de atender também, como ela, e deixaria o tempo passar para avaliar se não é uma transferência, uma coisa clínica”, diz.
Mas e depois dessa avaliação, Mariana? “Depois eu deixaria rolar, ouviria meu coração”, admite. A gente aproveita para lembrar que, apesar de ser um amor que não aconteceu de forma proposital, o sentimento acaba por destruir dois casamentos simultaneamente. “Mas isso pode acontecer sempre”, defende ela, que é adepta da terapia há trezes anos, e já estava meio que imersa ao universo de sua personagem. “Nunca vou parar. É parte da minha vida”, nos confessa.
E enquanto ela fomenta a discussão polêmica no horário das seis, seu rostinho – dessa vez bem mais novo-, também surge durante a tarde no “Vale a Pena Ver de Novo” com a reprise de “O Rei do Gado”. Na trama de Benedito Ruy Barbosa, Mariana vive Liliana, que engravida de Marcos, personagem de Fabio Assunção, por quem nutre grande amor, mas não é correspondida. “Foi uma ótima estreia. Lembro muito do clima de amor e parceria do elenco e da direção, do envolvimento de todo mundo com o tema, das nossas filmagens noite adentro”.
Assim como aquela leva de colegas de profissão que odeia se assistir na tevê em trabalhos antigos, Mariana nos conta também prefere evitar. “Não gosto de ver. Eu enxergo todos os defeitos, todas as imperfeições de uma iniciante”, admite. A morena ainda considera que os atores tendem a esse tipo de conservadorismo, que “todos queremos prender algo de nós mesmos ao tempo e ficar olhando por uma imagem perfeita, idealizada”. Até porque, convenhamos, tudo passa, tudo passará, e não há botox que impeça isso. “Isso não faz bem pra ninguém e o ator sofre mais com isso, porque é natural que aconteça de forma mais expressiva com ele. Estamos em movimento, estamos envelhecendo e isso não é ruim, melhora-se com o tempo”, analisa ela, que já avisa: “eu não quero viver presa a nenhuma idade , a nenhuma imagem. Estou indo, como todos estão…”. Mais que certa.
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