Mãe, ainda mais linda e cheia de novidades na carreira artística, Regiane Alves está de volta às telinhas. Depois de um hiato de três anos na televisão para se dedicar aos filhos João Gabriel, de dois anos, e Antônio, de um ano, a atriz retorna às novelas como Beth, em “A Lei do Amor”. Além da volta ao horário nobre, Regiane também se prepara para estrelar a série “Zózimo” em 2017, na qual interpretará uma prostituta dos anos 1950. A atriz ainda comemora o sucesso no teatro com a peça “Para Tão Longo Amor”, ao lado de Leopoldo Pacheco, que lhe garantiu a indicação no Prêmio Shell como Melhor Atriz. Para contar todas as novidades da carreira, comentar as novas experiências na vida pessoal e manifestar sua opinião em assuntos da atualidade, Regiane Alves é a estrela de mais um editorial exclusivo do site HT. Com fotos incríveis de Pino Gomes, beleza da musa dos pincéis Cleide Araújo e styling de Deborah Ewbank e Rafael Nunes, a atriz posou em um clima glam classic e o resultado ficou maravilhoso. Desce mais para conferir!
Com trabalhos memoráveis na trajetória televisiva, Regiane Alves tem um novo desafio nas telinhas da Globo. Desta vez, a atriz interpreta a mulher do prefeito Augusto (Ricardo Tozzi) em “A Lei do Amor”. Depois de anos sem mandar notícias, Beth volta à vida do político a mando de Magnólia (Vera Holtz) com a missão de acabar com o atual relacionamento do ex-marido. “Na novela, eu sou professora, formada em História e digo a ele que fui fazer um doutorado em Nova York. Como eu fico muito tempo sem dar notícias, eu invento que fui fazer uma especialização em física quântica, mas na verdade é uma grande mentira”, contextualizou Regiane que adiantou que a personagem irá conseguir seu objetivo. “Ela chega com aquela clássica função de atrapalhar o casalzinho feliz. Para isso, a Beth faz todo um plano para que a Vitória (Camila Morgado) saia de casa e eles fiquem juntos. E ela consegue”, revelou.
Embora tenha quase 20 anos de experiência à frente das câmeras, Regiane confessou que se sentiu insegura nesta volta. Além de estar afastada das novelas desde 2013, quando fez “Sangue Bom”, a atriz ainda entrou para o elenco de “A Lei do Amor” dois meses depois de a novela já estar no ar. Segundo Regiane Alves, essa tensão antes de começar em um novo personagem é comum e unânime na maioria dos atores. “Eu tive um mix de sentimentos antes de começar a gravar a Beth. Era uma ansiedade para poder voltar ao ritmo de novela, uma dúvida se eu ainda sabia fazer teledramaturgia e várias outras crises que um ator, normalmente, já tem. Para mim, que estava vindo de maternidade, a tensão foi ainda mais aflorada. Mas foi só pisar no estúdio que eu encontrei gente que já havia trabalhado, fui super bem acolhida e tudo funcionou”, contou a atriz que acredita que todo este nervosismo seja bom para o seu trabalho. “Eu acho que o ator precisa usar toda essa ansiedade a seu favor, é importante. A gente se sente vivo e entra com mais força e energia para fazer aquele personagem”, completou.
Se 2016 está terminando animado com a volta de Regiane Alves às telinhas, 2017 promete ser ainda mais produtivo. Depois de “A Lei do Amor”, a atriz irá interpretar Marli na série “Zózimo”, também na TV Globo. Apesar de ainda não ter iniciado as gravações do próximo trabalho, Regiane Alves adiantou: “O que eu já sei é que será incrível”. Na série, a atriz interpretará uma prostituta dos anos 1950 em uma trama que conta a vida de um detetive contratado para desvendar mistérios. Ao lado de Vladimir Brichta como protagonista, Regiane terá a função de transformar sua personagem em uma heroína, que ajuda o companheiro em suas investigações. No entanto, o mergulho da atriz na minissérie ficara apenas para o ano que vem. “Assim como eu acabei de entrar em uma novela, o Vladimir também foi fazer ‘Rock Story’. Por isso, nós tivemos que adiar um pouco. Mas eu já comecei a ver os filmes desta época para entender qual foi a inspiração e como a trama será conduzida”, ressaltou.
Apesar de ainda não ter iniciado a preparação de Marli para o próximo trabalho, Regiane Alves já sabe de alguns detalhes da personagem. Entre eles, o figurino desta prostituta dos anos 1950. Encantada com a futura caracterização, a atriz adiantou o que acompanharemos na telinha. “O figurino dela vai ser incrível. Como se passa nos anos 1950, tem toda aquela típica maquiagem e penteado mais arrumadinho. A cintura é bem marcada, as saias lápis… É tudo muito interessante”, contou Regiane que não precisará mudar o corpo para o próximo trabalho.
