“Estamos ocupando espaços que a gente queria ocupar”, afirma Isabel De Luca, diretora editorial da plataforma Hysteria

Renata Brandão (Foto: Lais Aranha)

O papel social feminino tem mudado com a modernidade, entretanto, como a mulher tem sido representada na publicidade não seguiu a mesma velocidade de mudança. Esta é uma das razões que levaram Renata Brandão, CEO da Conspiração Filmes, a idealizar a plataforma de conteúdo Hysteria. Com o financiamento da produtora, a equipe predominantemente feminina entrou para o mercado de criação há um ano. E essas diretoras, produtoras e jornalistas tem muito o que comemorar neste primeiro aniversário. E foi exatamente isso que fizeram, nessa quinta-feira, com uma festa no Rio, dentro da própria Conspiração.

Ao longo dos 12 meses, o hub de criação fez uma rede de mais de 1 mil colaboradoras, mobilizou 700 mulheres no mercado audiovisual, além de reunir outras 250 para produção de conteúdo da plataforma. “Abrimos mais de mil oportunidades de trabalho para mulheres brasileiras seja escrevendo um texto ou participando de uma produção audiovisual. Têm meninas que participaram da produção de filmes pela primeira vez. E temos uma rede de seguidoras nas redes sociais. Abrimos espaço para a mulher trabalhar e contar suas historias”, ressalta a jornalista Isabel De Luca , diretora editorial do núcleo Hysteria em uma conversa com o site HT.

A atriz Maria Ribeiro e a Diretora Editorial Isabel De Luca (Foto: Lais Aranha)

A ideia da plataforma é ampliar a inserção de mulheres no mercado audiovisual e, ao fortalecer sua atuação, abrir espaço para narrativas contemporâneas tendo o olhar feminino na concepção e na realização dos projetos. “O público estava querendo ver representado por aí o que é a mulher de verdade. Quem é essa mulher hoje? O que é ser mulher hoje?”, questiona De Luca. Quando comparada à participação nas produções de acordo com o gênero, o número de mulheres é muito inferior ao de homens. “O índice de mulheres no audiovisual é baixíssimo, especialmente, nos cargos de tomadas de decisão. Tem poucas diretoras, diretoras de fotografia, produtoras. Então a gente quis dar espaço para a mulher e também mudar a forma como ela está sendo representada pela publicidade, cinema e na tv”, ressalta.

Isabel de Luca, Renata Brandão e Carol Albuquerque (Foto: Laís Aranha)

Apesar de ter sido criada e executada por mulheres, Hysteria não se restringe apenas ao público feminino. O site tem três ambientes divididos em vídeos, áudios e textos, entre eles, 270 vídeos e 300 textos publicados ao longo deste um ano. A intenção é também deixar as colaboradoras livres para escreverem sobre o que quiserem, de acordo com a diretora editorial da plataforma: “Eu pauto muito pouco as pessoas, elas escrevem sobre o que elas querem escrever. É muito livre, as mulheres escolhem o que elas querem escrever, que na maioria, acabam sendo temas de questões da vivência feminina na sociedade.”

E a novíssima plataforma de conteúdo já têm projetos para o segundo ano, o foco agora será no entretenimento. “Estamos finalizando um documentário sobre artistas plásticas latinas, estamos com outro documentário que vamos começar a produzir agora e vários projetos para série na TV. É uma loucura, mas estamos ocupando espaços que a gente queria ocupar”, comemora De Luca, que também estava presente na festa de comemoração.

Aos poucos as mulheres vão preenchendo espaços anteriormente de maioria masculina em vários setores da sociedade. E essa consciência e luta por equidade é constante e deve ser cada vez mais crescente, como diz a diretora editorial do Hysteria. “É importante que continuemos gritando e tomando o nosso espaço, sem recuar jamais”, conclui.

Na festa de um ano da Hysteria, na sede da Conspiração, em São Paulo, que rolou nessa quinta, nomes como o da atriz e escritora Maria Ribeiro marcaram presença, além da cantora Mariana Aydar, a apresentadora de TV Sarah Oliveira, Aisha Mbikila, Bruna Palomo, Julia Anquier, Rodrigo Teixeira, Isabel Nascimento Silva, Carol Albuquerque e muitos outros. Vem ver a galeria:

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