No ar em “Os Dez Mandamentos” e com a peça “Eu Te Amo”, Sérgio Marone bate papo sobre amor com HT e admite: “ser galã ajuda”

(Foto: Divulgação)

Atire a primeira pedra quem nunca teve uma crise de ciúmes, confundiu tesão com amor, ou se aventurou a achar a cara metade na internet. Essas típicas situações são corriqueiras na vida de qualquer mortal e mais antigas que a gente pode imaginar. Tanto que em 1981, Arnaldo Jabor escreveu e dirigiu o filme “Eu Te Amo”, com a temática. Nele, um industrial falido pela crise de 70 embarca num relacionamento fugaz com uma mulher traumatizada com seus amores anteriores. Agora, imaginemos a história nos tempos atuais: é só acrescentar o boom hi tech, atualizar as profissões e pronto. Os percalços naturais de um casal apaixonado já dão conta, por si só, de levar o enredo.

E foi mais ou menos isso que aconteceu. O texto de Jabor virou peça de teatro ambientada para a contemporaneidade. O espetáculo já circulou por 20 cidades e foi visto por um público de aproximadamente 15 mil pessoas em 2014. Agora, a peça fará curtíssima temporada gratuita no Espaço Furnas Cultural, em Botafogo, no Rio de Janeiro. O espetáculo marca a estreia na direção teatral dos cineastas Rosane Svartman e Lírio Ferreira e traz Juliana Martins e Sergio Marone no elenco. E HT aproveitou a oportunidade e tirou Marone um pouquinho das gravações de “Os Dez Mandamentos” da Record, para relembrar a vida amorosa, já que é esse o papo que dá tom no palco, e o otras cositas más.

HT: Por que essa curta temporada agora?

SM: Entramos com o edital em Furnas e fomos presenteados com essa temporada. A peça já foi apresentada em outros teatros, mais elitizados, e agora a gente pode apresentar esses dois finais de semana com entrada gratuita para o público. Foi um presente enorme para gente poder apresentar a peça. Mesmo que por um tempo menor, de graça.

HT: A montagem reúne dois diretores de cinema. É diferente receber as marcações deles no teatro?

SM: Não, na verdade, os dois têm estilos bem diferentes, um complementou o outro. Cada um vê a peça mais do seu próprio jeito, a gente tentou encontrar um meio termo. Foi um processo muito interessante dos dois agregando ideias ao roteiro. Eu sou o terceiro ator a fazer o espetáculo, e tive contato com os dois diretores, e cada um me trouxe coisas diferentes, visões diferentes, que me ajudaram a construir o meu Paulo. Foi um processo muito interessante mesmo, que eu nunca tinha sido dirigido por dois diretores no palco.

Juliana Martins e Sergio Marone: romance em “Eu Te Amo” (Foto: Divulgação)

HT: Você chegou a ver o filme que gerou o texto?

SM: Vi. É diferente, né. A nossa peça vai mais para o lado do humor, é muito mais leve. Ela foi adaptada pelo Jabor, mas acho que também pela época, a década de 80, era tudo muito mais intenso, tinha um peso diferente. A nossa peça é mais leve, tende mais a uma comédia romântica.

HT: A peça é meio que um recado para homens e mulheres entenderem o amor, e o relacionamento, né? Que mensagem vocês passam? E qual vocês acham que o público recebe?

SM: É tanta coisa que fica até difícil escolher uma só. O Jabor tem umas frases maravilhosas que aparecem no espetáculo. Uma que mexe muito comigo é que numa relação, um sempre gosta mais do que o outro, isso é muito verdade. O Jabor, além de ser um super pensador, um cara super antenado com o cotidiano, politizado e inteligente, ele tem essa sensibilizade, essas frases ótimas. E é um autor brasileiro contemporâneo falando sobre amor, o que é muito interessante, porque, normalmente, a gente acaba lendo romances estrangeiros. Eu acho que isso é o mais legal do espetáculo.

HT: E qual seu status de relacionamento?

SM: Humm, acho que num relacionamento com o projeto, com o meu personagem. O meu personagem da peça também é super apaixonado pelo que ele faz, ele é cineasta, só que ele está numa fase que não consegue terminar um filme que fez, e ainda foi abandonado pela namorada, que trocou ele pelo fotógrafo do filme. A minha situação é mais ou menos essa, só que eu não fui abandonado por ninguém, eu só estou num relacionamento sério com a peça e com o meu trabalho, que estão demandando bastante de mim.

(Foto: Divulgação)

HT: Como foi seu relacionamento mais desastroso?

SM: Não tive nenhum relacionamento que fosse desastroso, só algumas situações. Só uma vez uma namorada que ficou morrendo de ciúme de mim, e tentou me acertar com uma garrafa de água. Foi uma situação desastrosa, mas não o relacionamento em si.

HT: Acha que já fez mais sofrer ou o contrário?

SM: Eu acho que eu já sofri mais.

HT: Sorte no jogo, azar no amor?

SM: Ah, prefiro acreditar em sorte nos dois, de preferência.

HT: Você já se viu nessa situação em que um término o deixou mal?

SM: Já, acho que acontece com todo mundo, né? Foi uma relação longa até, e o término foi meio sofrido sim.

HT: Quando é amor e quando é paixão?

SM: Todo amor tem momentos de paixão. Na realidade, eu acho que quase sempre começa por uma paixão. Eu acho que eles se confundem, até que virem só amor. Mas eu também acho que o segredo é que a paixão e o amor andem juntos.

HT: Você vai surgir na novela “Os Dez Mandamentos” como um Faraó. Tinha essa fé bíblica já ou foi pegando o contexto junto com o roteiro?

SM: Eu sou catequizado, católico, mas não pratico. Eu já conhecia um pouco da história, até por ser famosa, mas não cheguei a ler na Bíblia. Eu me preparei principalmente em cima de filmes, séries e livros, mas sempre puxando pro lado mais romantizado da história.

HT: Ser galã ajuda ou atrapalha? Há quem diga que beleza ajuda e muito na televisão…

SM: Ajuda, desde que você não seja tão vaidoso a ponto de não se despir da vaidade em nome de um papel. Por exemplo, eu gravei um filme onde eu tive que mudar totalmente o cabelo, tive que raspar pra dar enfase às entradas e o resto ficou bem cacheado, e quando eu olhava no espelho, eu não me reconhecia. Mas isso foi muito bom, porque abriu portas para mim.

Marone em “Os Dez Mandamentos”, novela da Rede Record (Foto: Divulgação)

Serviço:

Texto: Arnaldo Jabor

Direção: Rosane Svartman e Lírio Ferreira

Elenco: Juliana Martins  e Sergio Marone

Local: Espaço Furnas Cultural – Rua Real Grandeza, 219 – Botafogo – Rio de Janeiro, Rj. Tel: 2528 5166

Data: 16, 17, 23 e 24 de maio

Horário: Sábado às 20h / Domingo às 19h.

Ingresso:Entrada Franca: Ingressos distribuídos a partir das 14h, nos dias dos espetáculos, 1 (um) ingresso por pessoa, limitados à capacidade do auditório.

Classificação: 16 anos