“É um bom momento para o Crô voltar, porque ele traz alegria”, diz Marcelo Serrado


De quarentena em casa, com a mulher e os filhos gêmeos, o ator diz que é hora de pensar no coletivo e revela que foi surpreendido com a reprise da novela “Fina estampa”, na qual vive Crô. “É uma novela leve. As pessoas estão em casa à noite e vão poder relaxar um pouco”, diz ele, que retorna ao lar de milhões de brasileiros na pele do mordomo

*Por Simone Gondim

Em meio à pandemia do coronavírus, Marcelo Serrado viu a doença chegar bem perto. Um amigo de 62 anos do ator – e, portanto, parte da população que se encaixa no grupo de risco – testou positivo para Covid-19. “Ele foi internado e está saindo do CTI”, conta Marcelo. “É uma doença que pega todo mundo, mas afeta bastante os idosos. É um momento de a gente refletir um pouco, pensar no coletivo e ter a consciência de ficar em casa mesmo, tomando cuidado pelo próximo”, acrescenta.

Retornando ao lar de milhões de brasileiros na pele do Crô da novela “Fina estampa”, de Aguinaldo Silva, que voltou a ser exibida nesta segunda (23), no horário das 21h da Rede Globo, Marcelo revela que foi uma grata surpresa saber da reprise. “É um bom momento para o Crô voltar. É uma novela leve, muito bem escrita. As pessoas estão em casa à noite e vão poder relaxar. O Crô traz essa alegria, ele é um clown”, afirma. “As pessoas estão amando e fico muito feliz com essa receptividade do público, que pode ver o personagem de novo”, diz o ator.

“Tenho feito ginástica em casa todo dia e tento cuidar da minha saúde”, explica Marcelo (Foto: Reprodução Instagram)

Assim como outros profissionais, Marcelo Serrado viu seus projetos de trabalho serem interrompidos quando o Brasil entrou na lista de países afetados pelo coronavírus. Ele cancelou a turnê de seu show como cantor, interrompeu a preparação para uma novela, não vai mais fazer um musical em São Paulo e soube que as filmagens de um longa na capital paulista ficaram para depois. “Nada está suspenso, tudo foi adiado. A economia mexe com todo mundo, não só comigo. Temos que esperar e ver o que vai acontecer”, explica.

Marcelo reconhece, entretanto, que pertence a uma camada mais privilegiada da população. “Como pedir a um cara que mora na favela, vive com seis pessoas em um quarto, para ficar em casa e manter o isolamento caso alguém apresente sintomas suspeitos? É complicado, essa pessoa tem que trabalhar”, pondera. “Ainda assim, sei que a população mais carente está tentando se cuidar. É preciso chegar a um meio-termo”, completa.

Com a vida profissional em pausa, o ator se dedica exclusivamente à família e aproveita para levar adiante coisas que o dia a dia agitado normalmente o obriga a deixar de lado. “Tenho feito ginástica em casa todo dia e tento cuidar da minha saúde. Também estou vendo muitas séries e lendo livros que haviam ficado para depois, além de estudar piano e canto”, comenta.

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A rotina doméstica é outra que está diferente. Com os gêmeos Guilherme e Felipe, de 5 anos, em casa o tempo todo, Marcelo e a mulher, a bailarina Roberta Fernandes, procuram estabelecer um roteiro de atividades. “Como eles não estão indo à escola, a aula é de manhã, pela internet, seguida dos exercícios que forem passados. Depois, eu libero o iPad, eles vão para a piscina ou brincam como quiserem”, fala o ator. Com Catarina, fruto do relacionamento dele com a atriz Rafaela Mandelli, existe a questão da distância física. “Minha filha está em São Paulo e não consigo vê-la, mas tento falar com ela sempre que possível”, esclarece.

Os pais de Marcelo têm 85 anos e levaram a sério a quarentena. “Eles estão quietinhos. Moram em uma casinha que tem um jardim, então pegam um solzinho. Mas não estou indo vê-los”, garante o ator. Ele procura manter o otimismo, mesmo que ainda não saiba quando a situação voltará aos eixos. “Em algum momento as coisas vão se acertar. No Rio tem poucas pessoas na rua, o que ajuda a evitar um salto muito grande no número de casos. Isso vai passar e todos nós sairemos melhores, com certeza”, acredita.