Domingos Montagner e a política brasuca: “É um privilégio estar vendo a modificação da sociedade. Estamos carecendo de heróis significativos”


Ao HT, o ator ainda falou sobre as temáticas das novelas globais: “Não acredito muito nisso do publico estar saturado de ver violência contemporânea”

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(Foto: Reprodução/TV Globo)

Domingos Montagner tem cara de herói. Apesar disso, é a primeira vez que o ator viverá, de fato, um personagem que não deixa dúvidas em questões de caráter: em “Velho Chico” ele é mocinho e ponto. “Ele tem aspecto clássico, não é dúbio, é um herói mesmo. Gosto muito desse personagem da terra, essa causa, o eixo de amor e luz fortes, a determinação. Tem dilemas, questões, mas a alma é de herói. É a primeira vez que vou ser totalmente herói. Acho que é um personagem muito necessário, estamos carecendo de heróis significativos”, disse ele, que tem opiniões fortes sobre o momento que o país vive: “É um privilégio estar vendo a modificação da sociedade de maneira muito significativa. Estamos colocando coisas que nunca foram colocadas em questão, não porque não existiam. É muito importante estar atento para esse momento e não ser superficial nas análises. Não acho que as pessoas devam emitir opiniões a partir de comentários superficiais. A questão é muito complexa e delicada”, analisou.

O ator, que já estava escalado para a novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, adiada para depois de “Velho Chico”, contou que o personagem é totalmente diferente do que faria em “Sagrada Família”. “Não tinha sequer começado a me preparar para o papel e a trama foi adiada. Ficamos na expectativa de saber, a mudança do período me preocupou em questões de agenda. Aí eu fui transferido para ‘Velho Chico’. Em termos de personagem mudou muito. Eu ia ser um vilão, trabalhar com bolsa de investimentos, setor financeiro. É completamente diferente. Agora estou tendo a oportunidade de fazer uma história épica e fascinante na TV”, comemorou ele, ressaltando o fato de abordar a questão rural em horário nobre: “Acho que a novela vai provocar uma sensação boa, de acolhimento de uma porção da população há muito tempo não se vê representada nas telas e vão ver que tem gente que sabe que eles existem, que no Sudeste, pólo mais rico do país, estamos atentos aos problemas deles. Vamos olhar para o assunto do rio, da água. É uma declaração de amor ao país”, elogiou.

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(Foto: Reprodução/TV Globo)

Apesar de destacar a questão territorial e rural, Domingos não faz parte do grupo que acredita que a população está cansada de ver violência na televisão. “Uma boa história sempre é uma boa história. O importante é ter um assunto legal para falar, como o Benedito (Ruy Barbosa, autor) tem. Não acredito muito nisso do publico estar saturado de ver violência contemporânea não. Acho que a boa história é boa e ponto. ‘Velho Chico’ vai de amor e de pessoas que superam dificuldades, isso é legal. O grande trabalho do artista é mostrar para o publico uma coisa que ele ama e não sabia”, sintetizou.