*por Luísa Giraldo
Aos 24 anos, Caio Manhente consagrou-se como novo galã da teledramaturgia nacional. O ator, no papel do jovem Eduardo (Edu), e o artista Pedro Novaes, que dá vida a Beto, dividem o título na trama “Garota do Momento”, atual novela das 18h da TV Globo. Manhente vive um romance digno dos contos de fada com Celeste (Débora Ozório), com quem o público carinhosamente criou o ship “Cedu” (Celeste + Edu). Em entrevista exclusiva ao site, o intérprete de Eduardo reconhece a falta do amor romântico na contemporaneidade e nega rótulo como “galã modelo”. “Ter crescido diante das telas me fez entender que não dá para levar rótulos a sério. Claro que, em algum lugar, faz bem para o ego quando o público te coloca como ‘bonitão’. Mas é preciso muito cuidado para não ficar preso nisso”, alerta o artista carioca.
Ao relembrar dos primeiros trabalhos de relevância, especialmente como Tom na série infantil “Detetives do Prédio Azul” (D.P.A), Manhente frisa um compromisso: “sempre interpretar os mais diversos tipos de personagens possíveis”. Ainda que viva o apaixonado Edu, ele refuta o posto como rapaz “modelo” de namoro, comportamento e tratamento para tantas jovens.
Prefiro acreditar que não sou modelo. Até porque não quero ser para ninguém. O mundo já tem tanta gente querendo ditar o que é certo e o que é errado, né? Estou fora dessa! — Caio Manhente.
O ator entende que seu personagem “serve para mostrar que os homens não devem ter medo de serem vulneráveis para quem amam”. Se existe amor e verdade, tudo flui com naturalidade, garante ele, que destaca a importância de um amor respeitoso, afetuoso e de uma boa comunicação para um relacionamento saudável.
Amor e romantismo
Assim como Eduardo, de “Garota do Momento”, Caio Manhente se considera um romântico incorrigível. O artista relembra que, na maior parte da vida, esteve em um relacionamento sério. Ele começou a namorar aos 15 anos. “Sou bem romântico. Sempre fui de escrever cartinhas, declarações e até música (bem ruim, tenho que acrescentar). Percebo que, hoje, que o amor romântico está meio desacreditado. Esse mundo imediatista que a gente vive também impacta a vida afetiva. Todo mundo quer viver tudo, não quer abrir mão de nada. Acho importante que, nessa ânsia por ter tudo e todos, a gente não se esqueça da profundidade e do cuidado que um amor verdadeiro merece”, reflete.

Caio Manhente vive amor épico em “Garota do Momento”(Divulgação/Maria Magalhães)
Além de acreditar no romantismo e no cavalheirismo, traços típicos do período que a novela se passa, no final da década de 1950 no Brasil, Caio pontua tentar “não perder a magia do amor romântico”. E tece críticas aos comportamentos contemporâneos: “as relações não deveriam ser egoístas. Esse mundo moderno acaba fazendo isso com as pessoas. Ninguém quer abrir mão de nada”.
O amor romântico está meio desacreditado. Esse mundo imediatista que a gente vive também impacta a vida afetiva. Todo mundo quer viver tudo, não quer abrir mão de nada. Que a gente não se esqueça da profundidade e do cuidado que um amor verdadeiro merece — Caio Manhente.
Sucesso de #Cedu
Inegavelmente, o casal “Cedu” é um fenômeno nas redes sociais. Junção dos nomes Celeste e Edu, os pombinhos vivem uma história de amor que começou com correspondências à distância e que, até hoje, encantam os telespectadores. Assim como Débora Ozório, que também deu entrevista ao site, Caio Manhente se emocionou com a torcida dos noveleiros.
“A repercussão do casal me surpreendeu muito positivamente! É sempre uma grande expectativa saber se aquele casal que a gente cria com tanto cuidado e carinho, junto à direção e toda à nossa equipe, vai fazer sentido pro público”, vibra ele.

Caio Manhente revela ser romântico (Divulgação/Maria Magalhães)
A paixão incessante dos personagens, jovens namorados, pode levá-los a ir para cama pela primeira vez. A temática foi abordada na reportagem com Débora Ozório e está agitando os ânimos dos fãs. Eles acreditam que Celeste pode acabar engravidando, o que contribuirá para uma possível gravidez e, consequentemente, para um casamento.
Manhente faz comentários sobre a teoria. “Não estou aqui para dar spoiler e nem posso. Quem quiser saber se rola, ou não, a primeira vez de Cedu vai ter que ficar ligado na novela. O que posso dizer é que Débora é uma parceira incrível, uma das grandes atrizes da nossa geração. Desde o primeiro dia, tivemos uma troca muito generosa e produtiva. Todo o nosso processo é sempre delicioso. Em uma cena de intimidade, isso não muda”.
Arcos Variados
Caio Manhente também contracena com Maria Flor (a mãe, Anita), Felipe Abib (o pai, Nelson) e Pedro Goifman (o irmão, Guto). A família lida com problemas variados, como relacionamento tóxico, machismo estrutural e homofobia.
Anita é uma mulher de 1958, reprimida por um homem extremamente tóxico e controlador. Infelizmente, essas cenas não ficaram nos anos 50. Ainda hoje, é muito comum. Com muita luta, as mulheres estão se emancipando, da mesma maneira que Anita fez na novela — Caio Manhente.
Ele também opina sobre a descoberta da homossexulidade do irmão, Guto, em “Garota do Momento”. Edu se coloca como um grande parceiro do personagem, que luta contra estigmas preconceituosos e disseminados por Nelson. “A questão do Guto vai pelo mesmo caminho. Nos anos 50, um menino se entender gay era algo inimaginável. Hoje, já mudou de figura, mas as contradições permanecem. Somos um país ultra diverso, porém muito conservador”, opina.
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