Eriberto Leão vive um cavaleiro solitário em nova novela: ‘Me inspirei em todos que romperam com o sistema’


Afastado das novelas desde 2017, Eriberto Leão retorna às telinhas na pele de Leônidas, um homem misterioso que promete levantar reflexões sobre a vida em ‘Além da Ilusão’, que estreia segunda-feira na faixa das 18h. Para viver o personagem, Leão se inspirou em especial no filósofo e artista Eduardo Marinho: ‘’Ele é uma figura maravilhosa, um artista plástico. Ele abandonou o sistema e foi morar na rua. Ele é um grande filósofo, extremamente sábio, inteligentíssimo. Me inspirei também em todos os outsiders, em todos os personagens que pegaram a estrada e romperam com o sistema”, ressalta

Eriberto Leão vive um cavaleiro solitário em nova novela: 'Me inspirei em todos que romperam com o sistema'

*Por Thaissa Barzellai 

Justiça. Honra. Lealdade. Esses são os lemas do arquétipo do cavaleiro solitário, eternizado em clássicas obras da sétima arte. Agora, a andança desse aventureiro pelos vilarejos ganhou mais um ponto de parada e um novo intérprete. Em seu retorno às novelas, o ator Eriberto Leão, afastado integralmente das telinhas desde 2017, vive o misterioso e prestativo tecelão Leônidas em ‘Além da Ilusão’, novo folhetim das 18h que estreia na próxima segunda-feira, dia 7, na Rede Globo. ‘’Ninguém sabe de onde ele veio e sobre o passado dele. Ele tem determinadas habilidades que aumentam ainda mais esse mistério. Ele tem um cavalo barbado e, misteriosamente, surge em cima desse cavalo. Eu acho que a figura do cavaleiro solitário tem tudo a ver com ele. É um outsider, um homem que pegou a estrada, está sozinho no mundo, e está sempre para ajudar’’, conta.

Escrita por Alessandra Poggi com direção artística de Luiz Henrique Rios e direção de Luís Felipe Sá, a novela, que se passa nos anos 1930 e 1940, acompanha a saga por justiça do ilusionista Davi Jardim (Rafael Vitti) após ser acusado injustamente por um crime e o romance do artista mambembe com Isadora, interpretada por Larissa Manoela

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A saga de Leônidas, que promete levantar reflexões sobre a existência humana, na região dos Campos dos Goytacazes, começa quando ele chega à cidade para trabalhar na fábrica de tecelagem da família Camargo. O viajante, que será confidente do juiz Matias (Antonio Calloni) e apaixonado por Heloísa (Paloma Duarte), se destaca não apenas pela sua capacidade profissional como também pela sua sabedoria e filosofia de vida: diante da sociedade capitalista, gananciosa e combativa, o amor, seja ele como for, impera.

À luz desse conceito, Eriberto se inspirou em diversas figuras que rompem com o sistema a partir de ideias e atitudes, mas um em particular teve a sua trajetória intelectual imprimida na construção de Leônidas: o filósofo Eduardo Marinho, um pensador que, embora não seja reconhecido pela academia, saiu de casa e largou a faculdade em busca do sentido da vida e hoje traduz toda a experiência nas suas obras artísticas. ‘’Ele é uma figura maravilhosa, um artista plástico. Ele abandonou o sistema e foi morar na rua. Ele é um grande filósofo, extremamente sábio, inteligentíssimo. Me inspirei também em todos os outsiders, em todos os personagens que pegaram a estrada e romperam com o sistema”, ressalta. 

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O grande desafio da trajetória do personagem na novela vai ser exatamente aplicar o que prega em duas grandes relações que vão pautar os desafios vividos pelo forasteiro. Logo quando chega a cidade, Leônidas se torna o ombro-amigo de Matias, um juiz autoritário que sofre com surtos emocionais com o falecimento inesperado de uma das filhas, a jovem Elisa. Compadecido, o personagem de Leão estabelece uma rede de apoio para o representante da justiça sem perceber que, no fim das contas, é ele quem mais precisava ser acolhido.

“A relação do Leônidas com o Matias é muito intensa e um aprende muito com o outro. Apesar de, aparentemente, o Leônidas estar sempre ao lado do Matias, percebendo tudo o que acontece com ele, procurando ajudá-lo nesse quadro de transtornos mentais, há também um aprendizado muito grande vindo do Matias para o Leônidas porque curando a gente se cura também, amando a gente é amado’’, relata. 

O Leônidas é completamente apaixonado pela Heloísa, mas ela é uma pessoa muito fechada, com feridas que ainda não foram cicatrizadas, e ele tem toda a paciência do mundo para isso”, adianta.

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Se desde o primeiro momento a reciprocidade existe entre os dois homens, o mesmo não pode ser dito sobre o amor que Leônidas vai nutrir por Heloisa, cunhada de Matias e tia das jovens Isadora e Elisa (Larissa Manoela). Diferente do juiz, os traumas vividos pela jovem, obrigada pelo pai a entregar a sua filha recém-nascida para a adoção, vão ser uma barreira entre ela e a paixão de Leônidas. Diante da rejeição, o tecelão vai aprender que o amor é, de fato, um dia de cada vez e conquistá-la, sem ultrapassar seus limites, com acolhimento e compreensão. É assim que, à la ‘’o último romântico’’, Leônidas vai oferecer a Heloisa e ao público uma linda história de amor. ‘’É um encontro de almas que até certo ponto da história não vai se realizar de maneira nenhuma. O Leônidas é completamente apaixonado por ela, mas ela é uma pessoa muito fechada, com feridas que ainda não foram cicatrizadas, e ele tem toda a paciência do mundo para isso”, adianta. 

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Em sua sétima atuação em uma novela desse horário, Eriberto Leão prova que a ”coceira dos sete anos” não tem impacto nenhum na sua relação com a teledramaturgia e a expectativa para este trabalho não poderia estar mais alta. ‘’É uma novela pela qual eu estou completamente apaixonado, uma história cativante demais, e não tenho dúvida de que vai conquistar o Brasil’’, declara. No ar pela última vez em ‘O Outro Lado do Paraíso’, além da pequena participação em ‘O Sétimo Guardião’ em 2019, Eriberto investiu nesse ínterim na carreira teatral e musical em projetos como ‘O Astronauta’ e ‘Toca Rauuuul’