Em sua quarta novela, Tatá Werneck interpreta rainha em “Deus Salve o Rei” e afirma não ter vaidade em cena: “Isso não existe quando a gente faz humor”


Na novela da Globo ela integra o núcleo cômico da história medieval e traz a graça para uma trama carregada de emoções – inclusive em sua personagem. “A Lucrécia tem uma dor muito grande porque ela é bipolar, assim como a mãe que morreu”

Um desafio: como ficar sem esboçar um sorriso durante alguns minutos ao lado de Tatá Werneck? Entre risadas, muitas brincadeiras e uma leveza contagiante, a atriz, humorista e apresentadora contou de seu novo trabalho na telinha: a Lucrécia de “Deus Salve o Rei”. Rainha, bipolar e com uma carga de sofrimento que ultrapassa a comédia, a personagem é uma fórmula potente nas mãos de Tatá Werneck. Na novela da Globo que estreia dia nove de janeiro, ela integra o núcleo cômico da história medieval e traz a graça para uma trama carregada de emoções. “A novela tem drama, aventura e romance, mas também tem comédia. Tem alguns momentos que são muito engraçados. O personagem do Johnny (Massaro), por exemplo, é hilário. Porém, o que é divertido é a situação da história e, não necessariamente, cada personagem. O texto do Daniel (Adjafre) é muito bem escrito e faz com que a gente passe por uma situação séria, porém de um jeito leve e com graça”, contou.

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E é exatamente essa mistura que dá grandeza à Lucrécia. Em “Deus Salve o Rei”, a personagem de Tatá Werneck apresenta o contraste da comédia com seus sofrimentos pessoais. “A Lucrécia tem uma dor muito grande porque ela é bipolar, assim como a mãe que morreu. Ela, então, se casa com o rei, mas tem muita dificuldade de se manter fiel e, por isso, se martiriza. Ao mesmo tempo que ela ama esse marido, ela se sente atraída por outras pessoas e se pune por isso”, adiantou Tatá que também comentou o visual da personagem. Na novela, a caracterização de Lucrécia tem chifres no cabelo e um conceito que foge um pouco do belo. “Eles propuseram colocar uma prótese no nariz para que ficasse bem estranho, mas não foi necessário. Em um elenco que tem Bruna Marquezine e Marina Ruy Barbosa, quando corta para mim já tem um impacto”, brincou.

Tatá Werneck será Lucrécia em “Deus Salve o Rei” (Foto: AgNews)

Porém, mesmo se a caracterização tivesse um nariz falso ou uma verruga no rosto, nada disso seria problema para Tatá. “Eu acho que todos os seres humanos, em algum momento, já se acharam feios na vida. Assim como ao contrário, quando nos achamos maravilhosos. Porém, em cena, eu não tenho nenhum tipo de vaidade. A qualquer momento, se alguém me propuser um trabalho, mesmo de ser a mais feia do reino, eu não vou negar por isso. Não funciona assim para mim. No dia em que eu valorizar a minha vaidade como ser humano à frente da personagem, eu pretendo não continuar. Até porque, isso não existe quando a gente faz humor”, comentou.

Inclusive, para a atriz, este é o momento de valorizarmos as individualidades de cada um. Em seu Instagram, por exemplo, Tatá Werneck afirmou que não faz qualquer retoque – mesmo se soubesse. “Eu dou a minha palavra de honra que não faço esses retoques até porque eu não sei, de verdade. Inclusive, teve uma vez que eu tive que pedir para a Bruna (Marquezine) para dar uma bronzeada em mim porque eu não conseguia. Mas, pensando bem, eu acho que estamos em um momento tão bonito de mostrar os nossos defeitos e as nossas celulites. Isso é tão lindo que eu sou contra fingir que é natural ser perfeita. Prova disso é que, quando mexem nas fotos em revista, eu peço para mostrar que teve Photoshop. Afinal, para que vamos incentivar algo que não existe?”, questionou.

