*Por Brunna Condini
Diferente de Theo, seu personagem em ‘Vai na Fé’, nova trama das 19h da Globo, que estreou ontem e passa por um bom pai e um cara bacana e não é nada disso, Emílio Dantas fala empolgado sobre a paternidade dos gêmeos Roque e Raul, que acabaram e fazer 1 ano. Pai presente e ativo na criação dos filhos que tem com Fabiula Nascimento, o ator conta como tem sido voltar a uma novela e ficar longe os pequenos para trabalhar. “Horrível (risos). Estou curtindo muito a paternidade e as fases deles passam muito rápido. Ao mesmo tempo, foi ótimo pegar um trabalho agora, porque depois deles sou realmente outra pessoa. Tenho mais ferramentas para emprestar para o personagem, formas novas de fazer o que faço há anos. E o prazer de saber que estou construindo algo que meus filhos vão ver depois e poderemos trocar ideia sobre isso. Estou orgulhoso de exercer o meu ofício e saber que um dia tudo isso será para eles”, diz.
A paternidade me deixou mais calmo, ajudou na ansiedade. Tive uma quase depressão por conta dessa pandemia e do governo passado. Saí disso muito por conta deles – Emílio Dantas
O ator diz que a chegada das crianças iluminou sua vida: “Então, posso dizer que minha vida mudou do 8 para o 80 ao me tornar pai. Hoje, eu enxergo o amor, o carinho e a atenção de uma forma bem distinta, passo o maior tempo que conseguir com eles”. Emílio revela ainda se ele e a atriz, que também são pais de pets com divertidos nomes de cortes de carne – Chã, Patinho e Lagarto – pretendem ter mais filhos, já que o casal tem vivido a jornada de criar os bebês identificando mais os ganhos e alegrias do que qualquer outra coisa.
“Não pensamos em aumentar a família agora, ainda estamos curtindo a chegada deles. Com os cachorros, somos pais de cinco (risos). Mas claro que conversamos sobre isso. Queríamos ter pelo menos dois filhos, porque acho que temos que ter um irmão na vida. Eu, por exemplo, tenho seis. Mas como vieram gêmeos, essa questão está resolvida. Hoje dizemos que se tivéssemos certeza que viria uma menina, já teríamos feito, mas como não temos, estamos deixando o barco correr mais”, comenta.
“Quero ser pai com qualidade, estou apaixonado pela paternidade, não pela quantidade. Acho que dois, para quem não tinha nenhum, está de bom tamanho, para aprender. Se rolar legal, eu aprender, pode até ser que a gente aumente (risos)”. E brinca, pensando no futuro com os meninos: “Acho que sou aquele tipo de pai que vai sofrer quando eles não ficarem mais tão grudados, falarem: “Sai, pai”. Sou pegajoso, fico agarrando eles o tempo todo. Quero ficar perto, brincar, jogar para o alto. Então, acredito que vou sofrer essa coisa do desgarre quando forem para o mundo, apesar de ser sagitariano e saber lidar com isso. Mas que vai doer, vai”.
Vida pública e vida privada
Emílio escolhe a descrição quando assunto é a vida pessoal. O ator costuma ser mais econômico nos posts em redes sociais e declarações em eventos sobre sua rotina. Depois do nascimento dos filhos, até tem feito mais postagens compartilhando o crescimento dos meninos, mas sempre com alguma medida. “A minha questão com a privacidade é muito mais profissional do que pessoal. Acho que se nós somos atores para darmos vida a outras pessoas, por isso quanto menos souberem da minha vida pessoal, melhor. Assim, eu consigo entregar personagens mais ricos. Para mim isso sempre foi uma questão de lógica, independente de filosofia, de julgamento sobre isso. Se entrego a minha persona para outras vidas, quanto menos eu entregar o Emílio, melhor, mais crível o trabalho fica”.
E pontua: “Acho que as pessoas que trabalham dessa forma como influencers ou os atores, que trabalham a própria imagem comercialmente, fora da vivência de um personagem, acabam pagando um pouco esse preço, de que o personagem não venha na frente. Acho muito mais legal que falem do personagem e depois lembrem eu sou eu fazendo”.
Saudade dos folhetins
Longe das novelas desde ‘Segundo Sol’ (2018) – ele também fez uma participação em ‘Verão 90’ (2019) – o ator fala do personagem da trama escrita por Rosane Svartman, com direção artística de Paulo Silvestrini. “Meu personagem é casado com a Clara (Regiane Alves) e é pai de Rafa (Caio Manhente). Ele também é amigo desde a juventude do Ben (Samuel de Assis) e do Simas (Marcos Veras). Não sei se chamo o Theo de vilão, mas ele não tem muita empatia, e passa por cima de todo mundo para conseguir o que deseja. Sabe bem o que está fazendo. Arma muita mutreta, vai se meter em coisas ilícitas e vai se dando mal”, adianta.
Com personagens e histórias cheios de temas atuais, ‘Vai na Fé’ fala de esperança, da fé de seguir em frente em meio às adversidades do dia a dia. “Sempre me perguntam no que acredito. Continuo tendo fé no planeta, que é a grande potência que temos. Ele sabe das coisas, se o planeta quiser que a gente fique, ok, caso contrário, a gente desaparece. Tenho fé na natureza, no cuidado, no afeto. No que faz bem para gente e para o outro. E principalmente na empatia, que as pessoas sabem o que é bem, mas têm dificuldade de colocar em prática. Procuro sempre reinterpretar essa palavra para exercer o que ela representa. Não tenho religião, mas sigo religiosamente o que acredito”.
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