Eliane Giardini em O Clone: ‘Nazira é disrupção de minha carreira, desde então tenho a veia dramática/cômica’


A atriz fala sobre o sucesso da trama de Gloria Perez que foi um marco na teledramaturgia brasileira e que está no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, celebrando os 20 anos de sucesso. “As gravações eram diversão pura. Sempre é muito bom fazer novela, tenho muita sorte com trabalhos e elencos. Mas, com certeza, o elenco, camarim e set de ‘O Clone’ eram impagáveis. Gosto muito de rever trabalhos. Não me sinto confortável quando ainda estou gravando, acho que meu senso crítico atrapalha o que está em andamento”, frisa

Em ‘O Clone’, Eliane Giardini conta que a novela a levou ao mundo da comédia (Foto: Roberto Steinberger/ Globo)

“Comemorei! Amo essa novela, minha personagem é uma das minhas favoritas e também muito querida pelo público. Em todas as enquetes de meus trabalhos, ela chega em primeiro ou segundo lugar no máximo”, vibra Eliane Giardini, relembrando o sucesso de ‘O Clone’ e a importância de Nazira em sua carreira. Exibida no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, a novela escrita por Gloria Perez, com direção de Mário Márcio Bandarra e Marcos Schechtmann foi um marco na teledramaturgia brasileira que retornou à TV celebrando os 20 anos de sucesso. “Considero essa personagem como uma disrupção de minha carreira. Vinha numa paleta dramática e teria continuado assim não fosse esse desafio. Desde então minhas personagens carregam essa atmosfera dramática/cômica. Gosto de deslizar de um ponto a outro equilibrando a credibilidade”, completa.

A atriz com 50 anos de carreira relembra que foi interpretando a muçulmana irmã de Mohamed, Antonio Calloni, e Said, Dalton Vigh, que ela descobriu que tinha uma veia cômica para ser explorada. Com sentimentos mal resolvidos por não ter se casado, Nazira está sempre de olho nas atitudes das cunhadas Jade (Giovanna Antonelli) e Latiffa (Leticia Sabatella). “Nazira me abriu o mundo da comédia. Já havia experimentado o humor na novela anterior, ‘Explode Coração‘, também com a Gloria Perez, mas essa personagem foi muito além. Tinham muitas camadas para explorar. Uma mulher com muita vitalidade, inconformada com seu papel de cuidadora dos irmãos mais novos e de suas cunhadas. Muito criativa, romântica. O humor salvou a Nazira da vilania”, pontua. O papel rendeu à artista o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor atriz pela personagem. “Os prêmios são a cereja do bolo em qualquer trabalho. São bônus muito bem-vindos”, brinca.

Eliane Giardini, 20 anos depois, olha ‘Nazira’ com muito carinho e orgulho desse trabalho (Foto: Roberto Steinberger/ Globo)

Eliane recorda que o processo de construção da Nazira foi altamente complexo e enriquecedor. “Lembro de nossa viagem a Fez, no Marrocos, antes das gravações. Jayme (Monjardim) levou o núcleo árabe para vivenciar os costumes, foi uma preparação luxuosa. Depois, aqui no Brasil, tivemos palestras e muitas aulas de dança para trazer o máximo de veracidade na cultura e costumes”. E completa. “Todo personagem novo é desafiador. Equilibrar a rebeldia e a submissão acho que foi a equação mais complicada ao interpretar a Nazira”.

Para essa grande dama das artes brasileira, o clima das gravações deixaram muitas saudades e é muito bom poder rever os capítulos e relembrar dos bastidores. “As gravações eram diversão pura. Sempre é muito bom fazer novela, tenho muita sorte com trabalhos e elencos. Mas com certeza , o elenco, camarim e set de ‘O Clone’ eram impagáveis. Gosto muito de rever trabalhos. Não me sinto confortável quando ainda estou gravando, acho que meu senso crítico atrapalha o que está em andamento”, frisa.

‘Equilibrar a rebeldia e a submissão  foi a equação mais complicada ao interpretar a Nazira’, diz Eliane Giardini (Foto: Roberto Steinberger/ Globo)

Giardiani revela que essa novela tinha uma riqueza em todos os aspectos, no texto, na cenografia, direção de arte e figurinos, o que ajudava muito o elenco a ‘entrar nas personagens’. “Eu me sentia muito bem usando aquele figurino. Sou muito básica na vida real, e o figurino da Marília Carneiro pra essa novela era tão cheio de detalhes, era meu trabalho diário de entrar na personagem. Quase um ritual de pedir passagem”.