“I Love Paraisópolis”: entre a favela e a la doce vita do Morumbi, trama alça Bruna Marquezine a protagonista e mostra que Tatá Werneck não faz só graça


O elenco da novela de Alcides Nogueira se reuniu nesta terça-feira (14) no Rio de Janeiro. A trama vai contar histórias de gente que quer subir na vida, seja com o próprio suor, ou na má fé

*Por Lucas Rezende

A segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, está encravada nos arredores de um dos maiores PIB’s da cidade, o bairro do Morumbi. O contraste dos bons chamou a atenção dos autores Alcides Nogueiras (de “O Astro”) e Mario Teixeira para dar tom a próxima novela das 7 da Rede Globo, “I Love Paraisópolis”. Com estreia marcada para 11 de maio, o elenco da trama se reuniu nesta terça-feira (11) no estúdio D do Projac, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para falar um pouco mais do enredo que tem a dupla Tatá Werneck e Bruna Marquezine como protagonistas.

Tatá e Bruna: dupla da favela que quer subir na vida. (Foto: Francisca Rodrigues)

Tatá e Bruna: dupla da favela que quer subir na vida. (Foto: Francisca Rodrigues)

Na trama, as duas são as amigas – criadas como irmãs – Mari (Marquezine) e Danda (Werneck), que, como a maioria das meninas de periferia, sonham crescer na vida. A primeira se apaixonará pelo arquiteto Benjamin, vivido por Maurício Destri (de “Sangue Bom”), que, por sua vez, vem a ser o namorado de Margot, personagem de Maria Casadevall (de “Amor à Vida”). O casal, junto, mantém um projeto para revitalizar Paraisópolis. A dupla de arquitetos, porém, vai ter que enfrentar os vilões da trama, Soraya (Letícia Spiller) – mãe do mocinho – e Gabo (Henri Castelli) e travar uma verdadeira disputa territorial. Eles, até então cunhados, se casaram e geraram herdeiros após a viuvez de Soraya. Enquanto uma parte pensa no lado social de Paraisópolis, outro só quer ver cifrões por meio da especulação imobiliária na favela.

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Com direção de núcleo de Wolf Maya, que acha que a trama “reproduz tudo que está acontecendo no mundo com humor e graça”, “I Love Paraisópolis” vem para marcar a vida de nomes do elenco. A começar por Bruna Marquezine, que viverá sua primeira protagonista na Globo. “Eu não vejo uma cobrança maior, ou me cobro mais. Vou me dedicar assim como dediquei para as outras personagens”, disse a atriz. A mesma carga também recai sobre Maurício Destri, seu par romântico. “Estou focado e acho que também preparado. A grande graça disso tudo é o frio na barriga, o desafio, não só por ser protagonista, mas pela oportunidade que estou tendo”, contou.

Destri passou por "Malhação", "Cordel Encantado", e agora enfrenta o mocinho protagonista (Foto: Reprodução Instagram)

Destri passou por “Malhação”, “Cordel Encantado”, e agora enfrenta o mocinho protagonista (Foto: Reprodução Instagram)

Além da dupla, quem também tem desafios pela frente é Caio Castro, que sai de sua zona de conforto como galã, que será o chefão de uma das comunidades da favela-cenário.  “É a oportunidade de fazer algo diferente, mas não me incomoda o rótulo de galã. Fui visitar Paraisópolis algumas vezes, conheci o esquema de hierarquia, a política e o sistema dentro de uma comunidade comandada pelo poder paralelo. Tenho amigos que moram lá, foi tranquilo”, lembrou o ator em entrevista ao jornal “Extra”, que está com mais tatuagens que o normal para viver Gregório Mourão. Outra que sai do estereótipo é Tata Werneck, que, obviamente além de nos fazer rir, dessa vez promete momento de emoção ao lado de Bruna para narrar uma vida triste, de gente que sonha, luta e vai atrás do que quer com dignidade.

Caio Castro: muita tatuagem e marra de sobra para interpretar chefão de comunidade (Foto: Marcos Mazini)

Caio Castro: muita tatuagem e marra de sobra para interpretar chefão de comunidade (Foto: Marcos Mazini)

O elenco de caras novas, porém de aceitação do público, mantém a tradição do horário: fazer novela pop, para a turma mais nova. “70% do meu elenco é jovem. Talvez seja o produto mais jovem da TV Globo. E nada melhor que São Paulo para mostrar essa pluraridade de pensamento sob o olhar deles”, conta Wolf Maya, que também filmou a trama em Nova York. “As classes de menor poder aquisitivo têm uma relação de amizade muito grande, o envolvimento emocional é mais íntimo que no mundo burguês. A pluralidade de Paraisópolis é interessante até do ponto de vista religioso, vamos mostrar a convivência do evangélico com o centro espírita e católico”, promete, cheio de expectativa. Fazendo coro a essa miscelânea toda, o autor Alcides Nogueira considera que essa é “uma história muito interessante, cheia de vida”.

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