Com mais de dez novelas na carreira e algumas experiências em séries, a atriz disse que acredita no potencial das produções em formatos menores para o futuro. Amante dos seriados, Regiane Alves destacou que o crescimento na de séries e minisséries mundo afora representa um aumento no campo de trabalho dos atores. “Antes, a nossa atuação era muito restrita às novelas. Hoje em dia, os atores possuem diferentes oportunidades para mostrar o trabalho e ter um espaço para poder atuar. Eu acho que esse é o futuro. A gente está caminhando para produções menores, até mesmo nas novelas, com elencos mais enxutos para que também haja uma identificação maior com os personagens da trama”, analisou Regiane antes de destacar que, apesar de ser uma quantidade menor de episódios, as séries não são mais ou menos fáceis para um artista. “Eu acho que tem um tempo maior de preparação, vira quase um processo artesanal. Mas, para mim, isso que é gostoso em trabalhar com séries. Nós não temos aquele ritmo intenso de novelas de gravar 20 cenas por dia, dentro e fora do estúdio”, disse.
Mas engana-se quem pensa que este momento na carreira de Regiane Alves se restringe à televisão. Este ano, a atriz estrelou no teatro a peça “Para Tão Longo Amor”, ao lado do ator Leopoldo Pacheco. O espetáculo, que demorou três anos para sair do papel, tem o objetivo de levar a reflexão ao entretenimento. Nesta peça, a atuação de Regiane lhe rendeu a indicação ao Prêmio Shell como Melhor Atriz. Honrada com o reconhecimento, ela se considera vitoriosa por ter o seu trabalho lembrado pela premiação que já está em sua 29ª edição. “Eu me vejo no meio de pessoas que sempre me serviram como inspiração e, agora, eu me coloco entre todas elas. Eu acho que essa que é a maior honra e recompensa”, comemorou a atriz que tem planos de voltar com a peça em 2017.
No entanto, para conseguir estrear, Regiane Alves contou que ela mesma precisou bancar o espetáculo. Depois de dois anos tentando patrocínio, a atriz resolveu investir no projeto por conta própria. Além de atriz, ela também assumiu a posição de produtora, o que lhe mostrou outra realidade da cultura brasileira atual. “É para sentar e quase chorar. É um trabalho muito difícil que me deu uma sensação de que o teatro está acabando no nosso país. É um pouco aflitivo, mas ao mesmo tempo, eu acho que não podemos desistir. Eu me vejo na obrigação de levar o que é bom e o que é feito para pensar para as pessoas. Senão, nós ficamos em um lugar cômodo”, argumentou a atriz que reconhece que as pessoas sentem vontade de ir ao teatro. “No final de casa sessão, eu recebia um relatório que quase todos os ingressos tinham sido comprados com meia-entrada ou eram de sites de compra coletiva”, revelou.
Sobre essa vontade do público de consumir arte que é interrompida pela atual crise econômica que os brasileiros estão enfrentado, Regiane Alves lamentou a realidade. Segundo ela, o principal objetivo do espetáculo “Para Tão Longo Amor” e do próprio teatro em si é ser acessível para todos. Por isso, ela não se importava em colocar ingressos a preços populares ou disponíveis em sites de compras coletivas, para que ficassem mais baratos. Como fez questão de ressaltar, a intenção maior no projeto era atrair o público para o teatro e para a arte de forma geral. “Existe a vontade das pessoas irem, mas tem a questão do dinheiro. Por isso que nós ficamos imaginando como poderia ser maravilhoso se a gente recebesse apoio do governo ou de empresas para que pudéssemos levar o teatro de graça para as pessoas. Mas infelizmente, a gente tem contas básicas para pagar que não têm como ser diferente. O mínimo que se paga de um aluguel de teatro é um absurdo que precisa ser revisto. Eu acredito que tem que existir um trabalho em conjunto com escolas e faculdades para colocar, quase que como uma obrigação, as pessoas para irem ao teatro. É que nem ler um livro”, analisou.
E essa dura realidade encontrada no atual panorama cultural brasileiro tem reflexos diretos na vida dos artistas. Regiane Alves, por exemplo, nos revelou que toda essa dificuldade do último projeto a fez levantar questões sobre suas próprias escolhas. “Existe uma tristeza de ter que lidar com essa realidade e um lado em que eu me pergunto até que ponto eu não sou romântica para conviver com tudo isso. A minha profissão é algo que eu amo e que sempre esteve acima de tudo. Desde pequena eu já amava poesias e participava de todas as atividades da escola. Mas agora eu comecei a me questionar por ter feito uma escolha que nem sempre é valorizada na sociedade. Então, eu acho que a classe, seja o ator, produtor ou diretor, precisa ser mais unida para conseguir pensar em uma forma de levar a arte para mais pessoas. Nem todo projeto é feito para ganhar dinheiro. Alguns representam uma realização pessoal, outros são ajudas aos amigos. Se cada um ficar pensando apenas no seu lado, não vai existir um esforço coletivo em prol de algo maior”, argumentou Regiane que acredita que o teatro esteja cada vez mais desvalorizado na cultura do brasileiro. “É tudo feito de uma forma para você desistir”, completou.
