Uma talentosa artista que ama a natureza. Poderíamos estar falando de Jacqueline Sato, mas essa é a descrição de Yumi, sua personagem em “Sol Nascente”. A atriz, que entrou na trama um pouco depois do resto do elenco (como explicamos aqui), substituindo Dani Suzuki, que já tinha até mudado o visual para a personagem, contou que foi muito bem recebida. “Todos me deram muita atenção e me passaram o que já haviam feito juntos”, explicou ela, que garantiu: o astral no set de filmagens é “o melhor possível”. “A equipe é maravilhosa, atores, produtores, diretores, autores, todos com quem tive contato me acolheram e continuam sendo superabertos, receptivos. O clima é sempre leve, com muito trabalho, mas de um jeito gostoso. Logo na minha primeira semana fizemos leituras, e tivemos preparação com a Rossela Terranova, que é um amor de pessoa, uma profissional muito sensível e delicada, e continua nos acompanhando nas gravações e colaborando para que possamos dar o nosso melhor”, contou.
Se Jacque já se dá bem com a maioria do elenco, ainda sonha em contracenar com algumas colegas. “Já conheci quase todo mundo, porque durante as preparações a grande maioria estava presente. Acho que faltou a Aracy Balabanian e a Laura Cardoso, duas atrizes que será uma honra poder conhecer e trabalhar junto. Até agora gravei com a Giovanna Antonelli, Bruno Gagliasso, Henri Castelli, Luis Melo, Miwa Yanagizawa, Paulo Chun, Carol Nakamura, Marcelo Mello e a Juliana Alves. Yumi e Alice (a personagem da Giovanna), serão muito próximas, primas e melhores amigas. Estou muito contente com este papel e em trabalhar com a Giovanna”, declarou.
Em sua segunda trama global (a atriz interpretou a tatuadora Jessie Tattoo em “Além do Horizonte”, em 2014), Jacqueline entrou substituindo Dani Suzuki, mas a atriz já conhecia Walter Negrão, o autor, antes desse episódio. “Há mais ou menos um ano e meio ele comentou que faria uma novela em que pensava criar um núcleo oriental. Quando iniciou o desenvolvimento da novela me consultou e torci para que desse tudo certo. Graças a Deus deu! Estou muito feliz em fazer parte desta novela, que, além de tudo, mostrará um pouco mais da cultura japonesa”, declarou ela, que não falou sobre a “substituição”. “Infelizmente não conheço a Danielle pessoalmente. Sobre testes, escalações… só quem tem propriedade para comentar qualquer coisa é a assessoria da Globo”, disse ela, que fez testes de adequação ao papel. “Foi com a Frida Ritcher, que sempre é muito cuidadosa e nos ajuda a nos aproximarmos do que o diretor deseja durante o teste. Ela é muito atenciosa, e no fim do teste sempre entrega um bombom para adoçar a nossa vida. Ela sabe o quanto nós, atores, ficamos ansiosos ao fazer um teste. Mas com seu jeitinho único, ajuda a nos manter mais calmos e centrados”, elogiou.
E o papel caiu como uma luva. “O hobby da Yumi é surfar, ou fazer stand up paddle. O SUP eu já tinha feito várias vezes. A primeira vez foi em 2011, durante uma corrida de aventura na Costa Rica. Lembro de cair algumas vezes até aprender, mas peguei rapidinho. Dá para passar horas e horas ali no meio do mar sem nem ver o tempo passar. É uma delicia. Costumo brincar que estou unindo o útil ao agradável nesta novela. Sempre quis aprender a surfar, mas deixava essa vontade naquela categoria do ‘um dia vou aprender’. Felizmente chegou o dia e estou me dedicando ao máximo. A Yumi tem me trazido muitas experiências novas. Estou amando”, afirmou.
Mas o aprendizado com sua Yumi não é apenas físico. “Ela é uma artista plástica e usa como matéria prima principal de suas obras o bambu, que para os japoneses é uma planta sagrada. No Japão costumam propagar ensinamentos através de metáforas, como esta que diz que ventos fortes podem bater no bambu, ele se curvará, mas não quebrará. Apesar da aparente fragilidade ele é muito resistente. Lá é considerado símbolo de humildade e flexibilidade. A Yumi também carrega bastante desta essência. Ela é calma, consegue ser compreensiva e boa conselheira, leva a vida de forma leve, gosta de ajudar os outros, e carrega consigo muito da filosofia e cultura japonesa. Além de ter os elementos da natureza em sua arte, passa horas do dia em contato com o mar, desligada da correria insana da sociedade em que vivemos. Seus valores e busca são outros. Não busca trabalhar somente pelo dinheiro ou tem uma preocupação de encontrar um marido ideal, como a irmã Hiromi (Carol Nakamura). Ela é zen, muito ligada à natureza e entende que a vida é melhor quando as coisas fluem naturalmente”, adiantou.
