Um dia a nossa hora chega e é este momento que Juliana Knust está vivendo na carreira. Após 22 anos de profissão e trabalhos na telinha, cinema e teatro, a atriz vive atualmente sua fase protagonista. No ar em “Apocalipse” como Zoe, Juliana carimbou a lacuna que faltava na carreira e hoje comemora uma trajetória de conquistas e boas histórias. E é com este mood que ela é a estrela do novo editorial do site HT. Fotografado no Rio Othon Palace, o ensaio traz cliques de Sergio Baia, beleza assinada por Vivi Gonzo e styling de Tracy Rato. Vem com a gente dividir a alegria de Ju Knust!
Televisão tem dessas coisas. Entre mil trabalhos importantes na carreira de um ator, o status de protagonista é a consagração de qualquer trajetória. E está sendo em “Apocalipse”, na Record, que Juliana Knust está tendo esse gostinho. Na trama que fala sobre o fim do mundo, a atriz interpreta Zoe, uma jornalista dedicada à profissão que, por causa disso, abriu mão de muitos pontos importantes durante a vida. “A Zoe é uma menina super determinada, forte e focada. Ela foi criada em uma família extremamente religiosa, mas, com a correria do dia-a-dia, acabou priorizando a carreira a Deus”, resumiu Juliana.
Na personalidade desta jornalista, outro ponto destacado pela atriz é a culpa que Zoe carrega pelo passar dos anos. Inserida em uma família muito religiosa, a personagem acaba sofrendo por princípios que lhe foram impostos desde a infância e, não necessariamente, fazem parte de sua essência. “Ela tem um sentimento de culpa em algumas situações que não é por causa dela em si. Eu acho que é uma mistura da educação que ela teve com princípios que ela foi acumulando. E isso acontece muito com as pessoas no geral. A gente carrega culpas e inseguranças da infância que não nos pertence. Por isso que eu acho que as pessoas deveriam ter acesso à terapia, que é um lugar em que a gente consegue se reconectar com a própria verdade”, defendeu Juliana que já teve este acompanhamento médico, mas no momento está longe do divã. “A terapia faz você se entender um pouco melhor. A gente se livra de coisas que não nos pertencem”, acrescentou.
Por falar em pertencimento, parte da personalidade da ficção é bem parecida com a da realidade. De acordo com Juliana Knust, ela e Zoe tem alguns pontos em comum e, segundo a atriz, o maior deles é a dedicação ao trabalho. “Ela tem muito de mim porque sempre fui determinada na minha carreira. Comecei muito nova e em uma profissão extremamente instável e dura. E nunca desisti, apesar de tantas dificuldades que já passei”, lembrou Juliana que, em relação às diferenças, apontou a segurança que a personagem possui. “Ela me passa uma segurança muito grande, que é algo que eu batalho para ter na minha vida pessoal. Eu acho que a maioria dos atores é um pouco inseguro porque lidamos o tempo todo com a sensibilidade e a provação dos outros. Nossa vida está sempre exposta”, disse.
No entanto, tem ainda outras questões que Zoe foi responsável por apresentar para esta artista veterana da dramaturgia brasileira. Na ficção, a personagem é uma jornalista e, para viver isso, Juliana se aproximou de uma área que conhecia por outro ângulo. “Eu não conhecia os bastidores do Jornalismo e estou achando muito interessante a dramaturgia mostrar isso porque todos estão muito acostumados com o outro lado das novelas. Mas nunca tivemos essa visão de trás dos jornalistas que também aparecem todos os dias na nossa casa”, contou a atriz que grava com o elenco de “Apocalipse” na própria redação da Record. “Esse é um cenário real que não para. Os telefones estão sempre tocando e as pessoas correndo de um lugar para o outro. É enlouquecedor”, disse sobre a experiência.
Mas, além de mostrar como funcionam os bastidores da notícia, Juliana Knust também passou a entender melhor as engrenagens da profissão. “Eu percebi que o Jornalismo está aí para vender ideias e é preciso ter assuntos e frases que chamem atenção. Nos meus 22 anos de carreira, eu já passei por vários momentos em que o título de uma entrevista que eu dei não representava nada do que foi aquela conversa. Foram casos que na minha cabeça não faziam sentido, mas agora entendo que para o outro lado aquilo era o importante”, reconheceu a atriz que afirmou ter aprendido a “se proteger” ao longo desses 22 anos de carreira. “Eu comecei muito nova e, naquela idade, achava que os jornalistas eram meus amigos e eu podia me abrir. Porém, tem gente que só quer um furo e se aproveita da nossa sensibilidade para isso”, disse.