Assim como a arte no Brasil não vem sendo tratada com o devido respeito, quem a faz, segundo Regiane Alves, também não está sendo valorizado. Em um ano conturbado politicamente, em que tivemos a suspensão do Ministério da Cultura por algumas semanas no primeiro semestre, os artistas passaram a serem vistos “como último escalão”, conforme definiu a atriz. “Eu acho que nós somos pessoas que levamos informação, entretenimento, reflexão ao grande público. Por isso que deveríamos ter um lugar especial e o nosso trabalho ser mais reconhecido. Senão acontece que nem foi esse ano, as pessoas vão dizer que os artistas mamam na teta do governo. Mas não é por aí a situação. Enfim, é muito difícil lidar com a realidade”, analisou Regiane, que acredita que as mudanças políticas dos últimos tempos sejam positivas. “Tudo o que estamos descobrindo hoje em dia é muito positivo. É uma limpeza que é fundamental para construirmos um Brasil melhor. Eu acredito que essa geração que está vindo agora sabe de tudo o que está acontecendo e como deve reagir ao que acham certo ou errado”, acrescentou.
Outro desafio encontrado recentemente por Regiane, desta vez bem mais saudável e agradável, foi a missão mamãe. Hoje, com dois filhos pequenos, a atriz contou que precisa montar quebra-cabeças diários para combinar as atividades das crianças com as rotinas dela, do marido, João Gomez Duarte, filho de Regina Duarte, e da casa. “Eu tenho uma companheira que trabalha comigo há oito anos e já me entende só com um olhar. Além dela, tenho uma babá e o meu marido, que me ajudam em tudo. A gente vai fazendo escalas semanais para conseguir planejar esse quebra-cabeça com o horário de cada um de nós e as atividades das crianças também. Não é fácil, tem que viver um dia de cada vez. Mas no final dá certo”, contou sobre sua rotina fora das gravações e dos palcos.
Assim como a rotina de Regiane Alves mudou com a chegada dos pequenos, os questionamentos da atriz também se transformaram. Nascida em Santo André, interior de São Paulo, ela contou que mora no Rio de Janeiro há alguns anos. No entanto, agora como mãe e o aumento da violência na cidade, o medo passou a fazer parte do cotidiano de Regiane. “Esses dias eu estava me questionando muito sobre a situação da violência no Rio. É uma tristeza morar em uma cidade que eu gosto e que eu escolhi para viver e criar meus filhos e ter que sair sempre com medo de casa. Eu me sinto insegura de ir a qualquer lugar hoje em dia. Agora, com as crianças, eu fico pensando no futuro que eu vou deixar para eles”, revelou a atriz que já pensou em deixar o Rio de Janeiro. “Meus pais moram no interior de São Paulo e têm outra vida. Dos preços à qualidade dos alimentos, passando pela segurança e pelas relações, é tudo muito diferente. Às vezes eu penso em morar fora do país durante um tempo para poder proporcionar aos meus filhos uma experiência plural. Mas eu confesso que ainda tenho esperança de conseguir reverter tudo isso”, disse.
E a experiência materna ainda revelou outra preocupação para Regiane Alves. Com dois filhos meninos em casa, a atriz contou que se preocupa com o comportamento das crianças em tempos de feminismo aflorado. Defensora dos direitos das mulheres na sociedade, Regiane acredita que novos homens são formados desde pequenos e que os principais ensinamentos vêm de casa. “Eu acho que a forma de se encarar esse assunto vem da família, da maneira que o pai trata a mãe e os filhos absorvem isso. A relação de companheirismo ou de briga passa muito para as crianças e eu me preocupo muito, principalmente por ter dois meninos que serão maridos e pais no futuro. Então, eu penso bastante em como vou ensinar que a mulher precisa ser sempre bem tratada. Eu acho que essas lições precisam ser dadas desde cedo para que eles já cresçam e amadureçam com essa ideia. É claro que hoje em dia, os meus filhos não têm a consciência necessária para entender tudo da maneira como nós enxergamos. Mas é fundamental já ir mostrando como funciona”, revelou a atriz que acredita no poder de uma boa conversa. “É muito diálogo e não esquecer sempre que eu serei exemplo em tudo o que eu falo ou digo. Nós somos o que deixamos”, concluiu Regiane Alves.
Créditos
Fotos: Pino Gomes
Maquiagem: Cleide Araújo
Styling: Deborah Ewbank e Rafael Nunes
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