*Por Brunna Condini
Se depender da vontade e da força em realizar de Bruna Ciocca, a recente carreira vai ser longa, com muitas produções e histórias para contar. Aos 29 anos, Bruna só descobriu o amor pela interpretação há cinco, mas estreou nas telonas em grande estilo: como atriz e coprodutora. Ela está em ‘Me Tira da Mira‘, em cartaz nos cinemas do país, ao lado de Cleo, que também produtora, Fábio Jr., Fiuk e um super elenco. Aliás, no filme a sua personagem é apaixonada pelo policial vivido por Fiuk, com direito à cena de beijo.
Entusiasmada com a experiência, Bruna comenta sobre a convivência com a família famosa. “Todos são especiais mesmo. O Fiuk virou um grande parceiro, deixou tudo mais leve. A gente realmente se divertia gravando, e nos intervalos, como temos um gosto musical parecido, ficávamos sempre escutando música e cantando no camarim. Essa relação facilitou tudo, a cena do beijo foi super tranquila. Sobre o Fábio, não tenho nem palavras. Eu estava super nervosa, minha mãe sempre foi muito fã dele. Um dia até fiz uma chamada de vídeo surpresa pra ela falar com ele, e, na estreia, eles se conheceram. Os três me acolheram demais. Aprendi nesse filme mais do que eu imaginava”.
A atriz revela que o projeto do filme já existia, mas que, ao se associar à Cleo, ele tomou outra dimensão. “Tenho uma produtora, a Ciocca Produções, e eu meu sócio, Júnior Provesi, tivemos a ideia desse filme, mas de uma forma diferente, seria um projeto bem menor. Mas, no meio da pandemia, conhecemos a Cleo e a equipe dela, e acabamos modificando muitas coisas”, conta. “Sem dúvida, a entrada dela trouxe uma perspectiva bem maior para a produção. Virou outro filme. Cleo contribuiu com várias melhorias e elevou o nível do projeto”, explica Bruna, que além de produzir, na trama, interpreta uma terapeuta.
E divide ainda, sobre os aprendizados da parceria com a filha de Glória Pires e Fábio Jr: “Ela me ajudou demais como atriz e acabou virando uma amiga. Eu tinha muita abertura, apesar de estreante. Além disso, receber elogios de quem a gente admira é inspirador. Quando a Cleo falou que não parecia que era meu primeiro filme e que eu estava no nível daquele elenco, me deu a segurança que precisava. Temos uma relação de amizade e a admiro ainda mais hoje”.
O início de um sonho
Bruna está prestes a lançar seu próximo trabalho como produtora e atriz. “Esse filme foi meu primeiro trabalho importante. Antes, eu tinha feito um pouco de teatro e uma participação em um longa. Depois do ‘Me Tira da Mira‘, filmei ‘Desapega‘ com o mesmo diretor, o querido Hsu Chien, em que faço uma colega de trabalho do personagem do Marcos Pasquim. Agora estou começando um projeto de uma série. Várias temáticas me interessam, mas gosto muito de falar sobre a luta feminina”, entrega.
Ela também conta que começou a produzir para viabilizar o desejo de atuar: “Na verdade o meu foco sempre foi a carreira de atriz. Então, fiquei impressionada e muito feliz de ter conseguido fazer esse filme, e estar recebendo tantas críticas positivas. É mesmo a realização de um sonho”.
E comenta sobre a recepção do filme neste momento de retomada das atividades da arte e cultura no país. Já está dando para lucrar com o desempenho dele? “A produção é um trabalho em conjunto, e eu tenho sorte de ter encontrado produtores parceiros que trabalharam incansavelmente para o filme chegar onde chegou. Eu assino como coprodutora, mas aprendi tudo ali com eles, com as produtoras Uno, La Duka, Ayrosa e Provesi. E tivemos a honra de trabalhar com um diretor sensacional, que é o Hsu. Ainda está muito cedo para sabermos ao certo sobre números. Esse filme representa a volta do cinema nacional na pandemia. Isso e o fato de eu estar atuando do lado de tanta gente sensacional, é o maior lucro que eu poderia ter agora”.
Nascida em Votuporanga, microrregião localizada no noroeste do estado de São Paulo, com população de 139.475 habitantes, Bruna não traçou uma trajetória retilínea até a carreira artística, mas mudou de caminho sem pestanejar quando encontrou sua vocação. “Sai de Votuporanga aos 17 anos para morar em Ribeirão Preto, por conta do trabalho do meu pai. Foi quando decidi fazer faculdade de publicidade em São Paulo e morei lá por quatro anos. Só descobri o amor pela atuação aos 24, quando fiz um curso de teatro em Ribeirão, e aí decidi me mudar para o Rio e estudar. Agora moro no Rio por conta da carreira que escolhi”.
Bruna também faz questão de chamar atenção para o momento no audiovisual: “É uma fase complicada. Temos um governo que não nos apoia e uma pandemia para driblar, mas também é um setor muito unido e muito guerreiro, por isso peço sempre para valorizarem e assistirem o cinema nacional. E em um ano como esse, de eleições, vem a esperança de transformações para que a arte e a cultura sejam valorizadas como merecem: como parte da educação. A arte salva vidas e pertence a todos. Então desejo um governo que apoie e se dedique mais à cultura”.
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