Porém, assim como Juliana aprendeu a driblar as perguntas indiscretas, a atriz também amadureceu sua postura e ansiedade na carreira. Com duas décadas de experiência, hoje ela garante que se dedica mais ao presente, sem se prender ao ontem e nem se desesperar com o amanhã. “Apesar de a minha profissão me obrigar muito a pensar no que vai acontecer depois, eu me cobro por não sofrer antecipadamente por nada. Hoje eu estou trabalhando, mas amanhã não sei mais. E isso faz com que a gente se movimente para correr atrás”, contou a atriz que definiu como “enlouquecedor” os intervalos entre um trabalho e outro. “Nós temos a necessidade de colocar a arte para fora senão ela nos consome. Se essa energia não roda, acabamos ficando deprimidos e pirando. Mas eu acho que hoje eu lido muito melhor com isso do que quando era mais nova. No começo da minha carreira eu sofria muito com essa dúvida de não saber o que ia fazer, mesmo estando contratada e recebendo pela Globo”, lembrou a atriz que, focada no presente, comemora estar no ar.
E de forma especial, diga-se de passagem. Como contamos, este é a primeira protagonista de Juliana Knust depois de 22 anos dedicados à arte. Sobre esta experiência no centro dos holofotes, a atriz já cansou de dizer que acredita ter ocorrido no momento certo. Para ela, a Zoe representa a valorização de duas décadas de trabalho. “Eu fiquei muito feliz porque me senti valorizada quando me chamaram. Para mim, foi sinal de que reconheceram seu talento. Você sente que valeu a pena tudo o que você fez até aqui”, comentou a atriz que tentou tirar um pouco seu brilho e dividi-lo com os companheiros de cena. “Eu acredito que todos na novela estão fazendo um bom trabalho e são protagonistas de suas histórias. Para mim, a única diferença é o volume de texto”, justificou.
O fato é que, embora esta seja a estreia de Juliana Knust no posto, a atriz acumula papeis de destaque em novelas através dos anos. Para ela, não importa se a personagem é grande ou pequena, a atriz tem sua formula própria de brilhar. “Eu fiz muitos outros personagens que não eram protagonistas, mas me trouxeram muitas conquistas, como a Debora em “Duas Caras” e a Sandra de “Celebridade”, lembrou Juliana que acredita que o segredo seja o empenho por trás dos status. “O mais importante é o ator se empenhar ao máximo. O personagem pode não ser nada e depois virar tudo naquela novela, independentemente de ser protagonista ou não. No fundo, eu acredito que ser protagonista tem muito status envolvido do que qualquer outra coisa”, analisou.
Inclusive, por isso, a atriz não soube dizer se realmente esta era uma peça que faltava em sua carreira. Com tantas conquistas e bons personagens nestes 22 anos de história, Juliana Knust preferiu pensar quando perguntamos se era necessário um papel como este para coroar tudo o que já fez. “Eu fiquei muito feliz e sinto que as pessoas estão prestando mais atenção em mim por isso”, sintetizou.
E, falando em passado e Juliana Knust, paralelo ao momento de estrela em “Apocalipse”, a atriz também vive uma fase de nostalgia. Na Globo, está sendo exibida a reprise de “Celebridade”, trama de 15 anos atrás que foi um marco na carreira dela. “É muito louco me assistir há 15 anos. A gente amadurece muito profissionalmente nesse tempo. Eu fico vendo e tenho umas reações que nossa senhora…”, disse aos risos a atriz que está feliz com esta dobradinha na televisão. “As novelas que eu fiz contam a minha trajetória na televisão. Isso é muito legal porque mostra o meu crescimento”, apontou Juliana que, embora tenha destacado que são duas realidades bem diferentes, admitiu que compara a versão do hoje e do passado.
No entanto, esta dualidade não fica apenas na ficção. Da mesma forma que Juliana Knust contou que resgata algumas entrevistas que deu no passado para acompanhar seu amadurecimento, ela também se preocupa com a evolução pessoal e profissional nesses anos de carreira. “É o curso da vida. A idade faz bem a gente e traz maturidade, e não envelhecimento. São vivências que acabam fazendo parte da nossa história para sempre. São as marcas da vida e isso é natural”, analisou Juliana que hoje se considera uma mulher mais leve. “Quando eu era menina exigia muito de mim. O fato de eu ter começado muito nova na televisão me fez sofrer em alguns pontos porque eu não sabia lidar com algumas cobranças. Mas, hoje em dia, eu procuro ter mais leveza em tudo. Aos poucos eu fui entendendo melhor os medos, inseguranças e instabilidade de forma natural. Fora que eu passei a me aceitar melhor”, completou.
É a tão buscada sabedoria que, consolidada na profissão, casada e mãe de dois filhos, Juliana comemora neste momento da vida. “O que eu sofri lá atrás, eu não me permito mais hoje em dia. Eu estou há 22 anos nessa profissão e me sinto mais calejada. Eu tenho uma história para contar, nunca parei de trabalhar e não posso ficar sofrendo. A gente não pode ter medo do futuro porque não sabemos o que vai acontecer”, destacou a atriz que, para o amanhã, só deseja bons personagens e alegrias na família. “O papel da arte é fazer refletir e é isso o que eu busco. Por isso, eu espero um 2018 com bons trabalhos, mesmo que ainda não saiba o que vou fazer depois da novela”, disse a atriz Juliana Knust.
Agradecimentos
Hotéis Othon
Sayonara Sarti
Nova Assessoria e Comunicação
Artigos relacionados