“É um prazer encontrar novas formas de atuar e romper os limites da dramaturgia”, conta Werner Schünemann


O ator que está no elenco de ‘Éramos Seis’, vivendo o ambicioso Assad, fala ao site Heloisa Tolipan sobre o sucesso da série teen ‘Z4’ e as estreias de ‘A Bênção’, para o Canal Brasil, e ‘Spectros’ pela Netflix marcadas para 2020

Werner Schünemann é o comerciante Assad, em ‘Éramos Seis’, patrão de Júlio, Antonio Calloni (Foto: TV Globo)

*Por Rafael Moura

“Um carrasco com alguns rompantes de um herói. Essa seria uma boa definição para Assad”. Foi assim que o ator Werner Schünemann, no ar em ‘Éramos Seis’ começou a conversa com o site Heloisa Tolipan falando sobre seu personagem. O experiente artista ressalta a importância de estar no remake das 18h, da TV Globo, o sucesso da série teen, ‘Z4’, produzida pelo Disney Channel e sobre as estreias de ‘A Bênção’, no Canal Brasil, e ‘Spectros’ para o streaming Netflix. “Como ator estou sempre me reinventando. Estou adorando cada novo desafio. Isso me gera um frenesi e uma euforia muito grande. É um prazer encontrar essas novas formas de atuar e romper limites”, pontua.

No folhetim, escrito por Angela Chaves, ele um turco, dono de uma loja de tecidos, casado com Luci, personagem de Lavínia Pannunzio, com quem teve Soraia, Melissa Nóbrega/ Rayssa Bratillieri. Com uma enorme ambição e pouca generosidade, o comerciante passará boa parte da história em busca de um sócio, investidor, para expandir seus negócios. Para deixar a viuvez de lado o empresário pretende subir ao altar com bela e jovem Karina (Mayana Neiva), que não hesitará em explorar o rico comerciante. “É uma novela muito caprichada, principalmente por conta dessa história que é um clássico. A loja é um cenário imenso. Não vejo o Assad exatamente como um vilão. Ele é um homem ambicioso para os negócios, que acaba usando o seu desejo de expansão para manipular seus funcionários”, reflete o ator.

A história do turco e da Família Lemos se entrelaçam, porque Assad é o patrão de Júlio, personagem de Antonio Calloni, que se faz ora de anjo, ora de atroz. O time de funcionários se completa com Almeida (Ricardo Pereira) e Elias (Brenno Leone), empregado bem mais jovem e inexperiente que os demais, que muitas vezes acaba tirando Júlio do sério ao perceber a predileção do patrão pelo novato, que acena com uma possibilidade de ascensão social para Júlio ao oferecer-lhe sociedade para expandir os negócios. Extremamente dedicado, Júlio passa a maior parte do tempo na loja de tecidos, que centraliza alguns personagens e é um negócio próspero, mas vai encontrar dificuldade para levantar os 50 contos de réis pedidos por Assad para consolidarem essa sociedade. Elias então passa a irritá-lo ainda mais, pois ele percebe que patrão e o garoto estão ficando cada vez mais próximos, o que deixa Júlio com uma ‘pulga atrás da orelha’, pois, a mesma proposta que o patrão faz para ele, repete para Elias, que tem nitidamente mais chances de conseguir o dinheiro. “Ele só pensar na expansão dos seus negócios, por isso está sempre rondando as pessoas para descobrir quem tem capital para o crescimento de seu empreendimento. Muitos podem julgar ele como um homem sem escrúpulos, mas eu diria que ele é apenas um visionário nato”, defende.

Werner Schünemann vive o ambicioso Assad, em ‘Éramos Seis’ (Foto: TV Globo)

Pulando da década de 30, para a atualidade, Werner nos conta sobre o sucesso da primeira temporada da série Z4, 2018, produzida pela Disney Channel Brasil e a Realiza Network. Com direção de Márcio Trigo, traz no elenco Gabriel Santana, Pedro Rezende, Apollo Costa, Matheus Lustosa, Manu Gavassi, Angela Dippe e Paulo Dalagnoli nos papeis principais. Na história teen, o ator vive Zé Toledo um produtor musical que já levou muitos jovens ao estrelato e vive uma fase difícil sem lançar nenhum novo artista de sucesso. Disposto a reafirmar sua importância no mercado fonográfico ele decide montar uma boy band, embalado pelo sucesso internacional do formato. Quatro garotos são selecionados para o projeto: Luca (Pedro Rezende) é um YouTuber famoso graças a seus vídeos sobre música; Paulo (Gabriel Santana) é um dançarino talentoso, que luta para conquistar seu espaço mesmo tendo vindo de uma família pobre; Rafael (Matheus Lustosa) é tímido, mas um excelente compositor e produtor; já Enzo (Apollo Costa) foi criado por sua família rica para gostar de música clássica, mas é apaixonado pelo universo da música pop. “Z4 foi uma delícia, porque trabalhei com tantos atores novos que parecem ter nascido já fazendo aquilo. Foi um aprendizado mútuo. Nós e o público estamos torcendo por uma nova temporada”, ressalta.

Ricardo Pereira, Werner Schünemann e Antonio Calloni em ‘Éramos Seis’ (Foto: divulgação)

Mostrando sua versatilidade como ator, Schünemann acaba de gravar, para o Canal Brasil, a série ‘A Bênção’, ainda sem data de estreia. Rodada em Porto Alegre, a história, uma science ficiton, se refere ao nome de um medicamento experimental, que promete o fim do medo da morte, e seu efeito na vida dos protagonistas é um dos temas centrais da produção. “Eu interpreto um cientista que descobre essa droga que tira o medo das pessoas de morrer. A falta desse sentimento cria atitudes amoral, porque você pode fazer qualquer coisa sem medir os ricos. Acho que essa série será muito bem recebida, porque ela vem com uma qualidade impecável”, enfatiza.

Werner, também, está na expectativa da estreia da série ‘Spectros’, uma série de terror, do Netflix. Uma produção Brasil-Estados Unidos que tem um peso grande. “Os efeitos especiais foram feitos por um time de russos, por exemplo. Foi muito interessante fazer esse trabalho, porque ele é de terror e muito profundo, porque você precisa se atentar aos detalhes para entender a trama. Eu nunca tinha feito”, revela. Danilo Mesquita, que recentemente esteve na novela Segundo Sol, 2018, da TV Globo, será o protagonista, junto com Enzo Barone e os estreantes Claudia Okuno, Pedro Carvalho e Mariana Sena. A série terá oito episódios e estará disponível para os assinantes da Netflix.

A primeira temporada dessa horror story desvendará histórias enterradas há séculos no bairro da Liberdade, em São Paulo, conhecido por sua grande comunidade japonesa, que originalmente foi cenário da escravidão e de tortura de negros. A série gira em torno de cinco adolescentes acidentalmente atraídos para uma realidade sobrenatural que eles não podem compreender e que se conecta ao mesmo local da cidade em 1858. Quando confrontado por eventos cada vez mais bizarros e sombrios, o grupo chega a uma conclusão inevitável: alguém está trazendo a morte de volta e os espíritos querem vingança pelos erros cometidos no passado. “A série tem uma narrativa que exige um trabalho diferente da atuação na televisão. É como se o ator trabalhasse ‘mais espremido’, porque a informação e a dramaturgia é mais rápida e urgente, mas sem ser superficial e precisa ser aprofundada”.

O ator Werner Schünemann mostra sua versatilidade atuando em novelas e séries (Foto: Tv Globo)

O ator Werner Schünemann mostra sua versatilidade atuando em novelas e séries (Foto: TV Globo)