Apesar de tanta propriedade ao falar da personagem, nem tudo foi tão fácil. “O processo inicial de composição foi bem solitário. Fico sozinha tentando entender quem é essa personagem, suas vontades, seus gostos e desgostos. Essa é a primeira parte para mim. Eu com a Yumi, e ponto. Depois disso, depois de ter sentido um pouco de quem ela é, consigo ir com ela para onde eu quiser, pois já está dentro de mim. Aí as conversas com a preparadora Rossela Terranova rendem bem mais. Os toques que ela dá fazem sentido e são incorporados mais facilmente”, explicou ela, que mudou toda a sua rotina pelo papel. “Minha vida se voltou completamente para a novela, mas estou amando. Ao entrar em uma novela nos tornamos dependentes dos roteiros de gravação, então não dá para programar nada antes de descobrimos o que, e quando vamos gravar. E aí no tempinho que sobra vamos marcando todas as outras coisas. Sei que irei me mudar para o Rio por conta da novela, mas ainda nem consegui ver isto, pois desde que comecei emendamos uma viagem na outra. Primeiro Angra, depois Búzios, e Arraial. Depois de quase um mês viajando com a novela, cheguei em casa e todos comentaram que peguei uma cor, que já estou quase caiçara. Adorei! (risos) Essa é a ideia”, contou.
Apesar da agenda apertada, Jacque também pode ser vista na segunda temporada de “Lili, a ex”, que gravou antes da escalação para “Sol Nascente” e nas telonas, no longa “Talvez uma história de amor”. Como conciliar tudo? “Já finalizei as gravações de Lili. Foram algumas diárias, deliciosas, aliás. Um prazer enorme conhecer aquela equipe e fazer a versão japonesa da Lili. O episódio da Kyoko Shibata, minha personagem, já foi ao ar e é o 11° da segunda temporada, está engraçadíssimo”, disse ela.
Já no cinema, Jacque contracenará com nomes como Mateus Solano e Thaila Ayala. “Terei que conciliar a novela com as filmagens. É um longa de Rodrigo Bernardo, meu primeiro, estou muito feliz. O ‘Talvez uma história de amor’ é inspirado no romance homônimo de um autor francês que gosto muito, o Martin Page. Já conhecia uma outra obra dele, o ‘Como me tornei estúpido’. Quando recebi o roteiro do filme fiquei empolgadíssima para fazer”, destacou ela, que adiantou: “O filme conta a história de Virgílio (Mateus Solano) que volta para casa acreditando ser apenas mais um dia comum. Mas, ao receber um recado na secretária eletrônica, perde a cabeça e qualquer possibilidade de continuar com sua vida como ela era. O tal recado é uma mensagem da Clara (Thaila Ayala) terminando com ele. O problema é que ele é solteiro e não faz a menor ideia de quem seja Clara. Mas as pessoas ao seu redor a conhecem, e lamentam o término. Ele, perturbado, fica ouvindo a mensagem repetidamente buscando encontrar algum sentido, ou alguma memória. Ao iniciar esta busca uma das pessoas que ele vai de encontro é a Carol, ex-namorada de Virgílio, professora de Yoga, e minha personagem. Estou louca para ver! Fazer cinema já foi a realização de um sonho, mas começar com um filme tão bonito, sensível, e que conta uma história que eu realmente quero contar, superou qualquer expectativa ou imaginação. A previsão de lançamento é no primeiro semestre de 2017”, ressaltou.
Com tanto trabalho, como está a rotina hoje, Jacque? “Que rotina? (Risos). A gente não consegue muito estabelecer uma rotina. Cada semana é uma nova descoberta. Um novo destino. Não dá para se programar muito. Eu prefiro ir montando minha ‘agenda’ diariamente, mas sem ser a longo prazo, tento cumprir o que me comprometo a fazer cada dia. Tenho gravado quase que diariamente. Quando não estou gravando estou no mar praticando surf, estudando minhas cenas, ou assistindo à gravações das cenas de outros colegas. Minha rotina é estar imersa em ‘Sol Nascente’”, confessou. Como não ser sucesso?
Artigos relacionados