Bruna Marquezine, Rômulo Estrela, Marina Ruy Barbosa e Tatá Werneck no lançamento da novela (Foto: AgNews)

O que existe – e muito – e fica claro em qualquer foto, vídeo ou entrevista com Tatá Werneck é o seu humor inteligente e delicado. Certeira, ela contou que a leveza na vida e o bom humor fazem parte de sua rotina. E, mesmo quando o dia não é favorável, ela se dedica ao riso por acreditar que esta seja a sua missão por aqui. “Eu sou uma pessoa bem-humorada e acordo feliz. Mas eu já fiz “Tudo Pela Audiência” no dia que meu avô morreu, gravei “Haja Coração” quando minha mãe estava internada com infecção generalizada e por diversas vezes senti que precisava fazer rir, mesmo eu estando na dor”, contou Tatá que destacou que esta loucura das telas não está ligada a sua personalidade nos bastidores. “Pelo contrário. Eu sou mega responsável e a mais careta das minhas amigas. Na minha vida pessoal, eu quase não saio, rezo quando acordo e antes de dormir e vou sempre à igreja de São Judas Tadeu em Laranjeiras”, disse.

Aliás, a fé e a gratidão são questões muito presentes na vida da atriz. “Eu me sinto muito feliz porque eu trabalho com o que eu amo. Na escola, eu era uma menina fora dos padrões e hoje fico emocionada de ver tudo o que eu conquistei com o meu trabalho. Eu fiz campanhas de cabelo, capas de revista e ensaio de moda sem precisar mudar nada da minha personalidade”, comentou Tatá Werneck que, inserida em uma novela que fala sobre escolhas, acredita que este culto a sua personalidade seja a principal decisão de sua vida. “A melhor escolha da minha vida foi sempre ser exatamente como eu sou, sem me deixar vender ou mudar por nada. Não importa os meus defeitos e nem as minhas qualidades. É assim que eu sou e pronto”, resumiu.

Ricardo Pereira, Marina Ruy Barbosa, Rômulo Estrela, Tatá Werneck, Bruna Marquezine e José Fidalgo (Foto: Divulgação/GShow)

Com seu jeito, ela vem conquistando a televisão, cinema e sempre com seu pezinho no teatro. Nas telinhas, além da Lucrécia de “Deus Salve o Rei”, Tatá Werneck ainda comemora o ano de sucesso à frente do “Lady Night” do Multishow. Ela ganhou o título de Melhor Apresentadora pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) concorrendo com nomes como Pedro Bial e Fátima Bernardes. “Eu fiquei muito feliz com esse prêmio porque, de fato, eu não imaginava. Eu estava competindo com Fátima Bernardes, Fernanda Lima, Fábio Porchat e Pedro Bial que, cada um em seu lugar, brilham demais. No entanto, também são trabalhos que seguem a personalidade de cada um. Eu não me imaginaria na posição do Bial, que nem a Fátima na do Porchat. Cada um tem o seu DNA”, disse Tatá que contou que vem lapidando sua posição à frente do talkshow. “Eu fui aprendendo a apresentar no ar, a cada episodio do Lady Night. É difícil saber tirar informação do outro com entretenimento e sem ser indelicada ou agressiva”, ressaltou.

E ela tem conhecimento para falar disso. Além de atriz, apresentadora e humorista, Tatá Werneck ainda é formada em Jornalismo, Artes Cênicas e Publicidade e Propaganda. Por isso, no Lady Night, ela contou que busca conduzir entrevistas se imaginando na outra posição. Inclusive, quando ela é a entrevistada, a apresentadora destacou que sempre busca falar sobre assuntos interessantes. “Eu sei que é horrível quando a gente faz uma super introdução e a pessoa responde com uma ou duas palavras. Por isso, eu sempre me preocupei em ser uma entrevistada que rendesse”, disse ela que não irá emendar em mais uma temporada do “Lady Night” no começo de 2018, assim como foi neste ano. “Como eu participo da produção, roteiro e edição, além de apresentar, em 2018 não vou conseguir fazer tantos programas porque senão irei falecer. Porém, assim que acabar a novela, eu vou fazer mais uma temporada”, adiantou. Já estamos esperando!